TURQUIA (30º) - Cristãos protestantes, incluindo turcos, azeris, afegãos, curdos e iranianos, abriram uma igreja doméstica na província oriental de Van. O líder do grupo religioso diz que existem mais de 100 locais de culto alugados por toda a Turquia.
Um grupo de protestantes em Van finalmente conseguiu abrir uma igreja doméstica na província oriental, após sete anos de luta com as autoridades locais. No entanto, muitos na congregação continuam preocupados com a retórica hostil dos funcionários.
“Eles nos veem como pessoas que enganam o povo e têm uma agenda secreta”, disse recentemente Vahit Yildiz, um dos anciãos da igreja, ao jornal Hürriyet Daily. “Não é apenas o conceito de missão que causa preconceito, mas também os conceitos de ‘casa de oração’ e ‘igreja doméstica’. A razão fundamental atrás do medo é a retórica empregada por alguns dos líderes (do país), o que nos entristece profundamente, além do preconceito formado junto ao povo”.
Pouco tempo depois que a igreja foi inaugurada, Mustafá Bilici, adjunto do Partido da Justiça e Desenvolvimento (AKP) de Van, disse: “É uma grande imprudência abrir, nas sociedades muçulmanas, novas igrejas que são como fantoches das atividades sionistas”.
Tachando os comentários de Bilici de “infelizes”, Yildiz disse que o único desejo da congregação, composta de turcos, azeris, afegãos, curdos, iranianos e outros, era a liberdade de culto.
“Nossas portas estão abertas para qualquer pessoa que queira nos conhecer”, disse o dirigente. O grupo havia se reunido em uma casa de dois andares por sete anos e tinha apelado às autoridades locais muitas vezes para obter uma licença, para que a casa seja reconhecida como um local de culto.
“Devido à falta de prédios de igrejas suficientes e à recusa [das autoridades] em conceder uma Licença de Designação Religiosa, existem mais de 100 grupos domésticos e locais de culto alugados por toda a Turquia”, disse Yildiz.
Yildiz também observou que os clérigos cristãos têm sido atacados e ameaçados na Turquia Oriental nos últimos anos, destacando o assassinato de Andrea Santoro, um padre italiano morto em Trabizonda em 2006, e os assassinatos na Editora Zirve, em Malatya, em 2007. “É curioso que incidentes [esses] têm acontecido nas províncias orientais. Por esta razão, estamos sendo muito cuidadosos”, disse.
“O terreno está sendo preparado para ataques similares, enquanto a verdade perpetradora permanece resguardada e as penalidades judiciárias não são aplicadas. Ninguém terá coragem de cometer ataques tão abomináveis, se o mecanismo judiciário funcionar como deve”, disse Yildiz.
A menos que tais medidas sejam implantadas, os cristãos do leste continuarão se reunindo nas igrejas domésticas, apesar dos ataques e das ameaças, observou Yildiz.
“Estamos travando uma grande luta nesse sentido. Nosso verdadeiro propósito nesta luta é adotar uma atitude aberta e transparente para com ambos os governos locais, bem como para com nosso estado”, disse.
Fonte:http://www.portasabertas.org.br/
Postado em 04 de agosto de 2011
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