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segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Líderes da Igreja cubana publicam declaração conjunta sobre liberdade religiosa

 
 Cuba


Líderes religiosos cubanos encerraram visita a Washington DC com a publicação de uma declaração conjunta que leva o nome de "Trinta questões para o governo cubano". A elaboração do documento visa demonstrar que a liberdade de religião e crença não é respeitada pelo governo de Cuba

 Responsáveis pela redação do documento, o Reverendo Mario Felix Lleonart Barroso, a missionária Yoaxis Marcheco Suarez e o Apóstolo Omar Gude Perez representam uma organização religiosa histórica legalmente reconhecida e um novo movimento religioso, considerado ilegal pelo governo cubano. O trio passou uma semana em Washington numa visita facilitada pela Christian Solidarity Worldwide (CSW). Eles se reuniram com líderes políticos e ONGs, para informá-los sobre as constantes violações da liberdade de religião ou crença em Cuba.

 A declaração e as perguntas delinearam as preocupações mais proeminentes levantadas pelo grupo, incluindo a contínua recusa do governo em estender o reconhecimento oficial de grupos religiosos mais recentes; a aprovação ou negação de direitos a grupos registrados com base no apoio político e cooperação; e a autoridade absoluta sobre as organizações e atividades realizadas pela Secretaria de Assuntos Religiosos (ORA) do Comitê Central do Partido Comunista Cubano.

 O grupo levantou questões como: prisões em massa durante a visita do Papa Bento XVI e novas restrições impostas no país, incluindo um decreto que, a partir de janeiro de 2014, fará com que as igrejas e os grupos religiosos não sejam mais capazes de manter contas bancárias. Esse fato também faz com que contas individuais existentes sejam consolidadas em uma única conta por denominação/organização, o que prova que o governo não está interessado em reformas verdadeiras que protejam a liberdade religiosa.

 O missionário Marcheco, blogueiro e professor do Seminário Batista Luis Manuel Gonzalez Peña, também chamou a atenção para a intromissão excessiva do governo nos assuntos internos das organizações religiosas, apontando que as atas e decisões de cada reunião interna deve ser entregue para a aprovação da ORA.

 O Apóstolo Gude Perez, líder nacional de um grupo carismático do Movimento Apostólico dentro de Cuba, expressou frustração com o contínuo assédio contra suas igrejas afiliadas, supostamente por seu grupo não possuir registro legal, praticado pelos mesmos oficiais do governo que negaram repetidamente suas sucessivas tentativas de registro.

 Fonte:http://www.portasabertas.org.br/
Postado em 14 de outubro de 2013

Buscando por misericórdia

 
Arábia Saudita


Hajj: nesta segunda-feira (14), cerca de 4 milhões de muçulmanos peregrinos estarão diante do Monte Arafah, também conhecido como o Monte de Misericórdia, a colina de granito que fica a leste de Meca, a capital religiosa da Arábia Saudita

 É nessa colina onde multidões de muçulmanos finalizarão sua Hajj (peregrinação), a maior experiência de vida no lugar mais sagrado onde um muçulmano pode estar: diante de Alá, pedindo por misericórdia.

  Segundo o Islã, foi no Monte Arafah que o profeta Maomé fez seu “ultimo sermão” aos seguidores que o acompanhavam desde o primeiro Hajj até o fim de sua vida. Os olhos e corações de muçulmanos do mundo inteiro estarão focados na crescente multidão próxima a Meca, enquanto passam o dia inteiro no monte, suplicando a Alá pelo perdão dos seus pecados.

 Esta é considerada a experiência mais importante, exaustiva e cara da vida de um muçulmano. Milhares passam a vida inteira guardando dinheiro, colocam em risco as necessidades básicas de sua familia, e até vendem terras e outras posses, tudo na esperança de um dia poder eventualmente ter dinheiro suficiente para esta viagem, visitar a tumba do profeta Maomé e, de alguma maneira, de acordo com suas crenças, chegar o mais próximo possível de Alá.

 Quando chega o dia em que finalmente poderão tornar seu sonho realidade, o homem veste roupas brancas simples, e a mulher veste também uma roupa branca e um véu. A cor simboliza o desejado estado de pureza que esperam conseguir ao final dos rituais. Eles estão viajando agora das partes mais distantes do globo para a Arábia Saudita através de ônibus, barcos e aviões.

 O maior desejo do coração de cada um dos peregrinos é encontrar Alá e pedir desesperadamente pelo perdão de todos os pecados que cometeram e cometerão no decorrer de suas vidas. A peregrinação a Meca é um dos cinco pilares do Islã, juntamente com a profissão de fé, as orações diárias, o jejum durante o ramadã – mês sagrado e a esmola dada aos pobres (Zakat).

 No Monte de Misericórdia, nessa segunda-feira, haverá muitas lágrimas e lamentos. Em árabe, mandarim, urdu, turco, inglês, francês, alemão e em muitas outras línguas. Será uma cena comovente e de tirar o fôlego. Todos esses esforços físicos, emocionais e financeiros serão oferecidos para que, talvez, consigam alcançar o perdão.

 Essa é também a ocasião em que os muçulmanos relembram a famosa história quando Abraão ofereceu a Deus seu filho Ismael (de acordo com o Alcorão), e não Isaque, como sacrifício. Durante toda a madrugada de terça-feira (15), os muçulmanos festejarão através do abate de ovelhas ou vacas, derramando seu sangue (uma analogia ao sacrificio de Abraão).

 Junte-se a nós em oração por eles. Para que o amor e a graça do nosso Deus os alcance.

 "Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que segundo a Sua grande misericórdia, nos regenerou para uma viva esperança, pela ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos". 1 Pedro 1.3

 Fonte:http://www.portasabertas.org.br/
Postado em 14 de outubro de 2013

Pode um Estado moderno ser governado pela lei islâmica?

 


Uma nação deve ser definida por língua e território, governo ou fé? A análise a seguir foi escrita pelo filósofo Roger Scruton e publicada na BBC Brasil em 15 de setembro. Segundo Scruton, para entendermos o que está acontecendo no Oriente Médio hoje, precisamos voltar ao período logo após a Primeira Guerra Mundial

 Nos anos pós-Primeira Guerra Mundial, o Império Austro-Húngaro tinha sido destruído e das ruínas emergiram vários Estados-Nação. Esses países - entre eles, Áustria, Hungria, Romênia e a antiga Tchecoslováquia - não eram criações arbitrárias. Suas fronteiras refletiam divisões antigas de língua, religião, cultura e etnia. E embora esse arranjo tenha se desfeito no decorrer de duas décadas, isso se deveu, em parte, à ascensão do nazismo e comunismo - ambas ideologias de conquista.

 Hoje, os Estados-Nação da Europa Central parecem naturais e inquestionáveis. São entidades políticas estabelecidas, cada uma com um governo eleito por cidadãos que vivem em seus solos.

 Quando o Império Austro-Húngaro desmoronou, o mesmo ocorreu com o Império Otomano, cujos territórios abrangiam o Oriente Médio e o norte da África. Os aliados vitoriosos dividiram o Império Otomano em pequenos Estados. Mas a maioria desses novos países só conseguiu existir como democracias durante breves momentos.

 Muitos vêm sendo governados por clãs, facções religiosas, famílias ou militares, normalmente - como é o caso da Síria - com o auxílio de violenta supressão de qualquer grupo que questione o poder estabelecido.

 As pessoas com frequência explicam a relativa ausência de democracia no Oriente Médio argumentando que a divisão atual da região em territórios não tem qualquer relação com a identidade dos povos que neles vivem. Em alguns países, o arranjo funcionou.

 Turquia

 Ataturk, um general do Exército turco, foi capaz de defender a porção do império unida pelo idioma turco e transformá-la em um Estado moderno baseado no modelo europeu. Mas em outros países que resultaram do arranjo, muitos habitantes tinham sua identidade definida com base em religião - em detrimento de outros valores.

 Hassan al-Banna, fundador da Irmandade Muçulmana em 1928, disse a seus seguidores que sua maior prioridade era reunir os muçulmanos do mundo em um Estado islâmico supranacional - ou Califado.

 A imposição de fronteiras nacionais sobre povos que se definem em termos religiosos resulta no tipo de caos que temos observado no Iraque, onde sunitas e xiitas brigam pelo poder. E resulta também em um caos ainda maior, que observamos agora na Síria. Ali, uma facção islâmica minoritária - os alauítas - vem mantendo um monopólio sobre o poder desde a ascensão da família Assad.

 Europeus, em contraste, tendem a definir a si próprios em termos nacionais. Em situações de conflito, é a nação que precisa ser defendida. E se Deus um dia ordenou de outra forma, então é hora de ele mudar de ideia.

 Entre os muçulmanos, no entanto, esse tipo de pensamento é inaceitável. A religião islâmica se baseia na crença de que Deus criou uma lei eterna e cabe a nós nos submeter a ela. Isto é o que a palavra Islã significa: submissão.

 O Islamismo sunita era a religião oficial dos otomanos. Nenhum outro tipo de Islamismo era reconhecido formalmente. Judaísmo, zoroastrismo e facções do cristianismo eram tolerados. Mas a história oficial, ao longo de vários séculos, era a de que o império era governado pela Sharia - a lei sagrada do Islã - acrescida de um código civil e pela lei doméstica de várias facções permitidas.

 Ataturk aboliu o Sultanato e estabeleceu um novo código civil, baseado em precedentes europeus. E criou uma constituição que expressamente rompia todos os vínculos com a lei islâmica, proibia formas islâmicas de vestimenta, bania a poligamia, impunha um sistema laico de educação e urgia lealdade à terra turca como dever primário de todo cidadão turco.

 Em qualquer crise, o cidadão deveria se identificar primeiro como turco. Só depois como muçulmano. Ataturk também autorizou o consumo de álcool, para que o povo turco pudesse brindar à sua nova condição da maneira preferida pelo general.

 Ataturk remodelou a Turquia como um país aberto e próspero, que nada devia ao mundo moderno. Porque foi transformado em uma nação definida por língua e território, não por um partido ou fé.

 O sufrágio universal para adultos de ambos os sexos foi introduzido na Turquia em 1933. E o país continua a ser governado por um sistema legal cuja autoridade emana de legisladores humanos - e não de revelações divinas.

 Ao mesmo tempo, a população turca é quase inteiramente muçulmana e sente uma inevitável nostalgia pelo estilo de vida puro e bonito evocado pelo Alcorão - livro sagrado dos muçulmanos. Existe, portanto, uma tensão entre o Estado laico e os sentimentos religiosos do povo.
 
 Ataturk tinha consciência dessa tensão e apontou o Exército como o guardião da constituição laica. Ele impôs um sistema de educação para oficiais do Exército que os tornaria instintivamente opostos ao obscurantismo do clero. O Exército seria um advogado do progresso e da modernidade, colocando o patriotismo acima da piedade nos corações do povo. Em obediência ao papel que lhe foi atribuído, o Exército turco interveio várias vezes, desde então, para preservar a concepção de Ataturk.
 
 Os militares tomaram o controle, por exemplo, em 1980, quando a União Soviética tentava subverter a democracia turca e nacionalistas e esquerda brigavam nas ruas. O Exército também fez sua presença clara em anos recentes, quando o governo do primeiro ministro Recep Erdogan retrocedeu alguns passos, em direção aos antigos valores islâmicos.
 
 O Partido da Justiça e Desenvolvimento de Erdogan é, em princípio, laico. Mas o primeiro ministro é um homem do povo e um muçulmano devoto, que acredita que o Alcorão contém um guia único para a vida humana, inspirado por Deus.

 Ele não está feliz com uma constituição que coloca o patriotismo acima da devoção religiosa e que faz o Exército - e não a mesquita - o guardião da ordem social. O primeiro ministro já colocou um grande número de importantes oficiais do Exército no tribunal, acusados de subversão. Alguns estão na cadeia, em prisão perpétua.

 Os julgamentos foram denunciados como inválidos, mas os que fazem as denúncias correm o risco de ser acusados de subversão. Jornalistas que se opõem às políticas de Erdogan tendem a acabar na cadeia. Jornais que criticam o primeiro ministro se veem às voltas com exigências absurdas do fisco ou recebem multas gigantescas. E protestos populares são esmagados com tanta força quanto seja necessário. Na Turquia, hoje, fazer oposição está ficando perigoso.

 O caso turco ilustra vividamente o caso de que democracia, liberdade e direitos humanos não são uma coisa única, e, sim, três. Erdogan tem muitos seguidores. Venceu eleições três vezes, com maioria significativa. Mas liberdades elementares tidas como normais no Ocidente vêm sendo prejudicadas - e não reforçadas - nesse processo.

 Egito

 O exemplo egípcio é ainda mais pertinente. A Irmandade Muçulmana sempre teve como alvo ser um movimento de massa, procurando se estabelecer com o apoio da população. Mas seu mais influente líder, Sayyid Qutb, denunciou a ideia de "Estado laico" como uma espécie de blasfêmia, uma tentativa de usurpar a vontade de Deus passando leis que têm meramente uma autoridade humana.

 Qutb foi executado pelo presidente Nasser, que assumiu o poder após um golpe militar. Desde então, a Irmandade Muçulmana e o Exército vivem em constante disputa. A Irmandade quer estabelecer um governo populista e ganhou uma eleição que, em sua interpretação, autorizou a transformação do Egito em república islâmica.

 Os pôsteres dos seguidores de Morsi não advogavam democracia ou direitos humanos. Eles diziam: "Todos nós estamos com a Sharia". Em resposta, os militares disseram: Não. Apenas alguns de nós estão. Então, por que um Estado moderno não pode ser governado pela lei islâmica? Esse é um assunto polêmico, sobre o qual estudiosos formularam muitas opiniões.

 Lei humana X lei divina

 Aqui - válida ou não - está a minha: As escolas originais da jurisprudência islâmica, que surgiram durante o reinado do Profeta em Medina, permitiam que juristas adaptassem as leis às necessidades da sociedade, em transformação constante. Esse processo de reflexão é conhecido como ijtihad, ou esforço.

 Mas esse processo parece ter sido interrompido no século 8, quando foi determinado pela escola teológica dominante naquele período que todos os assuntos importantes já estão definidos e que o "portão da ijtihad está fechado".

 Tentar implementar a Sharia hoje cria o risco de que um sistema de leis criado para governar uma comunidade desaparecida há muito tempo seja imposto sobre a população, sem que esse sistema possa ser adaptado às circunstâncias mutáveis da vida humana. Resumindo: a lei laica se adapta, a lei religiosa meramente resiste.

 Além disso, como a Sharia não se adaptou, ninguém sabe realmente o que ela quer dizer. Ela ordena que matemos adúlteros a pedradas? Alguns dizem que sim, outros dizem que não. Ela nos diz que investir dinheiro para receber juros é proibido? Alguns dizem que sim, outros dizem que não.

 Quando Deus faz as leis, as leis se tornam tão misteriosas quanto ele. Quando nós fazemos as leis, e as fazemos para nossos próprios fins, podemos estar certos do seu significado.

 A questão, agora, é "quem somos nós?". Que maneira de definir a nós mesmos reconcilia eleições democráticas com oposição verdadeira e direitos individuais? Esta, a meu ver, é a questão mais importante a desafiar o Ocidente hoje.

 Fonte:http://www.portasabertas.org.br/
Postado em 14 de outubro de 2013

O que você daria a Wasihun no Dia das Crianças?

 
 Etiópia

A criança estava inconsolável. "Eles o esfaquearam até a morte", as palavras jorravam de seus lábios. Wasihun tem apenas 7 anos, mas parece um adulto. Ele ouvia atentamente cada palavra da conversa dos mais velhos, rompendo em lágrimas muitas vezes. "Eu estava segurando em suas pernas quando o arrastaram pelo chão”

 O relato a seguir é de autoria de um colaborador da Portas Abertas que visitou a família de Wasihun, na Etiópia, logo após o assassinato de seu pai.

 “Conheci muitas crianças em circunstâncias semelhantes às da família de Wasihun. Vi crianças chorando ao ver a dor de suas mães; chorando sem realmente entender por que o estavam fazendo. Mas Wasihun não. Ele entendia completamente.

 Durante nossa conversa, o menino interrompeu diversas vezes sua mãe para nos explicar exatamente como haviam matado seu pai. Seus olhos gritavam de dor. ‘Eu estava segurando em suas pernas quando o arrastaram pelo chão’. Meu intérprete não aguentou e desabou.

 Peguei Wasihun e o abracei. O que eu poderia dizer para consolá-lo? Inclinando-se contra o meu peito, ele chorava sem parar: ‘Meu pai me prometeu trazer milho assado amanhã.’

 Ali estava eu com essa família do distrito remoto de Hareto, Estado de Oromia, no oeste da Etiópia, apenas dois dias após o trágico assassinato. O que eu via era uma família enlutada - mãe e oito filhos entre 2 e 16 anos - completamente arrasada pelo trauma que havia experimentado e pelo amargo pesar que estava enfrentando.

 Quando o crime aconteceu, em meados de agosto, ninguém veio em seu socorro. Buze, a esposa, e os filhos assistiram, impotentes, Motuma Kemede morrer.

 Para este humilde homem de quarenta anos, o dia começou como a maioria dos outros. Ele se levantou cedo e se preparou para ir a uma fazenda próxima, onde trabalhava durante toda a época de chuvas. Nos meses secos de inverno, ele trabalhava como comerciante, viajando pelos arredores para comprar e vender itens por um lucro mínimo.

 A família de Motuma é a única cristã numa aldeia animista. A comunidade cada vez mais hostil conhecia Motuma por sua dedicação ao evangelho e à congregação da qual fazia parte em uma aldeia vizinha. Mas eles não apreciavam a sua devoção.

 Como muitos outros cristãos da região, Motuma era insultado e advertido verbalmente a renunciar sua fé. As ameaças não o preocupavam, uma vez que estava ocupado demais tentando prover sua grande família, que incluía um filho adotivo, enquanto lutava contra sua debilidade física.

 ‘Foi no meio da noite quando invadiram a nossa casa. Fiquei em estado de choque. Não sabia o que dizer ou fazer. Eles colocaram a luz de suas lanternas diretamente em nossos olhos para que não pudéssemos ver seus rostos. Havia três deles dentro de casa enquanto outros esperavam do lado de fora. Eu os ouvi gritando uns com os outros: esfaqueiem-no! Quando eu perguntei por que estavam nos atacando, eles gritaram para que eu calasse a boca. Eles atingiram primeiro o meu marido com uma lança em suas costas . Motuma estava deitado sobre Defary , nosso filho de 2 anos , para protegê-lo. Mas arrastaram Motuma para fora da casa pelas pernas. Mesmo na rua continuaram a golpear a parte superior do corpo com facões. Eu gritava por socorro, mas ninguém veio. Eles bateram com um pedaço de pau no meu braço direito. Estávamos sozinhos. Todas as crianças ficaram chocadas ao ver como mataram o seu pai’, contou Buze, atordoada.

 Todas as crianças choravam enquanto Bachu tentava explicar o que tinha acontecido. Normalmente tentamos tirar as crianças em tais circunstâncias antes de começarmos a falar com o cônjuge sobrevivente. Mas essas crianças recusavam-se a sair do lado de sua mãe.

 Buze agora está indo embora para cuidar de seus filhos Demina (16), Wasihun (7), Chimdesa (4), Defaru (2) e filhas Bachu (15), Meskereme, (12), Raju (8) e Ulule (5).

 O líder da igreja de Motuma, pastor Emanuel, nos disse que o assassinato não deve ser visto como um caso isolado ou ocasional de violência. ‘A igreja tem sofrido uma série de ameaças e oposições’.

 ‘Minha família e eu enfrentamos ameaças constantemente. Meus filhos foram ameaçados no caminho para a escola. Os moradores costumavam jogar sobre eles pequenos pedaços de papel com ameaças rabiscadas. Por fim, minha esposa não suportou mais e decidimos que minha família se mudaria enquanto eu permaneceria para continuar o trabalho.’

 ‘Mas as ameaças continuaram. Não me atrevo a caminhar pelas redondezas depois de escurecer. Frequentemente jogam pedras em nós quando nos reunimos para adorar. Tivemos nosso gado envenenado e ovelhas roubadas. No ano passado, destruíram a minha colheita. Essas coisas são comuns para nós.’

 ‘Os animistas estão tentando nos forçar a participar de seus rituais, mas dizemos cuidadosamente que é contra a nossa fé fazê-lo. Tenho amigos entre eles que já me alertaram sobre o fato de que eles estão procurando maneiras de matarem a mim e a outros membros de nossa igreja. Mas Deus me chamou para servir aqui, e eu não posso ir embora’, comentou o pastor Emanuel.

 A Portas Abertas continua envolvida com a igreja local nesta e em outras regiões de Oromia, na Etiópia, onde a perseguição tem se intensificado. Ajudamos a cobrir os gastos imediatos de Buze e seus filhos. Também cobrimos as matrículas das crianças na escola, uniformes e material escolar para este ano letivo. Em acordo com a igreja local, estamos procurando maneiras de ajudar a família por um período maior.”

 Pedidos de oração

 • Ore pelo conforto de Deus para Buze e seus filhos. Todos estão profundamente traumatizados.
 • Além da cura emocional que a família precisa desesperadamente, também necessita da proteção de Deus.
 • O pastor, a igreja local e a Portas Abertas permanecerão muito envolvidos no caso. Ore para que seja aplicada a melhor maneira de apoiar a família em longo prazo.
 • Interceda para que o Senhor proteja e capacite o pastor Emanuel e sua igreja para alcançarem a comunidade animista que os cerca.

 Fonte:http://www.portasabertas.org.br/
Postado em 14 de outubro de 2013

“Não ore para que a perseguição, no Quirguistão, pare”

Quirguistão

Foram exatamente essas as palavras que a equipe da Portas Abertas Brasil ouviu na manhã dessa sexta-feira (11). Quem as proferiu foi um pastor quirguiz. Entre outros detalhes, ele contou que há lugares onde se um cristão morrer, é proibido enterrá-lo nos cemitérios locais, unicamente por conta de sua fé em Jesus

 “Eu não imagino cristãos sem perseguição, porque sem isso, não seremos fortes. Foi Jesus quem disse que, por causa do nome dele, iriam nos perseguir, odiar e até nos matar. Não podemos mudar isso. [Pelo contrário], somos felizes de ter isso em nossa vida. Queremos apenas ter força para evangelizar e receber as pessoas [que necessitam de apoio]”, afirmou o pastor.

 Segundo ele, os primeiros cristãos quirguizes do país foram agredidos e torturados. “Este ano, um ministro quirguiz falou abertamente que o cristianismo era um ataque do ocidente que deveria ser parado e instou a população a lutar contra os cristãos”. Além disso, o pastor revelou que, na escola, as crianças cristãs são separadas das demais “como se fossem doentes”. “Orem por nós, pelo povo quirguiz e pelos cristãos, a fim de que manifestem amor e perdão aos perseguidores”, solicitou.

 No Quirguistão,  49º país mais opressor aos cristãos, embora a Constituição do país garanta liberdade religiosa aos cidadãos, há cada vez mais restrições ao direito de se reunir e se expressar. O governo não apoia oficialmente nenhuma religião. No entanto, de acordo com um decreto de maio de 2006, o islamismo e a Igreja Ortodoxa Russa foram reconhecidos como “grupos religiosos tradicionais”.

 Nesse mês de outubro, o mesmo pastor estará visitando igrejas brasileiras. Confira a agenda de visitas e não perca esta oportunidade de conhecê-lo e ouvir o seu testemunho!

Fonte:http://www.portasabertas.org.br/
Postado em 14 de outubro de 2013

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