sábado, 18 de setembro de 2010

Israel se nega a prolongar moratória de construções em colônias

Alto funcionário israelense afirmou que Netanyahu não mudou sua posição sobre este ponto


Israel reiterou nesta sexta-feira que não prolongará a moratória de construções em colônias judaicas da Cisjordânia ocupada, apesar das pressões americanas e das advertências dos palestinos de que romperiam as negociações recentemente retomadas.


Paralelamente às negociações, o Exército israelense matou uma autoridade local do braço armado do movimento islamita palestino Hamas. Os militares israelenses mantêm sob cerco o território palestino da Cisjordânia sob pretexto da festa judaica do Yom Kippur.

O primeiro-ministro palestino, Salam Fayyad, condenou "o assassinato" de um membro do braço armado do Hamas no norte da Cisjordânia por soldados israelenses que efetuavam uma série de detenções, denunciando uma "perigosa escalada que compromete ainda mais o crédito de um processo político vacilante".

Segundo Fayyad, "Israel continua dando as costas as suas obrigações, principalmente às suspensões totais da colonização e das incursões militares em áreas sob controle da Autoridade Palestina".

Já o Hamas considerou que "o assassinato era fruto das negociações", acusando "a ocupação e a Autoridade do Fatah de cumplicidade neste assassinato".

Em relação à questão da moratória da colonização, um alto funcionário israelense que pediu para não ser identificado, afirmou que "o primeiro ministro (Benjamin Netanyahu) não mudou sua posição sobre este ponto: não há nenhuma decisão de prolongar a moratória".

De acordo com o jornal gratuito Israel Hayom, ligado ao chefe de governo, Netanyahu consultou esta semana o "fórum dos sete" principais ministros, que decidiu não prolongar o congelamento parcial da colonização, e informou a secretária de Estado americana Hillary Clinton sobre essa decisão.

O ministro da Defesa Ehud Barak, que propunha que fosse aguardado um acordo com os palestinos sobre o traçado das fronteiras, ficou em desvantagem, segundo o diário.

Mesmo sem uma prorrogação oficial da moratória, o governo poderá continuar impedindo novas construções, já que a Cisjordânia ocupada está sob comando do Exército, e, com isso, a última palavra a respeito do início das obras na região é do Ministério da Defesa.

No dia 12 de setembro, Netanyahu mencionou uma posição intermediária. "Israel não manterá o congelamento, mas também não construirá as dezenas de milhares de casas planejadas", declarou.

O secretário-geral das Nações Unidas, Ban ki-moon, pediu nesta sexta-feira a Israel que prolongasse a moratória, informou Robert Serry, coordenador especial da ONU para o processo de paz no Oriente Médio.

Na quinta-feira foi Hillary que disse que "esperava" um prolongamento da moratória, como havia pedido no dia 10 de setembro o presidente americano Barack Obama.

O governo americano "trabalha duro para que continue existindo uma atmosfera propícia a discussões construtivas", afirmou, depois de participar de dois dias de negociações entre israelenses e palestinos sem ter solucionado as divergências sobre a colonização judaica na Cisjordânia.

O presidente da Autoridade Palestina, Mahmud Abbas, advertiu em diversas oportunidades que vai se retirar das negociações se as construções forem retomadas.

Os palestinos, apoiados pela comunidade internacional, consideram que a manutenção das construções nas colônias tornam inúteis as negociações.


Fonte:http://www.cpadnews.com.br/
Postado em 18 de setembro de 2010

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