Parada Gay em São Paulo leva milhões de homossexuais e simpatizantes para a Avenida Paulista
"Não queremos candidatos no armário, em cima do muro”, disse Toni Reis na Parada Gay
Durante a Parada Gay no domingo passado, o organizador do evento, Toni Reis, deixou muitos políticos de calças curtas. Com o tema Vote contra a Homofobia, Defenda a Cidadania, ele disse que vai orientar a comunidade gay para não votar em candidato “no armário” - expressão utilizada para descrever homossexuais enrustidos. A afirmação de Toni Reis, presidente da Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABGLT), causou euforia no evento. “Não queremos candidatos no armário, em cima do muro”.
Para Reis, o maior desafio do próximo presidente será executar as 600 propostas aprovadas no 1º Conselho Nacional LGBT, realizado em 2008, onde foi criado o Plano Nacional de Cidadania e Direitos Humanos GLBT. “Queremos a execução dessas propostas. Com isso já estaríamos felizes e satisfeitos”, diz.
No Legislativo, a expectativa é que os novos eleitos consigam articular a base aliada para aprovar três projetos: o Projeto de Lei da Câmara (PLC) nº 122/2006, que criminaliza várias formas de discriminação, inclusive por orientação sexual e identidade de gênero, o PLC nº 072/2007, referente ao nome social, e o Projeto de Lei nº 4914/2009, que reconhece a união estável homoafetiva.
Em alguns estados brasileiros tais propostas já foram aprovadas, como é o caso do Pará, com a governadora Ana Júlia Carepa, e de São Paulo, com os decretos assinados pelo ex-governador José Serra. “O que eles fizeram em seus estados, nós queremos para o Brasil”, afirma Reis.
Diálogo com pré-candidatos
Questionado sobre a posição da pré-candidata à Presidência da República pelo PV, Marina Silva, que declarou não ser favorável ao casamento entre homossexuais, mas que apóia a união estável, Reis disse que esse também não é o objetivo de agora. “Nesse momento, não estamos pleiteando o casamento. Queremos apenas garantir nossos direitos civis como herança, plano de saúde e outros benefícios”, disse. “O que entendemos da Marina é que ela é contra o casamento na igreja, mas não queremos isso”.
Com os demais candidatos, Reis acredita que o diálogo será tranquilo. “Dilma (PT) deve seguir a linha do presidente Lula e Serra (PSDB) já disse ser favorável a união estável”. Após a oficialização das candidaturas, a ABGLT irá enviar três perguntas com uma carta a todos os candidatos, a exemplo do que foi feito em 2008, onde as principais exigências foram colocadas em uma Carta de Compromisso. “Aqueles que responderem e assinarem serão nossos aliados. Sabemos que é difícil, pois estamos discutindo uma cultura. Cultura não se muda em 4, 5 anos, leva tempo”.
Reis acredita que hoje o assunto já não seja um tema tão delicado nas campanhas eleitorais e que muitos mais candidatos apoiam a causa, abrindo caminho para que o Brasil se iguale a países como Uruguai e Argentina, por exemplo, que já reconheceram a união civil entre homossexuais. “Se a gente está perdendo da Argentina, vamos ter que empatar”, finaliza.
Fonte:http://www.jneweb.com.br/
Postado em 07 de junho de 2010
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