Congregação em Branquinha serve de abrigo para vítimas das chuvas

Por onde as águas passaram, ficou um raio de destruição em Branquinha

Pastor Paulo Teles informa que cidade está um caos e cinco famílias de assembleianos estão desabrigadas

O município de Branquinha, a 64 km da capital, está em ruínas após a inundação do Rio Mundaú, que também atravessa a cidade. Sabe-se, até o momento, que sete pessoas morreram em Branquinha em consequência das fortes chuvas desde a quinta-feira da semana passada. Em todo o Estado, já são 29 mortos. Pelo menos cinco famílias que servem ao Senhor na Assembleia de Deus, estão sendo assistidas pelo líder do campo, pastor Paulo Teles, e pelas doações de voluntários. Uma das congregações está servindo de abrigo para os cristãos que perderam as suas casas.

A reportagem do portal AD Alagoas entrou em contato com o pastor Teles por telefone. A conversa somente foi possível pelo fato do ministro ter vindo a Maceió para resolver algumas pendências e visitar parentes. A cidade de Branquinha estava até o final da noite desta segunda-feira sem água potável, energia elétrica e as torres de telefonia móvel e fixa não funcionavam. O município está na lista de estado de calamidade pública, sob o decreto do governo do Estado.

“Como pastor nunca tinha visto uma situação tão complicada, tão calamitosa como esta a que vive o povo branquinhense. É de fazer desgosto o que se vê. A cidade já é muito pobre, o comércio é pequeno e praticamente tudo foi devastado pelas águas”, relatou o líder.

Segundo ele, a igreja na cidade está empenhada em ajudar tanto os membros como colaborar com o trabalho da Defesa Civil no resgate e amparo das vítimas. Após as águas baixarem, cinco famílias que congregam na Assembleia de Deus informaram que perderam tudo na inundação e não tinham para onde ir. O pastor decidiu que um dos templos assembleianos serviria como abrigo.

“Estamos recebendo ajuda de todas as partes, tanto de voluntários que não são da nossa igreja como pastores de outros campos. Os pastores da Barra de Santo Antonio e de Messias estiveram aqui, outros já se comprometeram a ajudar, principalmente o ministério na capital que trouxe sopa, mantimentos e roupas para os desabrigados”, divulgou. O pastor Teles disse que o pastor José Antonio dos Santos esteve na cidade e se dispôs a colaborar da melhor forma.

Como estas famílias não têm um teto e a congregação se transformou na moradia delas, os cultos foram suspensos neste local temporariamente. Ainda não há previsão dos trabalhos serem retomados e estas pessoas serem transferidas para uma residência.

Embora o cenário seja devastador, o pastor Teles informa que nenhum cristão da Assembleia de Deus está na lista dos desaparecidos e tampouco dos mortos. Ele detalha que o clima na cidade é de desolação e de ansiedade, inclusive entre o povo de Deus. “Guiado pelo Espírito Santo, estou pedindo para que os servos de Deus e a população em geral mantenham a calma e que aguardem quais as decisões que serão tomadas pela Defesa Civil”, conta.

Ele diz que o município nunca tinha enfrentado uma enchente como esta. As águas também invadiram os templos e ficou numa altura de meio metro na madrugada da sexta para o sábado.

Prefeita de Branquinha se desespera: “nada restou”

O desespero é o sentimento que prevalece no coração da prefeita Renata Moraes. Ela disse que a cidade acabou e não sabe nem por onde começar a reconstrução. “Á água passou e levou tudo, devastou a cidade. Eu não sei onde está mais nada, o prédio da prefeitura está acabado, as casas comerciais sumiram, os Correios, a Casa Lotérica, a Rodoviária. Tudo sumiu”, afirmou.

O governo federal já se comprometeu a construir casas novas desde que seja num terreno distante das margens do rio Mundaú e em enviar cestas básicas para os desamparados.

Segundo o pastor Paulo Teles, a força das águas se deu pelo volume de chuvas que caíram em Pernambuco, fazendo com que o rio Capibaribe aumentasse o nível do rio Mundaú, em Alagoas.


Fonte:http://www.jneweb.com.br/
Postado em 22 de junho de 2010

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