sábado, 19 de junho de 2010

CALAMIDADE| Chuva arrasa 17 municípios alagoanos

Águas que transbordaram do rio formaram correnteza no município de Rio Largo

Estima-se que 150 mil pessoas foram atingidas; pastores relatam a tragédia

Desde ontem, o Estado de Alagoas vem sofrendo com a chuva que cai principalmente no interior. Segundo a Defesa Civil, o temporal inundou grande parte dos municípios. Em meio à situação, o governo reuniu a Defesa Civil, Exército, Aeronáutica, além da Casal, Eletrobrás e diversos outros órgãos para estabelecer estratégias de salvamento dos desalojados. Estima-se que 150 mil pessoas foram atingidas diretamente pelos alagamentos.

O pastor de Quebrangulo, Cícero Luiz de Oliveira, conta que a cidade ficou arrasada. “Muitos irmãos perderam tudo, até as casas, o lamento é grande”, disse o pastor. A mesma situação relatou o pastor-presidente José Antonio dos Santos, que esteve em Rio Largo pela parte da manhã. “A situação é dramática. Ninguém entra na cidade e nem sai, estamos ilhados, é muito triste”, conta o pastor.

Nas proximidades de Messias, o rio subiu cerca de seis metros e não há como passar para Branquinha, Murici, União dos Palmares, São José da Laje e Ibateguara. O acesso da Defesa Civil e do Corpo de Bombeiros só é possível por meio de helicóptero.

A LISTA

Os estados críticos ocorrem nas regiões de Zona da Mata, Litoral Norte e Vale do Paraíba. Foram atingidos os municípios de Santana do Mundaú, Joaquim Gomes, São José da Laje, União dos Palmares, Branquinha, Paulo Jacinto, Capela, Cajueiro, Murici, Atalaia, Jundiaí, Jacuípe, Quebrangulo, Viçosa, Rio Largo, São Luiz do Quitunde e Matriz do Camaragibe.

Na maior parte dos municípios, serão disponibilizados botes para retirar as vítimas que ficaram ilhadas em residências e precisarão ser encaminhadas para ginásios e igrejas. Nos locais onde houver correnteza, apenas os helicópteros podem acessar as casas.

Segundo Nelma Lopes, 42 anos, que tem a mãe morando em Paulo Jacinto, a situação é desesperadora. “Ela está ilhada num monte, e eu não posso fazer nada; na última vez que falei com ela, estava recebendo ajuda para se deslocar para uma igreja”, conta desesperada, destacando ainda que perdeu o contato, pois a bateria do celular da mãe descarregou. Nelma mora na Jatiúca, em Maceió.

Segundo dados da Defesa Civil, mais de 70 mil pessoas estão desabrigadas e centenas estão desaparecidas. Entre os casos mais sérios, foram recebidas as informações de que a comunidade quilombola Muquém, em União dos Palmares, ficou totalmente devastada pelo transbordamento do rio.

Em Atalaia, a entrada de acesso ficou interditada com a água atingindo altura de um metro. Os moradores foram deslocados até ginásios e colégios situados na parte alta da cidade. O Rio Paraíba também alagou a cidade de Paulo Jacinto. Parte de um hospital desabou naquela localidade e uma casa caiu sobre a moradora, que não resistiu aos ferimentos e morreu soterrada.

No município de Rio Largo, os moradores continuam desesperados. As águas das ruas do comércio, e no bairro Gustavo Paiva (Cachoeira) formaram correntezas e os residentes ficaram ilhados - nas casas de primeiro andar já que térreos também foram tomados pela água - enquanto aguardavam apoio do Corpo de Bombeiros e da Defesa Civil.

As prioridades, segundo informações do governo, são salvar vidas, disponibilizar água potável para as vítimas, abrigo e alimentação. De acordo com assessoria, o governo federal disponibilizou o ministro de Integração Nacional, João Santana, e o ministro de Defesa Social, Nelson Jobim. Também serão levados mais helicópteros para reforçar os três que já estão resgatando as vítimas nos municípios.







Fonte:http://www.jneweb.com.br/
Postado em 19 de junho de 2010


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