“Temos obrigação humana e moral de reconstruir o que foi destruído em Alagoas e Pernambuco", disse Lula
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou, ontem, a liberação imediata de R$ 550 milhões para Alagoas e Pernambuco. Cada Estado vai receber R$ 275 milhões para obras de emergência. Segundo o governo, toda a burocracia foi "quebrada" para que a verba seja liberada imediatamente. A ministra-chefe da Casa Civil, Erenice Guerra, informou que Tribunal de Contas da União (TCU) e a Corregedoria Geral da União vão fiscalizar o destino da verba liberada. “Temos obrigação política, humana e moral de reconstruir o que foi destruído em Alagoas e Pernambuco. O que está acontecendo é uma relação de confiança para que os governadores comecem a trabalhar direto com os prefeitos, sem precisar da intermediação do governo federal", afirmou Lula. "O que vimos ali, na rua, é muito diferente de quem fica no sofá vendo pela televisão”, completou.
Lula sobrevoou a área atingida pela enchente em Rio Largo, em companhia de quatro ministros, do governador Teotônio Vilela Filho e do senador Fernando Collor de Mello. Ele chegou no início da tarde de helicóptero diretamente de Pernambuco, onde sobrevoou as cidades devastadas daquele Estado. A aeronave pousou num campo improvisado e o presidente percorreu a margem do Rio Mundaú, onde conversou com pessoas atingidas pela destruição naquela cidade. De lá, foi até a Escola Evandro Carneiro, onde ouviu os lamentos de famílias desabrigadas que foram alojadas lá pela prefeitura local.
Para as famílias que estão na escola, Lula explicou que um dos assuntos discutidos entre ele e os governadores dos dois estados foi o local da reconstrução das casas nos municípios atingidos. O presidente destacou que, se forem reconstruídas na beira do rio novamente, elas ficarão vulneráveis a novos desastres. Ainda segundo Lula, a prioridade agora é agilizar tudo para desapropriação de terrenos estaduais e municipais adequados para que as casas sejam construídas. Esses terrenos devem estar em locais altos, e não devem ficar a mais de 20 km da cidade. Lula apelou, ainda, para que não haja, especialmente nesse período, especulação imobiliária, já que muitos empresários se aproveitam de momentos como esses para aumentar em até 10 vezes os preços dos terrenos.
De acordo com o presidente, parte das casas que já foram e serão liberadas pelo Programa Minha Casa, Minha Vida (1milhão este ano e mais 2 milhões no ano que vem) será transferida para as pessoas que perderam seus lares nas regiões atingidas. Com relação ao montante de dinheiro que será direcionado para a região, Lula afirmou que R$ 1 bilhão em crédito será disponibilizado para o comércio, além de que o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) será liberado para os atingidos. Afora os R$ 275 milhões emergenciais que serão disponibilizados, o presidente prometeu que mais R$ 46 milhões serão investidos na saúde e cerca de R$ 51 milhões na rede estadual de educação.
Ainda durante o encontro entre o presidente e as famílias alojadas na escola, a moradora Shirley Jane de Lima Ferreia, funcionária pública do município, deu seu depoimento em representação às famílias que perderam tudo. “Quando vemos as tragédias acontecendo, como em Santa Catarina, no Chile e no Haiti, a gente nem imagina que um dia vai ter que correr com nossos filhos nos braços, porque foi isso que aconteceu aqui também. Essa é a nossa realidade daqui pra frente. Perdi minha casa, não tenho nada, só tenho a esperança na solidariedade das pessoas”, desabafou a moradora.
O presidente deixou a cidade por volta das 16h30, seguindo para o Aeroporto Zumbi dos Palmares. Antes de embarcar de volta para Brasília, o presidente participou, junto com os oito ministros que o acompanhavam e os governadores de Alagoas e Pernambuco, de uma entrevista coletiva, na qual reforçou o que havia dito à população de Rio Largo, explicando, novamente, os investimentos que serão feitos em saúde, educação, habitação e economia. “As pontes serão reconstruídas em caráter emergencial e só depois será decidida a quem pertencerá a jurisdição. O importante é resolver os problemas mais graves, a burocracia pode ser tratada depois”, afirmou o presidente Lula.
Já Téo Vilela declarou que está muito satisfeito com as soluções adotadas pelo presidente. “Eu liguei para ele no sábado (19) às 11h, e já às 15h três ministros estavam sobrevoando a região, ou seja, tudo foi feito com muita prontidão”, declarou o governador de Alagoas.
A ministra-chefe da Casa Civil, Erenice Guerra, afirmou que não serão poupados esforços para que as pessoas voltem às suas vidas normais, na medida do possível. Segundo Erecine, o investimento será mais forte na educação para que as crianças não sejam prejudicas pela falta de aulas.
Fonte:http://www.jneweb.com.br/
Postado em 26 de junho de 2010
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