sexta-feira, 1 de julho de 2016

Paquistaneses se preparam para dias piores

“Sei que a tendência é que a situação piore mais, mas devemos ter paz em nossos corações, apesar de tudo; o que estamos vivendo é apenas um ensaio, sejamos firmes”

PAQUISTÃO
Chand* é um cristão paquistanês que por causa da pobreza extrema foi forçado a viver e a trabalhar em um país árabe para o sustento de sua família, bem como dos filhos de seu falecido irmão e cunhada. Ele está preocupado por tê-los deixado sozinhos e, recentemente, escreveu uma carta para fortalecer o coração de sua esposa. Ao ler suas palavras, seu filho respondeu: “Deus é grande e forte”. Sheraz* é um líder cristão, que vive no Paquistão, mas viaja para distribuir Bíblias em países árabes. Em uma viagem recente, ele conheceu Chand. A partir daí, o líder e sua esposa visitam a família dele para levar alimentos, juntamente com cartas de encorajamento.

 “Foi um alívio para mim conhecer Sheraz, ele tem me ajudado muito a manter contato com minha esposa. Isso conforta minha alma. A situação no Paquistão não vai bem, a lei de blasfêmia tem afetado muito a vida dos cristãos”, comenta Shand. Em uma de suas cartas, ele diz à sua esposa: “Minha querida, eu tenho confiado em Deus, por isso sei que você está bem. Como estão as crianças? Sei que estão sofrendo na escola com a pressão de todos para se tornarem muçulmanas. Sei que eles choram por isso, mas tenha calma, isso é natural. Eu permaneço em oração e sei que a tendência é que a situação ainda mais, mas devemos ter paz em nossos corações, apesar de tudo. O que estamos vivendo é apenas um ensaio, sejamos firmes. Seja cautelosa em todos os momentos, dirija com cuidado e preste muita atenção quando estiver na estrada. Você sabe o quanto me preocupo por saber que está aí sozinha. Sinto muita falta da nossa vida juntos. Eu amo todos vocês. Que o Senhor os proteja. Com amor, seu marido Shand”.

 Sheraz disse que as preocupações de Shand são as mesmas de milhares de cristãos que estão diante da lei de blasfêmia. “Todos sabem que essa lei é injusta, mas só o governo não vê isso. Até as crianças têm sido condenadas e, na maioria das vezes, são acusadas pelos seus próprios professores”, conta. A esposa de Shand tem se preparado a cada dia, alertando seus filhos e sobrinhos sobre tudo o que ainda virá. “O Espírito Santo coloca as palavras em minha boca, e os sábios conselhos do meu marido também ajudam muito nessa missão. Sou grata também a todos os irmãos que oram pelas nossas necessidades e que compreendem que não é fácil manter a fé diante de tanta perseguição, mas nós estamos conseguindo. Sei que um dia Shand vai voltar para nós, estamos orando e esperando por ele. Nossa fé tem sido maior que as nossas fraquezas. Deus é bom”, conclui ela.

 *Nomes alterados por motivos de segurança.

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Postado 01 de julho de 2016

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