terça-feira, 26 de julho de 2016

O adolescente cristão e o batismo em águas

 
 O adolescente cristão e o batismo em águas


Um dos momentos mais marcantes na vida terrena de Jesus foi o seu batismo. Sua importância dá-se pelo fato de este evento ser registrado pelos quatro evangelistas.

 Para constituir o seu povo na Terra, o Senhor Jesus estabeleceu a Igreja, o seu corpo místico (Ef 1.22,23), e o sinal visível de ingresso e identificação do novo crente na igreja local é a sua obediência às ordenanças de Jesus à igreja: o batismo em águas e a Santa Ceia (Mc 16.15,16; At 2.38,39,41,42; Rm 6.3,4). Veremos o que é o batismo nas águas? Por que o fazemos? Como deve ser ministrado, quando e para quem?

 I - O QUE É BATISMO

 Um dos momentos mais marcantes na vida terrena de Jesus foi o seu batismo. Sua importância dá-se pelo fato de este evento ser registrado pelos quatro evangelistas (Mt 3.13-17; Mc 1.9-11; Lc 3.21,22; Jo 1.32-34). Além disso, o batismo de Jesus revela-nos sua filiação com o Pai.

 1.1 Sentido literal. Na língua original do NT, o grego, a palavra batismo “baptizo” significa: “imergir, mergulhar, afundar, colocar para dentro de”. Vários textos do NT mostram que o batismo era efetuado em águas abundantes de rios, lagos ou mares, ou em algum outro local com água suficiente para mergulhar completamente a pessoa que desejasse ser batizada (Mt 3.13-17; Mc 1.9-11; Lc 3.21,22; Jo 1.32-34; 3.23; At 2.41; At 8.36-39; 9.18). Podemos citar quando Paulo batizou o carcereiro (At 16.33).

 1.2 O sentido litúrgico. O NT estabelece apenas duas ordenanças que, embora não salvem, testemunham de forma visível da graciosa salvação mediante a fé em Cristo Jesus. Essas ordenanças são também símbolos que expressam a nossa fé e comunhão com Cristo, a saber: o batismo em águas por imersão e a Santa Ceia. Essas duas instituições são chamadas pela igreja de ordenanças, porque foram ordenadas por Jesus (Mt 28.19; 26.26-28; Mc 16.16; Mc 16.20; At 2.41; 8.12,13,36-39; 10.47). O batismo em águas como um ato litúrgico representa os símbolos que expressam a nossa fé e comunhão com Cristo (Cl 2.12; Rm 6.4).

 II - O BATISMO POR IMERSÃO E SUA IMPORTÂNCIA BÍBLICA

 O batismo em águas é na verdade um ato de obediência ao comando de: “Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado...” (At 2.38). No entanto, o batismo em água por imersão é um testemunho público da nova vida em Cristo assumida pelo batizando.

 2.1 A forma do batismo. Ao tratar do batismo, a Bíblia é incisiva ao demonstrar que somente o convertido deve ser imerso totalmente na água (At 8.36,38) como um sinal físico e visível de sua fé e arrependimento (Jo 3.23). A linguagem bíblica empregada na simbologia do batismo implica imersão total (Rm 6.4; Cl 2.12). Paulo compara o batismo a um sepultamento (Cl 2.12, Rm 6.3-6), não sepultamos um corpo atirando apenas uma pá de terra.

 2.2 A autoridade e a fórmula do batismo. Muitos não percebem estes dois fatos da doutrina do batismo e trabalham de forma errada. a) Autoridade. A ordem divina para batizar, bem como a fórmula do batismo, temo-as a partir de Mateus 28.19: “Batizando-as em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo”. “Em nome” fala-nos do direito concedido por Jesus aos seus ministros para efetuarem o batismo de acordo com a ordenança divina (At 2.38; 8.16; 10.48; 19.5). b) A fórmula. Ainda em Mateus 28.19, encontramos a fórmula do batismo na expressão: “do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo”, pois a salvação procede do Pai que a planejou; do Filho, que a consumou; e do Espírito Santo que a efetuou.

 III - JESUS E O BATISMO EM ÁGUAS

 Se o batismo era uma confissão pública de arrependimento de pecados, e o Senhor Jesus não tinha pecados para confessar, é de se deduzir que Ele não precisava se batizar. Eis aí a razão pela qual João quis se recusar (Jo 1.14). Por qual razão, então, Jesus se submeteu ao batismo em águas? Vejamos:

 3.1. Para cumprir toda a justiça. Como Jesus viera sob a Lei (Gl 4.4), teria de dar exemplo de plena obediência à Lei diante da nação israelita. Por esta razão, Ele foi circuncidado (Lc 2.21); foi apresentado no Templo e consagrado ao Senhor (Lc 2.22,23); aos doze anos, foi à Jerusalém para participar da Páscoa (Lc 2.41,42), e também se submeteu ao batismo em águas (Mt 3.13-17; Mc 1.9-11; Lc 3.21,22; Jo 1.32-34).

 3.2 Para se identificar com os pecadores. Embora Jesus não precisasse do arrependimento de pecado (1Pe 2.24), foi batizado como nosso representante, assim também como nosso representante seria crucificado (Lc 3.21; 2 Co 5.21). O batismo ilustra a identificação do crente com a morte, sepultamento e ressurreição de Jesus (Rm 6.3-4). A ação de ser imerso em águas retrata sendo sepultado com Cristo. A ação de sair da água retrata a ressurreição de Cristo.

 3.3. Para confirmar e anunciar seu ministério. Assim como o batismo representa o fim de uma velha para uma nova vida, o batismo de Jesus também representa o fim de uma vida normal de um simples carpinteiro (Mt 13.55; Mc 6.3), para tornar-se um homem público, e dar início ao seu ministério, com uma missão específica, sob o poder do Espírito Santo (Mt 4.23; 9.35). Ao ser batizado por João, Jesus queria endossar também o ministério de João (Mt 21.25).

 IV O BATISMO NA VIDA DA IGREJA

 O batismo em águas não é (como alguns acreditam) um pré-requisito para salvação, pois batismo não salva ninguém. Jesus disse que quem crer (e for batizado por crer) será salvo e quem não crer será condenado; notemos que ele não disse “quem não for batizado será condenado”, mas sim “quem não crer”. O batismo segue a fé que nos leva à salvação, mas ele em si não é um meio de salvação. Que o diga aquele ladrão que foi crucificado com Cristo e a quem Jesus disse que estaria com ele ainda aquele dia no paraíso (Lc 23.39 a 43); ele somente creu e nem pôde ser batizado, mas não deixou de ser salvo por isto. O batismo, portanto, não salva, mas nem por isso deixa de ser importante e necessário. Podemos dizer que o batismo é parte do processo de salvação, mas não que ele em si salve (1Pe 3.21).

 4.1 A prática do batismo no início da igreja. O dia de Pentecostes, com o derramamento inicial do Espírito Santo na vida dos discípulos de Jesus, assinalou também a inauguração da Igreja quando, naquele mesmo dia, foram batizadas quase três mil pessoas que se agregaram a igreja (At 2.37-41). No entanto, o batismo em águas não é pré-requisito para receber o batismo com o Espírito Santo. Na casa de Cornélio, toda a sua família foi cheia do Espírito Santo e falou em outras línguas e, a seguir, foi batizada em água (At 10.44-48). Naturalmente, uma pessoa que aceita a Cristo como seu Salvador e Senhor não deve ficar alheia à vida da igreja e ao batismo em água (At 2.41).

 4.2 As realidades espirituais figuradas no batismo. O batismo em águas é uma identificação pública do crente com Cristo, o seu Salvador, em que: a) A descida do candidato às águas fala da nossa morte com Cristo; b) A imersão nas águas está relacionada com o nosso sepultamento com Cristo; e c) O levantamento das águas representa a nossa ressurreição com Cristo em novidade de vida (Rm 6.3,4). Um dos propósitos do batismo em águas é simbolizar a morte, sepultamento e ressurreição do novo crente e sua nova vida em Cristo.

 V – A CIRCUNCISÃO E O BATISMO EM ÁGUAS

 O batismo em águas através do arrependimento substituiu na Nova Aliança em Cristo, o sinal de pacto com Deus que a circuncisão representou no AT (Cl 2.11-12). Para o povo judeu a circuncisão era a forma de “inserção” do indivíduo na comunidade judaica. Da mesma forma, o batismo em águas é o meio de “inserção” do cristão na Igreja como instituição. A comunidade cristã adotou o batismo com água em lugar da circuncisão, por vários motivos. Dentre eles, podemos destacar:

 O uso da água fazia parte da tradição de purificação dos judeus. E, uma vez que a Igreja entendia que Cristo veio para nos purificar de todo pecado e injustiça, nada melhor do que o uso da água para a inserção nesta nova realidade de vida e fé (Nm 19.9; Ez 36,25); A circuncisão excluía a mulher, uma vez que a mesma era um sinal no órgão genital masculino, o batismo com água passou a incluí-la e colocá-la em termos de igualdade no Reino de Deus; A circuncisão exigia o legalismo (observância irrestrita da lei) como meio de salvação. A ênfase da circuncisão era a prática de obras para a justificação. O batismo com água exige simplesmente a fé, confiança na graça de Deus. Nele, os méritos humanos para a justificação são excluídos diante de Deus (Ef 2.8-9); A circuncisão limitava o direito dos gentios (pessoas fora da cultura judaica) em relação ao pacto com Deus. O batismo com água nivela a todos, deixando-os iguais e com o mesmo direito diante de Deus (Gl 3.27-29).

 CONCLUSÃO

 O batismo em água é a porta de entrada para agregar-se à igreja visível, terrena e local. Portanto, é indispensável que todo convertido a Cristo seja assim batizado e integrado à vida da igreja cristã local. O batismo não salva, no entanto, todos os que creem em Jesus para sua salvação pessoal desejam descer às águas batismais em cumprimento ao mandato de Jesus (Mc 16.16).

 REFERÊNCIAS

 MENZIES, W. W.; HORTON, S. M. Doutrinas bíblicas: os fundamentos da nossa fé. RJ: CPAD. ADEYEMO, Tokunboh. Comentário Bíblico Africano. Mundo Cristão. CHAMPLIN, Russell Norman, Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia. Vol. 4.HAGNOS. CHAMPLIN, Russell Norman, O Novo Testamento Interpretado versículo por versículo. HAGNOS. Esequias Soares. Os Dez Mandamentos. Valores Divinos para uma Sociedade em Constante Mudança. CPAD. HENRY. Matthew. Comentário Matthew Henry Antigo Testamento Josué a Ester. Editora CPAD. RADMACHER, Earl D. O Novo Comentário Bíblico Novo Testamento. Editora Central Gospel Ltda. RICHARDS. Lawrence O. Guia do Leitor da Bíblia. Uma análise de Gênesis a Apocalipse capítulo por capítulo. CPAD. STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD. VINE, W.E, et al. Dicionário Vine. CPAD.



 Postado 26 de julho de 2016

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