terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Globo exibe festival gospel apostando em público evangélico




Segundo reportagem da Folha, Globo tem planos para um programa evangélico aos sábados

Hoje é um novo dia de um novo tempo que começou para a Globo e os evangélicos. A emissora, tradicionalmente ligada à Igreja Católica, dedica 75 minutos de programação ao segmento. Foram ao ar às 12h trechos do festival Promessas, produzido pela Globo com os principais nomes da música gospel.

O público era de 20 mil pessoas - um décimo do esperado. Ainda assim, o canal faz do evento cartão de visitas para uma fatia de audiência em ascensão: estima-se que mais de 20% da população brasileira seja evangélica. O festival teve tratamento VIP na Globo e consumiu R$ 2,9 milhões da Prefeitura do Rio de Janeiro.

Isso num momento em que a rede registra fuga de espectadores. A média/dia de audiência (7h à meia-noite) está em 16 pontos (cada ponto equivale a 58 mil domicílios na Grande SP), 10% abaixo da meta anunciada para 2011.

Em 2010, o pastor Silas Malafaia - ex-detrator do que julgava ser a "emissora oficial da Igreja" - reuniu-se com João Roberto Marinho, vice-presidente das Organizações Globo, e sugeriu o festival. A Globo confirma o encontro e diz que "coincidiu com intenção antiga de se aproximar mais do segmento gospel". Circulam nesse mercado R$ 2 bilhões anuais. Diretor do núcleo responsável pelo Promessas, Luiz Gleiser diz "reviver a epifania" dos anos 90, quando detectou a existência de audiência ávida pelo sertanejo, gênero que viria a explodir.

A estratégia de aproximação começou há dois anos, após o Jornal Nacional fazer uma série de reportagens sobre trabalho social de igrejas. Desde então, a rede tem dado destaque em seu noticiário a eventos da comunidade evangélica. A presença de músicos gospel nos programas de Xuxa e Faustão cresceu, e há planos para um programa aos sábados.

O problema é que parte do público-alvo ainda é cética quanto às intenções globais. Para Malafaia, o baixo quórum no Promessas é parcialmente explicado por "evangélicos desconfiados" após anos "apanhando" da rede. A relação entre emissora e igrejas, de fato, já viu dias piores. Como em 95, quando Edson Celulari viveu um pastor pilantra na série Decadência. Hoje, a Globo é acusada de querer entrar num jogo cujas regras desconhece.

Para o próprio Malafaia, a rede "tem doutorado em tecnologia, mas em mundo evangélico é analfabeta". Reportagens da Globonews sobre o festival, por exemplo, usaram termos como "fãs" e "ídolos" - o que ofendeu alguns fiéis, pois sua crença rejeita a idolatria.

BRIGA

A mudança da Globo acontece enquanto os principais líderes neopentecostais - Edir Macedo, da Igreja Universal, Valdemiro Santiago, da Mundial do Poder de Deus, R.R. Soares, da Internacional da Graça de Deus, e Malafaia - deflagram briga pública. "A aproximação da Globo se dá principalmente com os adversários de Edir Macedo", diz o pesquisador Ricardo Mariano, da PUC-RS. O maior ataque veio em novembro, quando o Domingo Espetacular, da Record, controlada por Macedo, exibiu vídeo crítico à prática de "cair no espírito".

Em setembro, Macedo já havia criticado os que fazem a cerimônia, como Ana Paula Valadão, da banda Diante do Trono, um dos nomes do Promessas. Na mesma declaração, criticou "99% dos cantores gospel". Em nota, a Universal afirmou considerar excelente a aproximação de outros canais com os evangélicos.




Fonte:http://www.jneweb.com.br/
Postado em
19 de dezembro de 2011

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