segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Egípcios lamentam massacre de cristãos coptas

Egito


Líderes pedem jejum e oração para que Deus intervenha na situação do Egito

Quase um ano após o começo das revoltas no Oriente que resultaram na Primavera Árabe, o serviço funerário no Egito funcionou nesta última terça, dia 10, para famílias cristãs. um grupo de manifestantes cristãos foi vítima do ataque militar que deixou 26 mortos e centenas de feridos.

Na trilha do que poderia ser o pior ato de violência contra os cristãos do Egito na história moderna, os líderes da Igreja Ortodoxa Copta e de outras congregações pediram três dias de jejum e oração para a intervenção divina, juntamente com três dias de luto.

Samia Sidhom, editora chefe do semanário copta Al Watani, disse que os coptas em todo o Egito estão abalados com o ataque e se preocupam com o futuro para os cristãos no país.

"Agora não podemos sequer imaginar como o futuro será", afirmou. Falando especificamente sobre a chamada para o jejum, Samia acrescentou: "Neste ponto, só Deus pode fazer alguma coisa ou não teremos nada."

No domingo, dia 09, o ataque começou tarde da noite quando manifestantes cristãos marchavam pela capital e receberam pedradas e outros projéteis perto de uma ponte que corta o Cairo. No momento em que os manifestantes estavam prontos a tornar conhecida a manifestação, perto do Edifício Maspero onde abriga a rede de televisão e radio, o exército começou a atirar e forçar veículos contra a multidão de manifestantes.

Testemunhas no local dizem que os ataques deixaram partes dos corpos espalhadas no local, e um vídeo amador mostra dois automóveis indo contra os manifestantes.

O protesto veio em resposta a um ataque em 30 de setembro no Alto Egito, na aldeia Elmarenab em Aswan, quando o prédio da Igreja Mar Gerges foi incendiada.

O prédio da igreja, que estava sendo reformado, foi atacado por muçulmanos locais, que alegavam a falta de direito para a construção, apesar de existirem documentos legais de autorização para a reforma. Os muçulmanos alegam que a estrutura era uma casa de hospitalidade.

Antes do ataque, os líderes da igreja tiraram as cruzes que estavam do lado de fora do edifício, pois estavam sendo destruídas. A Igreja foi a terceira queimada no Egito, em sete meses.

Samia afirma que os manifestantes cristãos se preocupam pelo ataque à Igreja, pois o governo os responsabilizou por isso, alegando que o prédio era uma casa de hospitalidade com uma construção ilegal ocorrendo e destruí-la seria a melhor forma para conseguir uma autorização.

Os cristãos coptas, uma vez que a maioria no Egito, agora compõem 7-10% do país, com 80 milhões de pessoas.



Fonte:http://www.portasabertas.org.br/
Postado em
17 de outubro de 2011

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