quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Preconceito contra nordestino no Twitter vira caso de Justiça no Brasil

Post contra nordestinos no twitter


Racista, estudante de Direito pode pegar pena de dois a cinco anos de prisão

Em época de redes sociais, vale mais ainda alertar para o ditado "todo cuidado é pouco". Se a estudante de Direito Mayara Petruso prestasse atenção a isso talvez escapasse de um processo de representação criminal movido pela Ordem dos Advogados do Brasil, seção Pernambuco. Ela cometeu discriminação contra nordestinos no Twitter ao postar mensagens como: “Nordestino não é gente. Faça um favor a SP, mate um nordestino afogado!".

A série de ataques teve início no domingo à noite, após a eleição de Dilma Roussef como nova presidente do Brasil. Mayara se revoltou contra vitória da candidata do PT e culpou nordestinos, região onde Dilma teve mais votos, pelo acontecido. Além dela, outros usuários postaram mensagens com mesmo teor: "Tinham que separar o Nordeste e os bolsas vadio do Brasil" e "Construindo câmara de gás no Nordeste matando geral".

A reação não demorou a vir. Nordestinos criaram a hashtag "#orgulhodesernordestino" e alcançaram os Trending Topics, como o assunto mais discutido no Twitter. “São mensagens absolutamente preconceituosas. Além disso, é inadmissível que uma estudante de Direito tenha atitudes contrárias à função social da sua profissão. Como alguém com esse comportamento vai se tornar um profissional que precisa defender a Justiça e os direitos humanos?”, questionou o presidente da OAB-PE, Henrique Mariano, em entrevista concedida ao jornal O Globo.

Mariano informa que Mayara responderá por crime de racismo, em que pode pegar pena de dois a cinco anos de prisão, e incitação pública de prática de crime (cuja pena é detenção de três a seis meses, ou multa), no caso, homicídio.

Em nota ao UOL Tecnologia, o escritório de advocacia “Peixoto e Cury Advogados” disse que “Mayara Petruso foi sua estagiária, porém, não faz mais parte dos quadros do escritório”. A empresa informou que "lamenta a infeliz opinião pessoal emitida, em rede social", e disse ter tomado conhecimento do fato pela mídia.

Casos semelhantes ao de Mayara já aconteceram. Em março de 2010, o Twitter também foi palco para demissão. Corintiano declarado, o diretor comercial da Locaweb, Alex Glikas, foi demitido da companhia por enviar mensagens provocativas aos torcedores do rival São Paulo Futebol Clube pela rede social. A empresa havia firmado um contrato de aluguel por dois jogos e as declarações causaram saia justa entre a Locaweb e o clube.


Fonte:http://www.jneweb.com.br/
Postado em 04 de novembro de 2010

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