quinta-feira, 25 de novembro de 2010

"Sociedade segue confiando na Igreja", diz evangelista alagoano Marco Viana

Bíblia Sagrada

Recente pesquisa da Fundação Getúlio Vargas revela que a instituição é a segunda mais confiável do país

As Forças Armadas e a Igreja são as duas instituições mais confiáveis do país, conforme a última pesquisa – feita trimestralmente – da Fundação Getúlio Vargas (FGV) de São Paulo. O Portal AD Alagoas se interessou pelo levantamento e decidiu repercutir no estado. Um dos líderes da Assembleia de Deus, o evangelista Marco Viana Agra considera que esta amostra traduz que a sociedade mantém a concepção de que a religião segue consolidada e alheia aos desvios morais.

Chamou a atenção dos pesquisadores o salto dado pela Igreja em comparação ao que foi atestado três meses atrás. Ela ocupava a sétima posição no ranking das instituições que mais inspiravam confiança da população. O ‘pulo’, na avaliação de especialistas, pode ter sido explicado em dois aspectos: ou as outras instituições despencaram na confiabilidade ou foi mérito da própria Igreja por algum fator específico.

Na opinião do evangelista Marco Viana, visivelmente não houve qualquer tipo de transformação relevante neste trimestre que pudesse justificar o resultado do levantamento. O que pode ter ocorrido seria a queda no índice de confiança de outras instituições e a Igreja ter se mantido estável.

“Eu não tive acesso profundo a esta pesquisa. Precisaria saber qual a metodologia utilizada para as entrevistas e analisar com mais propriedade os dados. Talvez assim pudesse constatar o que aconteceu, de fato. Porém, dá para perceber que a sociedade tem uma ótica diferente para as igrejas e consegue diferenciar elas das demais instituições”, avalia. “A Igreja continua com o mesmo papel, que é pregar a transformação das pessoas. E quando isso acontece há mudança também no raio de ação destas pessoas”, complementa.

Ele concorda com o fato de que os escândalos envolvendo líderes da Igreja (tanto Católica como evangélicas) não maculam a instituição. Pensa que a população isola os desvios de comportamento de pastores e padres, sem perder o objetivo principal, que é buscar Deus.

Em entrevista ao programa Entre Aspas, do canal por assinatura Globo News, o historiador da Universidade de Campinas/SP (Unicamp), Leandro Karnal, fez um comentário com bastante propriedade para tentar explicar o que aconteceu nos últimos três meses para fazer com que as Igrejas saltassem da 7ª para a vice-liderança nesta pesquisa da FGV.

“No período de insegurança a ideia de Força cresce, e é uma força acima da sociedade. É normal que as Forças Armadas estejam em primeiro lugar. Já a Igreja trabalha com o sagrado, que não se verifica eficiente ou não, existe em si. É eficiente sempre. Denúncias não afetam a Igreja. A tendência é que apenas aquele membro que errou fique isolado”, analisa o historiador.

Por conta deste ‘sagrado’, o entrevistado do programa entende que a sociedade associa Igreja a Deus, o que, na opinião da grande maioria, é intocável e digno de toda aceitação. “Se a pergunta desta pesquisa fosse Deus e não Igreja, o índice quase que dobraria. Padre e pastor são figuras tradicionais e ligadas a Deus”, diz Leandro Karnal.

A professora de Direito da FGV-SP Luciana Gross Cunha disse que não acreditou no resultado, de início. “Eu falei isso está errado. Não sei explicar isso de imediato. Mas depois analisei que não foram somente as igrejas que subiram, mas os partidos políticos que despencaram assustadoramente”, atesta.

Quando a pergunta é feita de forma mais ampla, ou seja, em que a sociedade mais confia, a família e os amigos seguem na liderança. Deus também aparece no topo.

Igreja está à frente do Judiciário e dos partidos políticos

Esta pesquisa revelou que os partidos políticos, o Congresso Nacional, a polícia e o Judiciário estão entre as instituições menos confiáveis do Brasil. Pode até haver uma explicação lógica para esta constatação. A política, atualmente, é sinônimo de corrupção e faz tempo que o povo perdeu a admiração pelos partidos políticos. A grande exceção do momento, no Brasil, sem dúvida, é o presidente Lula, considerado o mais popular de todos os tempos, com uma média superior a 80% de aprovação.

Sobre a posição da polícia, casos de abuso de autoridade mancham a corporação. O Poder Judiciário é tido como lento, moroso e que age com leniência. Também é justificada a sua posição. Até grandes empresas e a mídia superam estas instituições.

Para o evangelista Marco Viana, a sociedade está cada vez mais decepcionada com os poderes constituídos. “Falam da Justiça, mas quantos processos um juiz sozinho tem que julgar em um dia? E muitas vezes, para cumprir a lei na íntegra, o magistrado decide algo que é contra a maioria. Mas ninguém sabe que há situações em que o inquérito não foi bem feito ou o advogado não foi competente para atuar no caso. Antes de falar é bom conhecer a causa”, pondera.

Confira o ranking das instituições mais confiáveis do país divulgado pela FGV/SP

Forças Armadas - 66%

Igreja - 54%

Emissoras de TV - 44%

Grandes empresas - 44%

Imprensa escrita - 41%

Governo Federal - 41%

Judiciário - 33%

Polícia - 33%

Congresso Nacional - 20%

Partidos políticos - 8%


Fonte:http://www.jneweb.com.br/
Postado em 25 de novembro de 2010

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