O governo paquistanês foi barrado nesta segunda-feira (29) pelo tribunal superior do país de perdoar uma mulher cristã condenada à morte por blasfêmia. O advogado argumentou que o perdão seria ilegal, enquanto o processo estivesse pendente nos tribunais.
"Desde que o assunto foi para o tribunal superior, o governo não pode agora fazer qualquer movimento para o perdão de Bibi", disse o advogado Allah Bakhsh Leghari à agência France-Presse.
Ásia Bibi foi condenada à morte por enforcamento no início deste mês por supostamente ter falado mal do Profeta Maomé. Mãe cristã de cinco filhos é a primeira mulher a receber uma sentença de morte por blasfêmia no Paquistão .
O advogado de Bibi interpôs recurso de apelação e uma petição pedindo perdão presidencial.
Líderes religiosos e de grupos em defesa dos direitos humanos pediram a sua libertação, mas os muçulmanos conservadores têm ameaçado a anarquia se o presidente Asif Ali Zadari perdoar a prisioneira.
Shahbaz Bhatti, Ministro Federal das Minorias disse que espera que Bibi seja liberada. Ele foi encarregado de investigar as acusações contra Bibi e disse que os resultados preliminares mostram que ela é inocente.
Bibi foi presa em 2009 na sequência de uma pequena conversa com as companheiras de trabalho no campo. Ela estava colhendo frutas no campo com colegas de trabalho muçulmanos e foi pegar água para o grupo. Ao retornar, as mulheres muçulmanas no campo se recusaram a beber da água porque o recipiente foi tocado por uma cristã.
Bibi foi ofendida e discutiu com a mulher, mas depois do incidente pensou que nada aconteceria. No entanto, poucos dias depois, um grupo de muçulmanos arrastou-a para longe. Ela foi acusada de blasfêmia contra o profeta muçulmano Maomé, que ela nega.
Grupo defensor dos direitos humanos e da Liberdade Cristã Internacional adverte que o caso de Bibi, poderá estabelecer um precedente na nação de maioria muçulmana, onde os cristãos já são hostilizados e perseguidos regularmente.
"Se a Ásia for condenada à morte, pode acontecer um aumento da perseguição dos cristãos - não apenas no Paquistão, mas também em outros países onde a lei islâmica é aplicada", o grupo advertiu.
No passado, os tribunais paquistaneses podem ter emitido sentenças de morte por blasfêmia, mas não há execuções registradas, nenhuma foi cumprida. Todas as condenações à morte foram jogadas fora, por meio de recurso.
Fonte:http://www.cpadnews.com.br/
Postado em 30 de novembro de 2010
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