Todas as delegacias especializadas estão concentradas na Quinta da Boa Vista
O Batalhão de Operações Especiais (Bope) circulava pelos acessos da Vila Cruzeiro por volta das 10h desta quinta-feira, em uma nova operação na região e no Complexo da Penha, na zona norte do Rio. Bandidos colocaram dois caminhões atravessados no alto do morro, para dificultar o acesso da polícia. Todas as delegacias especializadas estão concentradas na Quinta da Boa Vista, também na zona norte, de onde devem sair às 10h30 com um helicóptero blindado.
A Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) chegou a delimitar o espaço aéreo entre Manguinhos e o Complexo da Penha, liberando voos apenas de aeronaves da polícia. A Vila Cruzeiro é considerada o principal reduto de traficantes na cidade. Das 19 mortes registradas somente na quarta (24), quatro ocorreram durante ação do Bope no local.
Entre as vítimas está Rosângela Barbosa Alves, 14, morta por um tiro nas costas durante a incursão da tropa de elite da PM. O hospital Getúlio Vargas, na Penha, que ontem recebeu ao menos 21 moradores feridos, hoje terá suas atividades coordenadas pessoalmente pelo secretário estadual de Saúde, Sérgio Côrtes, que solicitou reforços de médicos do Corpo de Bombeiros. Todos os funcionários que estavam de folga foram convocados para trabalhar normalmente. Ontem, o tiroteio no local deixou presas em uma escola da favela duas diretoras e sete alunos --os pais não conseguiam subir para buscar as crianças. Só após as 18h os responsáveis chegaram até o local e todos saíram.
ENTENDA OS ATAQUES
Desde o fim de semana o Rio vem sofrendo uma série de ataques criminosos. O balanço geral até agora é de 27 mortos e 46 veículos incendiados, contando com um ônibus queimado na manhã desta quinta. Nove incêndios aconteceram entre as 20h da noite de quarta-feira (24) e o início da madrugada de hoje.
Na segunda-feira (22), o governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB), e o secretário de Segurança, José Mariano Beltrame, ligaram a série de ataques à política de ocupação de favelas por UPPs (Unidades de Polícia Pacificadora) e à transferência de presos para presídios federais. Beltrame não descartou novos ataques de 'traficantes emburrados' e afirmou que o Rio não mudará a política de segurança pública.
Para o comandante-geral da Polícia Militar do Rio, a onda de arrastões e de veículos incendiados na cidade é uma ação orquestrada por uma única facção criminosa com objetivo de causar medo na população e de desacreditar a política de segurança pública do Estado. Ele não citou o nome, mas se referia ao Comando Vermelho.
Para tentar conter a articulação de líderes de facções criminosas, Beltrame pediu na terça-feira ao Tribunal de Justiça a transferência de pelo menos oito presos para presídios federais. Uma investigação da polícia do Rio aponta também para uma articulação entre traficantes de duas facções criminosas para uma eventual mega-ação de confronto para o próximo sábado, dia 27.
Nas conversas entre traficantes interceptadas pela polícia aparecem sugestões de atirar contra as sedes dos governos estadual e municipal e lançar explosivos em áreas de grande aglomeração, como shopping centers na zona sul e pontos de ônibus.
O policiamento nas ruas foi reforçado, com os agentes colocados em estado de alerta, e operações foram deflagradas para impedir que o confronto se materialize. Foi ventilado por integrantes das facções criminosas o planejamento de ações para atingir diretamente familiares do governador Sérgio Cabral Filho (PMDB).
Fonte:http://www.jneweb.com.br/
Postado em 25 de novembro de 2010
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