RÚSSIA (*) - Líderes políticos e religiosos russos da região principalmente muçulmana do norte do Cáucaso denunciaram ataques incendiários a duas igrejas ortodoxas e uma batista durante a noite de primeiro de novembro.
Uma igreja ortodoxa na vila de Ordzhonikidzevsky, na província de Karachayevo-Cherkessia foi quase inteiramente destruída, de acordo com a agência de notícias Interfax, que cobre questões de negócios na Rússia, China e mercados emergentes da Eurásia.
Duas outras igrejas em Karachaevsk, cidade próxima da outra vila atacada, sofreram prejuízos, mas foram salvas por frequentadores noturnos. Ninguém foi ferido em nenhum dos incêndios.
As autoridades não sabem quem é o responsável, mas os ataques às igrejas parecem ser parte de uma crescente insurgência islâmica dentro da Rússia predominantemente cristã, que busca um estado independente onde poderiam estabelecer a lei islâmica.
Ismail Berdiev, o líder regional da administração espiritual muçulmana, contou à agência de notícias russa RIA Novosti que acreditava que as tentativas de destruir igrejas cristãs tinham como objetivo desestabilizar a sociedade do sul da república russa, onde é um misto de cristãos e muçulmanos.
“Qualquer que seja a religião na qual a pessoa crê, ele não levantará sua mão contra um templo ou uma mesquita, pois ambos são a casa de Deus”, Berdiev disse. O arcebispo Feofan, das cidades de maioria cristã de Stavropol e Vladikavkaz, ao norte do Cáucaso, chamou os ataques de “uma provocação bem planejada”, mas disse que não seriam bem sucedidos em criar inimizade entre cristãos ortodoxos e muçulmanos.
“Não devemos, de maneira nenhuma, dizer que a culpa é dos muçulmanos”, ele disse. “Você não pode condenar todas as pessoas por incidentes individuais. Policiais são mortos, bem como muftis, mas a maneira como os ataques são orquestrados é a mesma. Estas são tentativas de desestabilizar a paz entre religiões, mas são inúteis.”
Boris Ebzeyev, presidente da Karachayevo-Cherkessia, ordenou medidas imediatas para impedir o incêndio de igrejas.
“O presidente disse que os criminosos que incendiaram as igrejas não podem ser considerados pessoas verdadeiramente religiosas”, segundo a porta voz da presidência. “Não há nenhum conflito religioso em Karachayevo-Cherkessia há séculos. Os moradores da nossa república respeitam uns aos outros, bem como as religiões professadas por seus vizinhos,” foi a citação de Ebzeyev. O presidente disse que todas as medidas seriam tomadas para “impedir tais atos vis e para restauras as igrejas”.
Tradução: Viviane Andrade
* Este país não se enquadra entre os 50 mais intolerantes ao cristianismo.
Fonte:http://www.portasabertas.org.br/
Postado em 08 de novembro de 2010
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