terça-feira, 12 de julho de 2011

“Precisamos de evangelistas na Espanha”, diz pastor que visita Alagoas

Pr. Juan López visita o Estado depois de participar de conferência missionária


Em entrevista exclusiva, Pr. Juan López relatou como está a Igreja espanhola

Preocupa a situação do trabalho de evangelismo que está sendo feito na Espanha, o 2º país mais procurado por turistas do mundo. De visita a Alagoas, depois de participar, como palestrante, da 14ª Conferência Missionária da Assembleia de Deus em Várzea Paulista (SP), o pastor Juan Antonio López Aguilar relatou, com exclusividade ao Portal AD Alagoas, que a maior necessidade daquela nação europeia é de obreiros capacitados e empolgados pela chama da evangelização.

E a tarefa para quem se dispor a esta missão não será fácil, segundo garante o pastor. Os espanhóis, assim como todos os europeus, têm atitudes completamente diferentes dos latinos. Especificamente, eles vivem um período na história denominado de Secularismo, onde a população está cada vez mais preocupada em manter-se no padrão econômico e social do que se inteirar nos parâmetros e ‘dogmas’ espirituais.

Além disso, conforme relatou o pastor Juan López, tem vários outros pontos que afastam os habitantes das questões divinas. “Os espanhóis blasfemam muito e se fecham para Deus. Lá, não existe o temor que os brasileiros possuem”, revelou. A imprensa da Espanha se recusa também a divulgar eventos e ceder espaço nas mídias para os cristãos. A repulsa ao cristianismo é tanta no país que existe até tentativas de zombaria para quem se apresenta como servo de Deus. “As pessoas dizem que estamos voltando ao passado”, destacou.

De acordo com o pastor, até que a evangelização nas ruas pode acontecer, como aqui, porém algumas restrições impostas pelo governo engessam a obra. “Por exemplo, lá não podemos distribuir folhetos. Este tipo de panfletagem é proibido para que as pessoas não sujem as ruas”, contou. Também não são feitas concentrações em praças públicas utilizando equipamentos de som. Nunca existiu este costume no país.

Só para se ter ideia, dados geográficos divulgados recentemente indicam que não existe uma religião oficial na Espanha. Até o meio da década passada, os católicos eram maioria entre a população. “Os templos da Igreja Católica estão vazios. E isso se deve a vários fatores e um deles, claro, é o descrédito por conta do envolvimento em escândalos. Os habitantes, em si, não querem mesmo saber de Deus”, acrescentou Juan López.

As autoridades também restringem o direito ao terreno para o funcionamento de templos evangélicos. Os espaços têm um valor muito alto em dinheiro e a preferência é que sejam construídos fora da zona urbana para que não incomodem. “Quando fazemos um templo, temos que isolá-lo acusticamente para que o som não vaze para outras casas. Tudo é muito restrito”, frisou. O valor do terreno, só como exemplo, se tiver proporção de 100 m², vai custar aproximadamente mil euros por mês ao pastor.

AD está na Espanha há 48 anos

Mesmo com todas estas dificuldades, a Igreja Cristã Evangélica Assembleia de Deus [Asamblea de Dios de España] tem se mantido, oficialmente, há 48 anos. Assim como no Brasil, missionários suecos levaram o Evangelho de Cristo aos espanhóis e posteriormente, com o fim do período ditatorial naquele país, as igrejas foram registradas. Atualmente, segundo o pastor Juan, a AD possui em torno de 20 mil membros e mantém 300 pontos de pregação.

“Tentamos nos manter avivados e fundamentados no pentecostalismo, até pela forte influência de inúmeros latinos que imigraram para a Espanha há 15 anos. O fervor deles contribuiu bastante para este momento que vivemos. A nossa preocupação é permanecer desta maneira e incentivar os membros a serem autênticos servos”, falou.

O pastor Juan López frisou que a Igreja espanhola prefere não apoiar shows evangélicos. Na opinião deles, os espetáculos gospels não contribuem para o enaltecimento do nome de Cristo e têm a finalidade de destacar o artista. “Queremos ser autênticos cristãos e não queremos aparecer”, ressaltou, mesmo informando que alguns cantores evangélicos fazem ‘sucesso’ entre os irmãos, como é o caso do cantor espanhol Marcos Vidal.

Sobre a evangelização, o obreiro disse que a Assembleia de Deus tem uma estratégia diferenciada para atrair a atenção do povo. “Colocamos uma mesa em praça pública, espalhamos sobre ela material evangelístico e quem se interessar por conhecer a obra se aproxima e nós aproveitamos para falar de Jesus. Preferimos a evangelização pessoal, até porque a população é muito fechada. Estamos fazendo o que se pode e de uma maneira bem simples”, relatou.

Aliado à mensagem de Cristo, os assembleianos espanhóis fazem um trabalho social com drogados. Visando à conversão deles, os irmãos direcionam o necessitado para uma clínica especializada no tratamento de desintoxicação mantida pela Assembleia de Deus. E para segurar estes e outros nos templos a mensagem é uma só, segundo o pastor Juan. “Pregamos a santidade e o batismo no Espírito Santo. Queremos, assim, produzir na sociedade, a ânsia de se buscar a Deus”, enfatizou.

Entretanto, para ajudar neste trabalho árduo, o obreiro faz um apelo ao Brasil, a quem considera um referencial do Cristianismo. “Desejamos que muitos brasileiros cristãos, ao visitarem a Espanha, se integram à Igreja local e nos ajudem nesta obra. Os brasileiros são bastante respeitamos lá e tem uma chama de evangelização muito grande. É o que precisamos neste momento”, disse.

BIOGRAFIA – O pastor Juan López é líder da Assembleia de Deus em Costa Dourada, que fica na cidade de Tarragona, um lugar que já existe há 2.300 anos. Ele já presidiu a Convenção assembleiana durante sete anos e atualmente exerce a função de secretário nacional de Missões da igreja. É casado com a irmã Katarina Skoog López, nascida na Suécia e missionária naquele país há duas décadas.


Fonte:http://www.jneweb.com.br/
Postado em
12 de julho de 2011

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