Pr. Napoleão de Castro É teólogo, pastor da igreja na cidade de Cacimbinhas e gosta muito de ensinar a Palavra de Deus
Ao consideramos a escritura mostrando a glória e a grandeza de Salomão e do seu reino, pode parecer-nos estranho o fato que, quando ele morreu, sua “casa” estava longe de ser forte. Parece que Roboão foi seu único filho; se houve outros as Escrituras não os mencionam, embora falem de duas filhas.
Assim que Roboão assumiu o trono, ficou evidente que ele carecia das qualidades de um verdadeiro líder, somando ao fato que as sementes da divisão do reino já tinham sido semeadas. Em II Crônicas, no capítulo 10, aprendemos que a insensatez de Roboão foi o que realmente causou a divisão, mas a responsabilidade total não pode ser colocada sobre ele.
O DESVIO DE SALOMÃO
O âmago da questão, sem dúvida, foi o desvio de Salomão dos caminhos do Senhor. Recordemos as palavras do Senhor em I Reis 11.11: “Visto que assim procedestes e não guardastes a minha aliança, nem os meus estatutos que te mandei, tirarei de ti este reino e o darei a teu servo”.
De acordo com as instruções em Deuteronômio 17.16,17, havia três coisas que o rei não devia multiplicar para si: “Não multiplicará para si cavalos, ...tampouco para si multiplicará mulheres, ...nem multiplicará muito para si prata ou ouro”. Que pena! Em seus últimos dias, Salomão falhou em todos estes quesitos.
Olhe para I Reis 10.28: “Os cavalos de Salomão vinham do Egito”. Acompanhe as várias referências ao ouro neste capítulo 11 e versículo 3, diz: “Tinha setecentas mulheres, princesas e trezentas concubinas; e suas mulheres lhe perverteram o coração”. Alguém já disse: “Cuidado na barra de saia e na barra de ouro”. Isto quer dizer: “Tenha cuidado com mulheres e com o poder”.
Embora o Senhor Deus de Israel lhe tivesse aparecido duas vezes, infelizmente ele se voltou para os deuses dos sidôneos, dos moabitas e dos amonitas. Deveríamos dar muita atenção a nossas afeições, interesses e associações para que não embarquemos, como Salomão fez, num caminho que nos levará para longe do Senhor e sermos divisão entre o seu povo. Deixaremos que o leitor considere as situações que têm este potencial.
O DESEJO DE JEROBOÃO
Enquanto a direção da vida de Salomão estava em declínio, havia uma outra figura chave destes eventos em ascendência. Jeroboão era um servo de Salomão que tinha sido promovido a uma posição de autoridade (I Reis 11.26,28).
Vamos considerar o caráter deste homem, pois as Escrituras nos sugerem pelo menos três características dele: laborioso, ambicioso e inescrupuloso. Quando há um homem com estas características só é necessário haver uma oportunidade adequada para que ele se projete.
Sabemos que era intenção de Deus dar o governo das dez tribos de Israel para Jeroboão, mas é óbvio que isto não justifica sua rebelião contra Salomão (11.26). Ou sua conduta desviando o povo (12.30).
Jeroboão era um homem trabalhador, de fato; esta foi a razão para sua promoção (11.28). As palavras de Aías ditas a ele: “Reinarás sobre tudo que desejar a tua alma e serás rei sobre Israel” (11.37) indicam que, mesmo antes do profeta se encontrar com ele, Jeroboão já ambicionava ser rei. Então, ao examinar mais adiante sua história, vemos sua total falta de escrúpulos sob a pretensão de ser o campeão na escolha do povo; cativando seu coração, ele rejeitou o que era de Deus em favor de seus próprios planos e tudo com a intenção de garantir o reino para si (12,26-33). Salomão se desviou do Senhor, mas, no seu rasto, havia um homem ambicioso esperando sua oportunidade.
Em um cenário diferente, Paulo alerta os santos a “notar” e “se afastar” de homens com o caráter de Jeroboão (Romanos 16.17,18).
DESCONTENTAMENTO DO POVO
Tal vez o resultado direto do declínio da liderança de Salomão, certamente providenciando uma oportunidade para Jeroboão, foi o descontentamento dos filhos de Israel. Em 1 Reis 12.1-4 todo o povo tinha vindo a Siquém para fazer Roboão rei. E Jeroboão tinha sido chamado pelo povo, presumidamente para ser seu porta-voz e fazer com que sua queixa fosse ouvida: “Seu pai fez pesado o nosso jugo”. Qualquer que fosse o motivo de sua missão(comentaristas variam em suas sugestões), o povo exigia mudanças.
Este descontentamento se espalha rapidamente. Lembramos da conduta de Israel no deserto (Exodo 16.1-2). Mas se este descontentamento for tratado com sabedoria, pode ser contido e a divisão prevenida, como vemos nos acontecimento de Atos 6.1-7. Entretanto, onde há falta de sabedoria, as consequências são desastrosas.
Quem poderia estimar o dano que houve no passado para o testemunho de algumas congregações pela falha de alguns santos em considerar a exortação do apóstolo: “Nem murmureis” (I Coríntios 10.10).
A DEFICIÊNCIA DE ROBOÃO
As sementes para divisão já tinha sido plantadas, mas foi a insensatez de Roboão que as fez frutificar. Será que Salomão tinha dúvidas quanto à idoneidade de Roboão para reinar (Eclesiastes 2.18,19)? Certamente Abías, filho de Roboão, contou com o benefício da percepção tardia da inexperiência de seu pai ( II Crônicas 13.7).
Devemos notar que, quando todo o Israel veio a Siquém, foi para fazer Roboão rei. Em segundo lugar, a queixa do povo não era contra Roboão, mas contra seu pai. Em terceiro lugar, eles prometeram que, se Roboão os atendesse, eles o serviriam (I Reis 12.1-4). Como Roboão respondeu? Ele foi precavido e pediu conselho (vv.5 e 6), mas não ao Senhor. O conselho dos homens idosos (v. 7) reflitia o ensino de Salomão em Provérbios 15.1: “A resposta branda desvia o furor”, mas foi rejeitado e, em vez disto, Roboão deu ouvidos às palavras dos jovens. Novamente Salomão já tinha avisado: “Como o abrir-se da represa, assim é o começo da contenda; desiste, pois, antes que haja rixa”; mas, ignorando tais conselhos, Roboão respondeu duramente ao povo. Eles responderam da mesma maneira e aconteceu a divisão do reino (I Reis 12.6-16).
Poucas coisas contribuem mais para o desastre do que um homem numa posição de autoridade que traz uma carência tanto de habilidade como de experiência. Sem dúvida, nossos pensamentos nos levam para I Timóteo 3.2: “é necessário...” e para Tito 1.7: “... é indispensável...”, onde Paulo mostra que as qualificações que se seguem não são opcionais, mas essenciais.
Relembrando-os, notamos que o primeiro e o quarto compreendem a falha da liderança. Se não houvesse o desvio de Salomão ou a deficiência de Roboão, haveria pouco ou nenhum espaço para o povo ficar descontente e nem oportunidade para os desejos de Jeroboão se realizarem.
As condições atuais entre o povo de Deus são: muitas congregações ou campos estão marcadas pelas fraquezas dos seus pastores; outras estão sofrendo o golpe da divisão; outras, estão sendo lideradas por ditadores "eclesiásticos". Enfim, tudo aponta para uma carência de liderança divina e uma séria deficiência entre nós.
Com certeza, é necessário um exercício profundo de coração, humildade e confissão perante Deus da parte de todos os que desejam ver as igrejas punindo os divisores só assim veremos igrejas unidas no combate a erradicação das sementes da divisão.
Estudo ministrado para os auxiliares da Assembleia de Deus em Cacimbinhas-AL
Fonte:http://www.jneweb.com.br/
Postado em 29 de julho de 2011
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