NIGÉRIA (23º) - São 5h30 da manhã do dia 16 de junho. Antes que a família Nangor possa se reunir para suas devoções habituais, Dangtim tem que preparar bastante água para ele e sua grande família, para o dia. Sendo um guarda de trânsito, um dia atarefado aguarda Dangtim Nangor. Depois de tomar café da manhã, ele cumprimenta Rita, sua esposa, e seus dez filhos. "Eu te amo muito", declara a cada um antes de sair para o trabalho.
Mal sabiam Rita e seus filhos que nunca mais o veriam na terra ou ouviriam tais palavras do chefe de sua família.
Membros do Boko Haram têm conspirado para matar o Inspetor Geral da polícia, Hafiz Ringim, na sede da polícia em Abuja. Dangtim Nangor estava trabalhando no mesmo quarteirão.
Um ataque premeditado contra a vida do Inspetor Hafiz Ringim foi encomendado, depois que ele, durante a sua chamada a Maiduguri, pronunciou que os dias de Boko Haram estavam contados. O anúncio feito pelo chefe da polícia agravou a ira dos membros da seita, o que resultou no envio de um bombista suicida à sede da polícia. Esse ato seria a forma de mostrar quão despreparado o seu movimento militante estava.
Conduzindo um veículo particular, o suicida Mohammed Manga seguia o comboio do chefe de polícia, que ia em direção à sede, em Louis Edet. Na chegada, Dangtim estava posicionado na entrada da estação, aguardando o comboio. Nesse momento, ele percebeu o veículo civil, no final da linha.
Dangtim se aproximou do veículo e ordenou ao motorista que saísse do carro para ser interrogado. Apenas segundos depois de Dangtim ter abordado o cidadão aparentemente inocente, a bomba explodiu. A explosão devastadora consumiu 72 veículos no total e reivindicou seis vidas, incluindo a de Dangtim Nangor.
O telefonema para a residência Nangor, que mudaria a face do destino para esta família para sempre, é um que Rita gostaria de nunca ter tido de atender.
"Eu não podia acreditar no que meus ouvidos ouviram naquele dia fatídico. Eu estava trabalhando a terra em nossa fazenda, quando meu telefone tocou. A voz sinistra do outro lado me chamou para voltar para casa imediatamente. Corri para casa e encontrei uma pequena multidão à minha porta. A expressão em seus rostos comunicava mensagens confusas, mas eu sabia. Era evidente a mensagem trazida. No início, ninguém reuniu coragem suficiente para me dar a notícia, mas meu pastor falou as palavras da forma mais gentil possível, desejando não ser o mensageiro naquele dia trágico."
O funeral foi no sábado, dia 2 de julho. Representantes da Portas Abertas estavam presentes. A presença de pastores e outros cristãos era grande e falou mais alto do que qualquer lembrança de sermão. Durante toda a cerimônia, as mulheres e as crianças derramaram lágrimas, mas foi o som desolado e perceptível de Rita e os soluços de seus filhos que fizeram do enterro um processo doloroso de suportar. O cadáver irreconhecível de Dangtim foi enterrado na aldeia Yashi, situada em Langtang, área do Estado de Plateau.
Qualquer tentativa para aliviar a dor da viúva parecia insuficiente. Era como se não existissem palavras adequadas para confortá-la. A confusão era imensa no coração de Rita, pois naquele dia deu seu último olhar ao marido, antes de seu sepultamento.
"A forma como o meu marido morreu foi horrível e trágica e permanecerá na minha mente. Só estou orando para que Deus me conforte e aos nossos filhos, porque só Ele é capaz de fazê-lo", foram as palavras de Rita.
Os representantes da Portas Abertas tiveram um tempo de oração com a família, confiando em Deus para restaurar a família e para trazer a cura aos seus corações e mentes. A Portas Abertas está em contato com a família Nangor, dando-lhes assistência espiritual e apoio financeiro.
"Oro para que Deus trabalhe nos corações daqueles que têm planos malignos contra as pessoas na Nigéria, para que cheguem ao conhecimento salvífico de Jesus Cristo. Continuarei confiando no Senhor para me ajudar e às crianças. Ele saberá como preencher o vácuo deixado pela morte de Dangtim", afirma Rita.
Postado em 26 de julho de 2011
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