terça-feira, 12 de julho de 2011

"O Estado não deve desconsiderar o apelo religioso", diz sociólogo alagoano

James Washington, sociólogo


Pastor afirma que a bandeira dos evangélicos está apoiada na ética bíblica

Após polêmicas sobre temas-tabus, o Brasil tem vivido uma onda de enfrentamentos e discussões calorosas em diversos grupos sociais. Parlamentares, sociedade civil organizada e outros segmentos trocam farpas sobre questões culturais e religiosas. O sociólogo alagoano, James Washington, explica que o Estado não defende credo ou doutrina, mas não deve desconsiderar o apelo religioso.

Para o sociólogo, o Estado, enquanto poder constituído e governamental, não deve desconsiderar o apelo dos religiosos, pois o modelo que temos de Estado não defende nenhuma fé, contudo enxerga os direitos, e deve ser considerado como um Estado Liberal (ou Democrático de Direito). Daí o choque.

A presidenta Dilma Rousseff foi acusada de ceder à pressão de evangélicos e católicos quando decidiu revogar o kit de combate à homofobia. O kit estava sendo elaborado a partir do suposto diagnóstico de que falta material adequado e preparo dos professores para tratar do tema e seria distribuído nas escolas.

James explica ainda que os evangélicos têm um conceito de família alicerçado na Bíblia e ideologicamente forte, principalmente no Estado e na região em que vivemos. Mas acrescenta: “No ponto de vista do Estado, seu papel é garantir os direitos de um grupo, sem denegrir os direitos dos outros, mantendo assim a livre expressão da individualidade”.

ARTIGO

Recentemente, o site Brasil 247 publicou um artigo intitulado O Brasil não é católico e nem evangélico. O texto enfatiza a influência religiosa no dia-a-dia do brasileiro desde a época da colonização do País. “Ainda existe ensino religioso obrigatório em escolas públicas, feriados em datas católicas (como o de Corpus Christi e de Nossa Senhora Aparecida), crucifixos em repartições públicas, invocações a Deus em textos oficiais. Em um Estado laico verdadeiro, nada disso existiria”, diz o texto.

O artigo aponta o poder político do segmento religioso no Brasil, relembra fatos recentes da última campanha política presidencial e ainda diz que os evangélicos querem a prerrogativa de dizer o que o País pode ou não pode fazer. Inclusive, cita a polêmica sobre a anulação de uma união civil gay, em Goiânia, por um juiz evangélico. O magistrado justifica sua decisão afirmando que o Judiciário não pode alterar a Constituição Federal.

Para o pastor e bacharel em Direito, José Laelson da Silva, a bandeira que os evangélicos e católicos levantam nesse momento está apoiada na ética bíblica e estabelecida no Antigo e Novo Testamento. “Nosso fundamento para essa defesa está firmado na Palavra de Deus, no compromisso com os paradigmas cristãos e na filosofia judaico-cristã que é o sustentáculo do Ocidente”, assegura.

O pastor alega também que os valores cristãos são milenares e não podem ser atropelados pelo desmoronamento dos valores sociais. “Nesse embate ideológico, católicos romanos, evangélicos e até segmentos não religiosos da sociedade ainda são comprometidos com a boa moral cristã”, lembra.



Fonte:http://www.jneweb.com.br/
Postado em
12 de julho de 2011

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