Continuam os protestos contra os incêndios em igrejas no centro do Cairo, após o final de semana de confrontos. Os cristãos coptas estão recolhendo os pedaços depois os confrontos em que duas igrejas foram incendiadas e 12 pessoas mortas.
No sábado à noite, grupos muçulmanos atacaram e incendiaram a igreja de Mar Mina, em Imbaba, por acreditarem que os cristãos mantinham presa ali uma ex-muçulmana que teria mudado de credo para se casar com um jovem cristão. O confronto sangrento deixou pelo menos 12 mortos e 232 feridos, de acordo com números divulgados pelo Ministério da Saúde do Egito.
A mulher teria aparecido em uma televisão cristã para desmentir as acusações.
Grupos de cristãos e muçulmanos atiraram bombas e pedras uns nos outros nas ruas. Casas e lojas também foram alvejadas. A polícia conseguiu colocar a situação sob controle depois de usar gás lacrimogêneo para dispersar a multidão.
Os líderes da igreja conduziram orações e declararam três dias de luto.
Centenas de cristãos se reuniram em frente ao prédio da televisão estatal no centro do Cairo, pedindo a demissão do principal líder militar do Egito, o Marechal de Campo Mohamed Hussein Tantawi, e acusando o Exército de não protegê-los.
O governo adotou uma postura mais rígida em resposta à violência, com as 190 pessoas detidas e se comprometeu a pagar uma indenização às famílias dos mortos e feridos na violência.
Autoridades prometem aumentar segurança de igrejas
Em entrevista à televisão, o governador da província de Giza, que inclui setores da Grande Cairo e onde está localizado o bairro de Imbaba, Ali Abdel Rahman, disse que o Exército e a polícia conseguiram acalmar a região.
O confronto, segundo agências de notícias internacionais, representa um novo desafio para os generais que governam o país desde a saída do poder do presidente Hosni Mubarak, em decorrência de intensos protestos.
O ministro da Justiça, Mohamed el-Guindy, prometeu que o governo vai aumentar a segurança nos locais de culto e endurecer as leis que criminalizam ataque a locais de adoração.
Periodicamente há incidentes armados entre cristãos e muçulmanos no Egito por motivos religiosos, especialmente no sul do país.
Postado em 10 de maio de 2011
0 comentários:
Postar um comentário