sábado, 21 de maio de 2011

Evangélicos prometem contra-ataque à luta pela criminalização da homofobia

manifestação dos evangelicos


Além de abaixo-assinado, evangélicos preparam grande manifestação para o dia 1º de junho

Enquanto grupos gays lutam pelos direitos dos homossexuais, religiosos – em sua maioria ligadas às igrejas evangélicas – planejam um contra-ataque. Além de um abaixo-assinado na internet contra o projeto de criminalização da homofobia, que já tem mais de 50 mil assinaturas, eles prometem uma grande manifestação para o dia 1º de junho contra a criminalização da homofobia. "Dia 1º de junho estarei em Brasília. Os homossexuais dizem que reuniram cinco mil pessoas. A sociedade não está nem aí para esses caras. Não sou exagerado, garanto que de 10 e 15 mil pessoas estarão lá", anuncia o pastor da Assembleia de Deus Vitória em Cristo, Silas Malafaia.

O temor de segmentos das igrejas católica e evangélica é de que estejam na iminência de perder o direito à livre manifestação de suas crenças, como, por exemplo, pregar que homossexualidade é pecado. A proposta de criminalização da homofobia tramita no Congresso Nacional desde 2006 e ganhou novo fôlego após o Supremo Tribunal Federal (STF) decidir que pessoas do mesmo sexo também têm direito à união estável.

Num tom agressivo, Malafaia diz que no Brasil é permitido criticar pastores, padres e o presidente de República, “mas criticar homossexuais é crime”. Ele afirma que condenar a prática homossexual é diferente de discriminar pessoas. E não vê semelhança entre o que é pleiteado pelos gays com as vitórias alcançadas por negros, com a criminalização do racismo, e das mulheres, com a Lei Maria da Penha. "Isso é uma afronta, ninguém pede para nascer negro. A sociedade brasileira é conservadora e o estado democrático de direito deve respeitar e proteger as minorias, mas não pode sobrepujar o direito da maioria", argumenta. "Ser homossexual é um direito, mas não posso ser discriminado pela minha fé. Um soco num homossexual dói tanto como num hetero".

Para a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), o maior problema é que o projeto “foi mal feito”. O advogado da instituição, Hugo Sarubbi, afirma que todas as condutas presentes na proposta já são tipificadas por outras leis. Mas o temor de que as manifestações de fé sejam barradas também aflige os católicos. Ele ressalta, no entanto, que a igreja participou do lançamento do selo contra a homofobia e que está aberta ao diálogo, principalmente, se for para debater propostas que combatam a violência e a discriminação. E que ser contra a prática homossexual não significa ser conivente com comportamentos contra os homossexuais. "Da forma como foi construído, o projeto vai submeter a sociedade a um grau de subjetividade muito grande. A senadora Marta Suplicy (PT-SP) acrescentou emenda para permitir que manifestações pacíficas baseadas na fé não seriam criminalizadas. Essa exceção tem que nortear todo o processo", avalia.


Fonte:http://www.jneweb.com.br/
Postado em 21
de maio de 2011

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