segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Esposa de chinês preso ganhador do Nobel se diz 'refém'

Liu Xiaobo e sua esposa, Liu Xia


CHINA (16º) - O caso do ativista chinês ganhador do prêmio Nobel da Paz de 2010 que causou indignação internacional, ganha mais um agravante. Sua esposa, Liu Xia é mantida refém em sua própria casa, causando uma desesperadora situação como ela declarou na última semana segundo a associação ChinaAid.

A declaração é tida como seu primeiro contato com o mundo exterior em quatro meses, segundo um amigo próximo que conversou online.

Após o anúncio de outubro, onde informaram que seu marido tinha ganhado o prêmio, Liu Xia não conseguiu mais ter contato com nenhuma pessoa. Inicialmente, pensou-se em prisão domiciliar na residência do casal localizada em Pequim, mas acredita-se que ela esteja presa na casa de seus pais.

Em sua declaração, a chinesa se diz infeliz e acrescenta: "Ninguém pode me ajudar.”

Na conversa pela internet, Liu Xia pediu ao contato que não ficasse online, “caso contrário, toda a minha família estará em perigo." Quando perguntaram se estava em casa, a resposta foi positiva, seguida da informação de que "minha família inteira é refém."

"É tão angustiante, não paro de chorar. Ninguém pode me ajudar..."

A conversa foi cessada para que não houvesse danos a ela ou sua família, informando que existe um apoio a eles.

Liu Xiaobo cumpre uma sentença de 11 anos por incitar a subversão do poder do Estado através da coautoria da Carta 08, que é um alerta para reformas democráticas, além de outros ensaios publicados online.

No ano passado, na cerimônia de entrega do Nobel, o autor foi representado por uma cadeira vazia, já que nenhum representante da sua família pode comparecer.

Desde então, sua esposa foi colocada em prisão domiciliar. Embora toda a comunicação tenha sido cortada, ela foi capaz de visitar seu esposo na prisão uma vez.

Citando os casos de Liu Xia, o desaparecimento do advogado Gao Zhisheng e a prisão domiciliar após a liberdade do ativista jurídico Chen Guangcheng, grupos de direitos humanos temem que as autoridades se utilizem cada vez mais de métodos ilegais para silenciar vozes indesejadas.



Postado em 28 de fevereiro de 2011

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