terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Mais três sobreviventes são resgatados cinco dias após tremor no Haiti




Membros de ONG buscam vítimas vivas em escolas de Porto Príncipe



Sobreviventes são uma menina de sete anos, homem de 34 e mulher de 50; até agora, 70 foram resgatadas com vida dos escombros

Três haitianos foram resgatados dos escombros de um supermercado de Porto Príncipe neste domingo, cinco dias após o terremoto de magnitude 7 que destruiu grande parte da capital haitiana, informaram voluntários americanos e turcos. "Três sobreviventes foram retirados durante a manhã do supermercado Caribbean Market", declarou à agência de notícias France Presse Joseph Fernandez, um voluntário da equipe americana South Florida Urban Research and Rescue.

Os sobreviventes, com ferimentos relativamente leves, são uma menina de sete anos, um homem de 34 e uma mulher de 50. As equipes de resgate tentavam ainda retirar uma quarta pessoa, um homem, dos escombros.

Mais cedo, a porta-voz do Escritório da ONU para a Coordenação de Assuntos Humanitários (Ocha), Elizabeth Byrs, disse que 70 pessoas foram resgatadas com vida dos escombros em que se transformou boa parte da capital Porto Príncipe. Há 43 equipes de resgate estrangeiras presentes na cidade, correndo contra o tempo, para encontrar centenas de desaparecidos.

A agência de notícias Associated Press relatou na manhã deste domingo que Nadine Cardoso, 62, dona de um hotel na capital do Haiti, Porto Príncipe, também foi resgatada dos escombros do edifício mais de cem horas depois do terremoto. O marido de Nadine, Reinhard Riedl, disse na manhã deste domingo que a mulher está sendo atendida por médicos no local por causa de uma desidratação, mas que não sofreu nenhuma lesão.

As equipes de resgate trabalham há dias nos escombros do luxuosos Hotel Montana, onde há dezenas de desaparecidos. Eles conseguiram libertar três sobreviventes presos sob os escombros neste sábado e Riedl ganhou nova esperança quando seu filho disse ter ouvido a voz da mãe.

Estes resgates, contudo, são exceção. Especialistas dizem que após 72 horas de um tremor, as esperanças de encontrar sobreviventes sob os escombros, sem água e sem comida, são mínimas. Isso não impede, contudo, que o trabalho de resgate continue --seja pelas equipes especializadas que voaram de diversos países para ajudar, seja dos próprios haitianos que tiram escombros com as mãos em busca de conhecidos e familiares.

Tragédia

O terremoto aconteceu às 16h53 desta terça-feira (19h53 no horário de Brasília) e teve epicentro a 15 quilômetros de Porto Príncipe, a capital do país. Ainda não há um dado preciso sobre o número de mortos. A Organização Pan-americana de Saúde, ligada à ONU, diz que pode ter morrido cerca de 100 mil pessoas. Já o Cruz Vermelha estima o número de mortos entre 45 mil e 50 mil. Nesta sexta-feira, governo do Haiti afirmou estimar em 140 mil o total de vítimas.

Mais de 25 mil corpos de vítimas já foram enterrados, declarou neste sábado o primeiro-ministro haitiano, Jean-Max Bellerive. "Vinte mil corpos foram oficialmente retirados pelo Estado, sem contar aqueles retirados pela Minustah [missão de paz da ONU no Haiti], pelas ONGs e pelos voluntários, que somam por volta de 5.000 a 6.000", declarou.

Segundo o ministro da Defesa, Nelson Jobim, 17 brasileiros morreram no país --14 militares e mais três civis, entre eles a médica Zilda Arns e o chefe-adjunto civil da missão da ONU no Haiti, Luiz Carlos da Costa. O corpo de Costa foi encontrado neste sábado.

Mais 16 militares brasileiros ficaram feridos no terremoto. Eles chegaram ao Brasil nesta sexta-feira, e desde então estão internados no Hospital Geral do Exército, em São Paulo, para um período de quarentena.


Fonte:http://www.jneweb.com.br/
Postado em de 19 janeiro de 2010

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