sábado, 16 de janeiro de 2010

Cônsul do Haiti atribui culpa do terremoto à religião




Cônsul geral do Haiti em São Paulo, George Samuel Antoine


Uma das principais correntes religiosas no país é o vodu

Reportagem exibida ontem (14) no SBT Brasil mostra o cônsul geral do Haiti em São Paulo, George Samuel Antoine, afirmando que a tragédia no Haiti está tendo bons resultados para ele e atribuindo a culpa do terremoto de terça-feira (12) à religião. Antoine deu as declarações à repórter Elaine Cortez sem saber que estava sendo gravado.

"A desgraça de lá está sendo uma boa pra gente aqui, fica conhecido", disse o cônsul. "Acho que de, tanto mexer com macumba, não sei o que é aquilo... O africano em si tem maldição. Todo lugar que tem africano lá tá f...", completa Antoine.

Uma das principais correntes religiosas no país é o vodu, que tem relação com outras manifestações de origem africana como o candomblé e a santeria. Após a gravação da reportagem, o jornalista Carlos Nascimento informou que foi feito outro contato com o cônsul, que disse ser uma pessoa preparada para o cargo.

O total de mortos pelo terremoto de 7 graus pode chegar a 50 mil, diz a Cruz Vermelha no Haiti, e os desabrigados devem somar 3 milhões. O governo enterrou na quinta-feira 7.000 corpos em uma vala comum.

Dezessete brasileiros morreram no tremor que devastou a capital do país, Porto Príncipe. Há cerca de 1.310 brasileiros no país, dos quais cerca de 50 são civis. O Brasil possui 1.266 militares na missão de paz da ONU, Minustah (missão de estabilização da ONU liderada pelo Brasil), enviada ao país depois de uma sangrenta rebelião, em 2004, que sucedeu décadas de violência e pobreza.

Corpos
Na tarde de quinta-feira, ao menos 1.500 corpos estavam empilhados dentro e fora do necrotério do hospital geral de Porto Príncipe, e caminhonetes continuam a ser usadas para transportar as vítimas do terremoto, o que indicava que o número poderia aumentar. "Não posso dizer quantos corpos serão trazidos para cá", disse o diretor do hospital, Guy LaRoche.

Ainda há muitos corpos que continuam nas ruas, a maioria coberta apenas por panos brancos sob um calor de 27ºC. Algumas pessoas enterravam seus parentes em covas rasas nas margens de uma estrada. Uma mulher foi amarrada a uma tábua e coberta com um lençol antes do enterro, enquanto fogueiras eram acesas para afastar moscas.

Outros tentaram enterrar seus parentes nas encostas, o que não foi recomendado pelos militares brasileiros - que lideram a missão de paz da ONU no país - porque os corpos poderiam ficar expostos após a ocorrência de chuvas.


Fonte:http://www.jneweb.com.br/
Postado em de 16 janeiro de 2010

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