Operação sem precedentes na história da mineração durou quase 23 horas
Após quase 23 horas de trabalho, o Chile concluiu o resgate de todos os 33 mineiros que estavam confinados desde 5 de agosto numa mina de cobre em Copiapó, no norte do país, a uma profundidade de quase 700 metros. A operação de resgate, sem precedentes na história da mineração, foi concluída sem incidentes.
A operação foi iniciada às 23h18 da terça-feira (12), com a descida ao refúgio do socorrista Manuel González Pavez, terminou às 21h55 desta quarta (13), com a saída de Luis Urzúa Iribarren, de 54 anos, último mineiro resgatado. Com a chegada da cápsula à superfície, uma sirene tocou por alguns segundos e foi feito um anúncio formal de que todos haviam sido resgatados e estavam em perfeitas condições.
A cada mineiro que chegava à superfície, a equipe de resgate e familiares comemoravam muito, e os mineiros, sempre emocionados, passavam por uma bateria de exames médicos.
A previsão inicial era de que a operação pudesse durar até 48 horas, mas o prazo foi revisto e o presidente do Chile, Sebastián Piñera, anunciou que terminaria ainda nesta quarta. O processo de descida e subida da cápsula de resgate, programado para durar cerca de uma hora por mineiro, levou menos de 30 minutos no final do dia.
Um a um, os resgatados foram atendidos por médicos que avaliaram as condições gerais de saúde. Pelo menos 22 deles já foram transferidos de helicóptero ao hospital da cidade de Copiapó. A maioria estava com a saúde perfeita, e apenas um precisou ser internado por apresentar um quadro de pneumonia aguda.
As quase 24 horas de resgate foram marcadas por muitos momentos emocionantes e curiosos. O segundo mineiro a ser resgatado, o eletricista Mario Sepúlvera, distribuiu pedras ao presidente Piñera e ao ministro da Mineração, Laurence Golborne. O 21º, o enfermeiro Yonni Barrios Rojas, foi recebido por sua amante, após uma disputa de triângulo amoroso com sua esposa. O ex-jogador de futebol Franklin Lobos recebeu de presente uma bola ao ser retirado, tentou fazer embaixadinhas, mas se atrapalhou.
Início da operação
Primeiro trabalhador a deixar a mina, Florencio Ávalos, chegou à 0h11 de quarta (13), com os óculos especiais para evitar o choque da luz, e foi recebido com festa pela mulher, Monica, pelo filho de sete anos, Byron, que chorou muito, pela equipe de resgate e por autoridades. A TV estatal chilena e TVs de todo o mundo transmitiram os trabalhos ao vivo.
O socorrista González informou que os 32 demais mineiros estavam bem de saúde. Logo depois, o presidente deu entrevista e prometeu que a mina não voltaria a funcionar até que eventuais problemas de segurança fossem resolvidos. Piñera lembrou que estava cumprindo sua promessa de trazer os mineiros à superfície "são e salvos". "13/10/10 é um número mágico", disse ele.
O presidente acompanhou pessoalmente o resgate dos quatro primeiros mineiros e, pela manhã, retornou ao local. A cápsula com Ríos chegou ao fundo à 0h43, e subiu com o eletricista Mario Sepúlvera às 0h56. Ele chegou à superfície à 1h09, aparentando estar bem humorado e distribuiu pedras ao presidente Piñera e ao ministro da Mineração, Laurence Golborne.
Então, o socorrista Patricio Roblero desceu à mina, e foi preparada a subida do ex-militar Juan Illanes, que chegou à superfície às 2h08. Em seguida, a cápsula desceu sozinha, e o próximo a subir foi o boliviano Carlo Mamani, que chegou às 3h09 e foi recebido pela mulher, Verónica Quispe, que segurava uma bandeira da Bolívia. Ele se ajoelhou e agradeceu a Deus pela libertação.
O presidente da Bolívia, Evo Morales, tentou chegar a tempo de acompanhar o resgate de seu compatriota, mas só conseguiu chegar a Copiapó na manhã desta quarta. Na véspera, Morales havia prometido casa e emprego para Mamani e a família. Morales também disse que queria voltar com Mamami e a família à Bolívia.
Fonte:http://www.jneweb.com.br/
Postado em 14 de outubro de 2010
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