EGITO (20º) - A rede mundial de Organização de Direitos Humanos Copta, a Sociedade Copta, divulgou um comunicado em 14 de outubro, alertando que o aumento alarmante de atividades anticopta nas últimas semanas poderia eventualmente "degenerar em ataque de violência contra eles e seus líderes espirituais" no próximo período iminente de mudanças políticas no Egito.
A eleição nacional para a Assembleia do Povo Egípcio, a Câmara do Parlamento, está agendada para 29 de novembro, e a eleição presidencial está prevista para 2011, com a questão controversa e ainda indefinida do filho mais novo do presidente Mubarak, Gamal, ser seu sucessor.
O comunicado da Sociedade acusa as autoridades egípcias de terem "optado por permanecer em silêncio, provando, mais uma vez, que poderiam estar tentando usar o radicalismo islâmico como um meio de canalizar os coptas contra o descontentamento social crescente no país".
A igreja copta testemunhou recentemente campanhas de incitação, iniciadas em mesquitas de todo o país. Foi uma combinação entre a mídia nacional e os radicais islâmicos que utilizavam programas televisivos islâmicos financiados pelo Wahhabi. Manifestações contra a igreja e seu pontífice o papa Shenouda III também foram feitas.
A declaração menciona as falsas acusações televisionadas lançadas contra a igreja por parte de importantes figuras da liderança islâmicas em 15 de setembro e ainda, acusações de “estocar armas e munições (importados de Israel) em suas igrejas e mosteiros” e de “se preparar para promover guerra contra os muçulmanos”. Os coptas foram ainda acusados de “incitar a disputa sectária e de procurar ter seu próprio estado independente no Egito”.
Em canais estatais e privados de TV no final de setembro o papa expressou sua preocupação sobre a situação em curso e repudiou tais alegações como sendo ilógicas contra a igreja, e acrescentou que a única vez que um copta carregaria uma arma seria “caso trabalhasse na polícia ou no exército”.
O papa passou a dizer que as portas das igrejas estão abertas ao escrutínio estatal, e também ridicularizou os boatos de um “estado copta” em separado nas linhas entre o norte e o sul do Sudão. “Os coptas vivem por todo o país, e isto não seria viável”, declarou.
A Solidariedade Copta chamou a atenção para considerar as autoridades egípcias e liderança política como inteiramente responsáveis, e pediu que medidas efetivas fossem tomadas imediatamente para diminuir essa onda perigosa.
Os membros da Solidariedade Copta e um grupo de especialistas norte-americanos vão realizaram uma coletiva de imprensa em Washington para descrever ao público americano os riscos previsíveis sobre os coptas no Egito, na segunda-feira 18 de outubro a partir do meio-dia (12hs) no National Press Building (Edifício da Imprensa Nacional).
Postado em 28 de outubro de 2010
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