quarta-feira, 9 de março de 2011

Extremistas islâmicos incendeiam 59 igrejas etíopes

Bíblia em língua somali, com capa lembrando o Corão


ETIÓPIA (43º) - Uma nova onda anticristã acontece na região rural oeste da Etiópia há quase uma semana, onde pelo menos um cristão foi morto e outro ferido. Em um ataque em massa de extremistas islâmicos, 59 igrejas e pelo menos 28 casas foram incendiadas conforme líderes cristãos relataram à agência de notícias Compass Direct.

Como resultados dos ataques, mais de 4.000 cristãos de Asendabo, uma região da importante cidade etíope de Zona Jimma, foram obrigados a deixar suas casas. Fontes locais afirmam que o início dos conflitos se deu no dia 2 de março, depois que muçulmanos acusaram um cristão de profanar o Alcorão e de rasgar um exemplar do livro sagrado.

"A atrocidade ainda continua e as pessoas estão sofrendo", declara uma fonte da capital Addis Abeba, que mantém contato com os líderes da Igreja local.

Apesar de não ter sido ainda identificado, acredita-se que o cristão morto é um membro da Igreja Ortodoxa Etíope.

Em declaração ao Compass, um líder da igreja etíope afirma que "um cristão ortodoxo, cuja filha integra a Igreja Mekane Yesus, foi morto. Pastores e ministros estão feridos e muitos cristãos foram deslocados."

Autoridades

Na capital do país, um pastor afirma que líderes evangélicos têm relatado os ataques e pedido às autoridades oficiais ajuda, mas nenhuma providência foi tomada até o momento.

“A igreja pediu proteção de mais policiais”, disse ele. “As autoridades enviaram forças de segurança, e estes ficaram impressionados com os ataques.”

A destruição que começou na zona rural de Asendabo, na região de Oromia, a 300 quilômetros da capital, se espalhou para Chiltie, Gilgel Gibe, Gibe, Nada, Dimtu, Uragay, Busa e Koticha, e se dirige à cidade de Jimma.

O pastor diz que os ataques contra os cristãos estão seguindo na direção da maior cidade do sudoeste do país e têm acontecido do mesmo modo: grupos reúnem milhares de muçulmanos extremistas e promovem agressões.

As regiões de Ako, Jimma, Dimtu e Derbo, têm servido como abrigo a muitos cristãos.

Os ataques

A Igreja Etíope Kale Hiwot (EKHC, sigla em inglês) teve o seminário e dois edifícios do escritório da igreja destruídos. Além dela, outras igrejas foram queimadas: 38 pertenciam à EKHC, 12 edifícios à Mekane Yesus, seis à Adventista do Sétimo Dia, dois edifícios à igreja Muluwongel, e outro pertencia à congregação "Only Jesus".

Segundo o pastor, “as mulheres e as crianças são as mais afetadas neste ataque súbito”. "É desnecessário mencionar que casas e propriedades de cristãos foram incendiadas... O custo total estimado pode chegar a mais de 3,55 milhões de dólares americanos.”

Constituição

De acordo com o Departamento de Estado Americano, o Relatório Internacional de Liberdade Religiosa de 2010 informa que a Constituição da Etiópia, suas leis e políticas em geral, respeitam a liberdade de religião, mas, ocasionalmente, algumas autoridades locais violam este direito.

Segundo o censo de 2007, 44% da população da Etiópia da Igreja Ortodoxa Etíope, 19% são evangélicos e pentecostais e 34% são muçulmanos sunitas.

Apesar de a Constituição respeitar a liberdade religiosa, em 2006 a história com os cristãos não foi diferente:eles foram vítimas de violentos ataques no oeste da Etiópia e 24 pessoas morreram.

"Os ataques à igreja têm sido uma ocorrência comum em áreas predominantemente muçulmanas da Etiópia como Jimma e Jijiga", lamenta a fonte que pediu para não ser identificada. “Os cristãos são vítimas de assédio e intimidação.”

Os violentos combates eclodiram igualmente na fronteira do Quênia, da Etiópia e da Somália. Muitas vítimas e centenas de desabrigados surgiram quando as tropas etíopes tentavam repelir os soldados extremistas islâmicos da Al Shabaab de Bulahawo, na Somália, perto de Mandera, no Quênia.



Postado em 09 de março de 2011

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