sábado, 20 de fevereiro de 2010

Willian Carey




Willian Carey, um grande homem e seus grandes sonhos


“Faça grandes coisas para Deus e espere grandes coisas de Deus”

Ao discorrer a Palavra de Deus, fico maravilhada com a forma que Deus usa o homem. Ele traz para si tanto os letrados como os iletrados, tornando-os servos fiéis. Graciosamente o Senhor os prepara para uma obra mais excelente; e pela fé eles saem, incansavelmente, a fim de realizarem os desígnios do Seu Senhor. Quando me deparo com a galeria dos heróis da fé (Hebreus 12), posso ouvir a voz do autor dizendo: “E que mais direi? Faltar-me-ia o tempo contando de Gedeão, e de Baraque, e de Sansão, e de Jefté, e de Davi, e de Samuel, e dos profetas; os quais venceram reinos, praticaram a justiça, alcançaram promessas...”. Além desses, tantos outros no decorrer da história se levantaram, sem temer os embates da vida e as conseqüências de atender ao chamado seriamente. Ao estudar a história das missões d.C. (depois de Cristo), me sinto impactada com os homens e mulheres que prosseguiram firmes no propósito de anunciar o Reino de Deus entre os povos. Aí eu precisaria de mais tempo para falar desde os valentes da Igreja Primitiva, bem como de Perpétua, Justino, Ulfilas, Nicolaus L. von Zinzendorf, John Wesley, Martinho Lutero, Henry Martin, Adoniram Judson... e em especial o “Pai das Missões Modernas”, William Carey. Carey é conhecido universalmente como o “Pai das Missões Modernas”. Seu nome se confunde com o período heróico do movimento missionário protestante iniciado com seus 40 anos de ministério na Índia. Ele era sapateiro, britânico, tradutor, pregador – William Carey foi tudo isso e muito mais. Acima de tudo, ele foi uma fiel testemunha do Evangelho de Jesus Cristo no meio de uma vida de sofrimento pessoal, de desprezo profissional e de discórdias internacionais. Contudo, venceu barreiras a fim de proclamar as Boas Novas, sendo o missionário a batizar o primeiro hindu. Sigamos o exemplo desta testemunha fiel, bem como das demais que não tiveram suas vidas como preciosas. Resgatemos os princípios do Evangelho, vivenciando missões na prática. Se a obra missionária está no coração de Deus, ela deve ter primazia em seu coração também!



Biografia 1

William Carey viveu num momento muito importante do movimento missionário protestante, que começou com seu ministério de quarenta anos na Índia, e incluía outros nomes famosos, como Henry Martyn, Adoniram Judson, Robert Morrison, David Livingston e Hudson Taylor. Todos conheciam Carey pessoalmente ou foram influenciados por ele

Uma Testemunha Fiel William Carey nasceu pobre na zona rural de Northamptonshire, no centro da Inglaterra, a 17 de agosto de 1761. Foi criado num lar anglicano e seu pai era tecelão e trabalhava num tear em sua própria casa. A infância de Carey foi rotineira, exceto por problemas de alergia que o impediram de trabalhar como jardineiro. Em lugar disso, começou a trabalhar como sapateiro. Aos dezessete anos foi convidado para ouvir uma pregação "não-conformista" e converteu-se. Aos 22 ou 23 anos dedicou-se ao estudo das Escrituras acerca do batismo e decidiu ser batizado como crente, por John Ryland Jr., no rio Nene, em 5 de outubro de 1783, tornando-se membro da igreja batista. Mesmo morando perto de Oxford e Cambridge, onde estão duas das mais famosas universidades do mundo, freqüentou a escola apenas até os doze anos. Antes dos vinte anos, casou-se com a cunhada de seu patrão, Dorothy, que era cinco anos mais velha de que Carey, e como muitas mulheres de sua classe naquela época ela era analfabeta. Os primeiros anos de casamento foram difíceis e pobres. Depois de algum tempo ele também precisou cuidar da viúva de seu falecido patrão e seus quatro filhos. Apesar destas dificuldades, Carey continuou estudando como autodidata e tornou-se um pregador leigo. Foi consagrado ao ministério em 1785 com a cooperação de John Ryland e Andrew Fuller, pastoreando a igreja batista em Moulton. Depois assumiu outro Pastorado em Leicestershire, na Associação de Northampton, embora mesmo ali fosse forçado a trabalhar para sustentar a família. Ainda assim ele seguiu um plano rígido de estudos no pastorado. Na segunda-feira estudava os Clássicos, e na terça-feira estudava hebraico e Novo Testamento grego, e nos outros dias preparava-se para os cultos. Durante esses anos no pastorado, sua filosofia de missões começou a tomar forma, e aos poucos desenvolveu uma perspectiva bíblica do assunto, convencendo-se de que a Grande Comissão é um desafio para ganhar os povos não-alcançados para Cristo. Em 1791, depois de várias pesquisas, notou que 70% do mundo não professavam o cristianismo. Quando Carey apresentou suas idéias a um grupo de pastores batistas, um deles replicou: “Jovem, sente-se”. Quando Deus quiser converter os pagãos, Ele o fará sem a sua ajuda ou a minha “. Mas Carey não desistiu. Na primavera de 1792 ele publicou um livro de 87 páginas, intitulado Uma averiguação da obrigação dos cristãos de usar meios para a conversão dos pagãos. Em 30 de maio de 1792 pregou, numa reunião de ministros da Associação Batista em Nottingham, o famoso sermão de Isaías 54.2-3:” Esperai grandes coisas de Deus e empreendei grandes coisas para Deus “. No dia seguinte", sob a influência de Fuller, foi votada a resolução de planejar a formação da “Sociedade Batista para Propagação do Evangelho entre os Pagãos”. Esta não foi uma decisão precipitada, pois, como Carey, a maioria dos ministros recebia um salário de fome, o envolvimento com missões no estrangeiro envolveria tremendos sacrifícios. Um maior interesse por missões, então, foi encorajado por Fuller e Carey. Andrew Fuller foi nomeado primeiro secretário e mais tarde William Carey, informado de que podia sustentar-se a si mesmo, ofereceu-se à nova sociedade para ir à Índia, sendo entusiasticamente aceito. Mas esta decisão de seguir para a Índia, com seu clima tropical, esbarrou na firme recusa de Dorothy. Eles já tinham três filhos, e mais um estava a caminho. Mas Carey estava disposto a ir, mesmo que sozinho. A primeira tentativa de embarcar para a Índia foi abortada. Esta demora, ainda que decepcionante para ele forneceu uma oportunidade para uma mudança de planos; Dorothy, que dera à luz há três semanas, concordou em ir, desde que Kitty, sua irmã mais nova, pudesse ir junto. Então, a 13 de junho de 1793, eles tomaram um navio dinamarquês e partiram para a Índia, chegando lá em 19 de novembro. O começo foi bastante difícil.

A Companhia das Índias Orientais tinha virtualmente o controle do país, e temia que os esforços evangelísticos de Carey diminuíssem, de alguma forma, seus lucros. Com medo de ser deportado, Carey levou sua família para morar no interior, onde passaram pobreza e grandes dificuldades. Ele teve que trabalhar o tempo todo, pois o pouco que recebia da “Sociedade" era insuficiente para seu sustento. Seu filho mais novo Peter de cinco anos, morreu de disenteria e sua esposa jamais se recuperou desta perda, ficando progressivamente deprimida e mentalmente perturbada, sendo descrita depois por colegas da missão, como “totalmente louca". Apesar desta situação traumática e de precisar estar trabalhando continuamente numa fábrica, Carey passava horas traduzindo a Bíblia, e pregando e estabelecendo escolas. Em fins de 1795 uma igreja batista foi organizada em Malda, embora só houvesse quatro membros - todos ingleses! Mas era um começo. O culto, porém, atraía grandes multidões do povo bengalês, e Carey podia afirmar com convicção que “o nome de Jesus Cristo tornou-se agora conhecido nesta região”. Mas, depois de sete anos em Bengala, Carey não podia reivindicar nem um só convertido indiano. Mas ele não ficou desanimado. Em 1800, chegaram mais missionários ingleses, e para evitar as perturbações com o governo inglês eles se mudaram para Calcutá, no território dinamarquês de Serampore, e foi ali que ele passou os 34 anos restantes de sua vida. Com mais dois colaboradores, Joshua Marshman e William Watd, se tornaram conhecidos como o "Trio de Serampore" - uma das mais famosas equipes missionárias da história. Este posto abrigava dez missionários e seus nove filhos, numa verdadeira atmosfera familiar. Eles viviam juntos e tinham tudo em comum. Nas noites de sábado, eles se reuniam para orar e para dividir suas reclamações, sempre "prometendo amar uns aos outros'. Ruth Tucker diz:” 0 grande sucesso da Missão de Serampore durante os primeiros anos pode ser creditado em grande parte a Carey e seu comportamento santo. Sua disposição para sacrificar os bens materiais e ultrapassar o chamado do dever foi sempre um exemplo contínuo para os demais.”Como prova do trabalho harmonioso realizado em Serampore, foram organizadas escolas, levantou-se uma grande estrutura para o estabelecimento de uma impressora e acima de tudo, o trabalho de tradução continuava sendo feito. Em 20 anos, Carey e os seus amigos publicaram folhetos em 20 línguas e porções das Escrituras em 18. Durante seus anos em Serampore, Carey fez três traduções da Bíblia inteira (bengalês, sânscrito e maráthi), ajudou em outras, traduções da Bíblia inteira e traduziu o Novo Testamento e porções bíblicas em muitas outras línguas e dialetos - sempre refazendo-as para que fossem bem compreendidas. Carey disse ao completar uma de suas traduções: "Existem apenas dois obstáculos ao trabalho de Deus: o pecado do coração humano e a falta das Escrituras. Aqui, este último foi removido, pois o Novo Testamento já está traduzido em bengali “. Durante os primeiros 18 séculos de história do cristianismo foram feitas 30 traduções da Bíblia. Carey, e seus companheiros de Serampore e Calcutá dobraram o número nas três primeiras décadas do século 19! Ele também escreveu dicionários e gramáticas. A evangelização era uma parte importante do trabalho em Serampore. Carey e seus amigos, até o ano de 1818, depois de 25 anos de trabalho batista na Índia, podiam contar 600 convertidos, depois batizados, e alguns milhares que compareciam às aulas e cultos. Além dos trabalhos de tradução e evangelização, Carey procurou preparar um ministério indígena. Pensava que era fútil evangelizar a Índia com missionários estrangeiros. Estabeleceu o Colégio Serampore, em 1819, que se tornou o centro de um grupo de escolas, para o treinamento de fundadores de igrejas e evangelistas indianos. A escola começou com 37 alunos, indianos dos quais mais da metade era constituída de cristãos. Ele também se envolveu no ensino secular, tendo sido convidado para se tornar professor de Línguas Orientais no Colégio de Fort William, em Calcutá. "Tratava-se de uma grande honra para Carey, um sapateiro inculto, ser convidado para preencher tão elevada posição, a qual foi aceita com o apoio entusiasta de seus companheiros. A posição não só proporcionou uma renda muito útil aos missionários, mas também os colocou em melhor situação diante da Companhia das Índias Orientais e deu a Cárey uma oportunidade para aperfeiçoar seu conhecimento de línguas enquanto procurava responder as perguntas de seus alunos”

Por causa de seu trabalho, Carey não podia cuidar dos filhos como necessário e sua natureza dócil impedia-o de aplicar a devida disciplina, cuja falta estava se manifestando no comportamento dos meninos. Ao falar desta situação, Hannah Marshman escreveu: "O bom homem via e lamentava o mal, mas era brando demais para aplicar a correção eficaz". Mas Hannah interveio. Mas em 1807 seu filho Félix foi ordenado como missionário para a Birmânia, e em 1814 Jabez foi ordenado para ás Ilhas Molucas. Em 1807, aos 51 anos de idade, Dorothy Carey morreu. Carey sentiu-se, sem dúvida, aliviado. Ela há muito deixara de ser um membro útil da família missionária, sendo na verdade um impedimento para a obra. John Marshman escreveu como Carey quantas vezes trabalhava em suas traduções, "enquanto uma mulher insana, freqüentemente alterada ao máximo, se encontrava no quarto junto ao seu...” Depois, em 1808, ele casou com Lady Charlotte Rumohr, nascida na família real dinamarquesa e vivendo em Serampore, na esperança de que o clima fizesse bem à sua frágil saúde. Ela foi convertida pela pregação de Carey, sendo batizada por ele em 1803, e a partir daí, começou a dedicar tempo e dinheiro à missão. Carey foi verdadeiramente feliz nos treze anos em que durou o casamento, tendo se apaixonado pela primeira vez na vida. Charlotte tinha uma mente brilhante e um dom para lingüística, auxiliando Carey em seu trabalho de tradução. Ela também se aproximou dos meninos, tornando-se a mãe que eles jamais haviam tido. Ela veio a falecer em 1821. Dois anos depois com 62 anos, Carey casou-se novamente com Grace Hughes, uma jovem viúva, que cuidou dele até o fim da vida. A Companhia das Índias Orientais opôs-se ao trabalho missionário, o que acarretou reações hostis na Inglaterra. A Companhia receava perder seus lucros da escravidão. William Wilberforce (1759-1833), membro da igreja anglicana, abolicionista do tráfico de escravos e líder político no Parlamento inglês, tornou-se o campeão da causa missionária, juntamente com outros, que alcançaram sucesso em uma resolução do Parlamento a favor da liberdade dos missionários batistas na Índia, em 1813. Um incêndio em Serampore destruiu muito do trabalho feito pelos missionários até 1813 - seu enorme dicionário poliglota, dois livros de gramática e versões inteiras da Bíblia. Os batistas ingleses contribuíram com 10.000 libras para a aquisição de novo equipamento. Durante quinze anos a missão em Serampore trabalhou e conviveu em relativa harmonia, mas quando novos missionários chegaram, a situação mudou. Eles não se sujeitaram ao estilo de vida comunitária da missão. Um deles exigiu “uma casa separada, estábulo e serviçais”, e achavam os veteranos, especialmente Joshua Marshaman, ditatoriais. Como resultado, por causa da inabilidade do grupo mais novo, houve uma divisão, e os missionários mais novos formaram a União Missionária de Calcutá, a poucos quilômetros de seus irmãos batistas de Serampore. William Ward descreveu a situação como ”indelicada”. Mesmo os membros da Sociedade, na Inglaterra apoiaram os jovens, e por isto, em 1826, a Missão de Serampore cortou relações com a Sociedade Missionária Batista. Ele morreu em 1834 em Serampore e a seu pedido uma tabuleta simples marcou sua sepultura, com a inscrição: “Verme vil, pobre e incapaz, caio em Teus braços carinhosos”. Carey estava avançado no tempo em sua metodologia missionária. O bispo anglicano Stephen C. Neill propôs um modelo hierárquico de ação em três níveis sobre a penetração do evangelho na cultura. Para ele, em primeiro lugar, alguns costumes não podem ser tolerados, tais como: a idolatria, infanticídio, canibalismo, vingança, mutilação física, prostituição, ritual etc. Em segundo lugar, alguns costumes podem ser temporariamente tolerados, tais como: a escravidão, o sistema de castas, o sistema tribal, a poligamia etc. E, em terceiro lugar, há alguns costumes cujas objeções não são relevantes para o evangelho, tais como o homem e a mulher sentarem-se separados nos cultos, costumes alimentares, vestimentas, hábitos de higiene pessoal etc. Uma outra categoria que poderia ser acrescentada entre a segunda e a terceira, trataria de assuntos onde há controvérsias entre as igrejas. Antecipando estas formulações, Carey por um lado, se opôs às práticas indianas prejudiciais, como a queima de viúvas e o infanticídio, mas em outras áreas procurou deixar a cultura intacta, jamais tentando impor sua cultura ocidental. Seu objetivo era fundar uma igreja nativa “através de pregadores locais”, fornecendo as Escrituras na língua nativa, e foi com esta finalidade que dedicou sua vida. Missões não são o alvo final da Igreja, mas o culto é. O culto é o impulsor das missões, e o alvo das Missões é trazer as nações para glorificar a Deus. “Quando a chama da adoração queima pelo verdadeiro calor da real dignidade de Deus, a luz das missões brilhará até os mais remotos povos da terra”. Onde a paixão por Deus é fraca, o zelo por missões será fraco. William Carey expressou esta conexão da seguinte forma, “Quando eu deixei a Inglaterra, a minha esperança de conversão da Índia era muito forte; mas em meio a tantos obstáculos, ela viria a morrer, a menos que fosse sustentada por Deus. Bem, eu tenho Deus, e a Sua palavra é a verdade.



Biografia 2

Em seu leito de morte, William Carey solicitou a Alexandre Duff (1806-1878), missionário escocês na Índia: “Quando eu me for, não diga nada acerca do Dr. Carey. Fale acerca do Salvador de Dr. Carey”. Duff atendeu apenas à segunda parte do pedido, assim como muitos após ele. Filho primogênito de Edmund Carey (m. 1816) e Elizabeth Wells (m. 1787), William Carey nasceu em uma humilde cabana em 17 de agosto de 1761, na pequena vila de Paulerspury, em Northamptonshire, na Inglaterra. Em toda a sua vida, sempre lutou com dificuldades de todo gênero, porém jamais se deixando vencer por elas. Seus companheiros diziam dele: “O que Carey começa, sempre termina”. Quando ainda menino, Carey subiu numa árvore para observar um ninho de pássaros. Escorregou e caiu. Com algumas contusões e arranhões, voltou para casa; sua mãe tratou de aplicar-lhe os curativos e colocou-o na cama. Entretanto, sua mãe logo notou a ausência do menino e, quando viu, lá vinha ele chegando com o ninho de pássaros na mão. O menino Carey tinha Cristóvão Colombo (1451-1506) como seu herói favorito, a ponto de receber o apelido de “Colombo”. Amava a natureza, colecionava e estudava pássaros, insetos e plantas que encontrava nos campos. Acima de tudo, porém, amava os livros, especialmente os que falavam de viagens e aventuras. Em Piddington, aos quatorze anos, William aprendeu o ofício de sapateiro. Apesar de nascer em um lar anglicano, sua primeira identificação com a fé genuína foi através de seu companheiro de trabalho, John Warr, filho de um desertor da Igreja Estatal. Em 1779, aos 18 anos, quando ainda estava identificado com a igreja oficial da Inglaterra, experimentou o novo nascimento, passando a freqüentar uma pequena igreja batista. Logo começou a se preparar para pregar. Acumulou muitos conhecimentos, tornando-se poliglota; dominou o latim, grego, hebraico, italiano, francês e holandês, além de diversas ciências.

A fim de estudar hebraico caminhava catorze quilômetros para se encontrar com o professor. Assim, aos poucos, entendeu que o mundo era bem maior do que as Ilhas Britânicas e sentiu, como todo o crente verdadeiro deve sentir, a perdição de uma humanidade sem um Salvador. Em junho de 1781, casou-se com a jovem Dorothy Plackett (1756-1807), com a qual teve sete filhos (Ann, Felix, William Jr., Peter, Lucy, Jabez, e Jonathan), e com quem permaneceu casado por vinte e seis anos. Charlotte Von Rumohr (1761-1821), a quem Carey conheceu em Serampore, Índia, foi sua segunda esposa, e com quem conviveu por treze anos numa união muito feliz. Sua vida muito espiritual e intelectual foi de grande encorajamento e ajuda para Carey em seu trabalho. Grace Hughes (1777-1835) foi sua terceira esposa; era uma viúva de quarenta e cinco anos quando se casaram, e, como uma devotada companheira, cuidou de Carey durante os seus últimos onze anos. Grace teve uma filha de seu primeiro casamento. No ano de 1775, Carey foi grandemente impactado pelo avivamento liderado pelos também britânicos John Wesley (1703-1791) e George Whitefield (1714-1770). Apesar de ter sido batizado quando criança, William Carey sentiu a necessidade de confessar sua fé publicamente. Sendo assim, foi batizado nas águas do rio Nene, em Northampton, no dia 5 de outubro de 1783, pelo pastor John Ryland Jr. (1753-1825), que se tornou um grande amigo e apoiador da obra missionária que Carey veio a realizar. Em 1787, William Carey foi consagrado e começou a pregar sobre a necessidade missionária no mundo, e não só na Inglaterra. Como os membros de sua congregação eram pobres, provendo-lhe o módico ordenado de 15 libras anuais, Carey teve por necessidade continuar trabalhando para ganhar o seu sustento.

Costumava dizer: “Meu negócio é estender o Reino de Cristo. Fabrico e remendo sapatos unicamente para ajudar a cobrir minhas despesas”. O Sr. Robert Hall (1728-1791), pastor em Arnesby, Leicestershire, foi um dos mentores de Carey no ministério. A Associação Batista de Northamptonshire fora fundada em 1765. Na sua pequena oficina Carey pendurou um mapa-múndi feito pelas suas próprias mãos. Neste mapa, ele incluiu todas as informações disponíveis: população, flora, fauna, características do povo, etc. Enquanto trabalhava, olhava para ele, orava, sonhava e agia! Foi assim que sentiu mais e mais a chamada de Deus em sua vida. Quando quis introduzir o assunto de missões na associação local de pastores, Carey teria sido repreendido pelo reverenciado presidente John Collett Ryland (1723-1792), pastor batista em Northampton, o qual teria rebatido seu desejo de enviar missionários para terras remotas. Mas Carey continuou a sua propaganda pró-missões estrangeiras, e tomando Isaías 54.2 como texto, pregava sobre o tema: "Esperai grandes coisas de Deus; praticai proezas para Deus." O resultado foi que um grupo de doze pastores batistas, reunidos na casa de Sra. Beeby Wallis, formaram a Baptist Missionary Society (Sociedade Missionária Batista), no dia 2 de outubro de 1792. Originalmente, o nome da organização era Particular Baptist Society for the Propagation of the Gospel Amongst the Heathen (Sociedade Batista Particular para a Propagação do Evangelho entre os Pagãos). Carey se ofereceu para ser o primeiro missionário. Através do testemunho do Dr. John Thomas (1757-1800), um missionário e médico que trabalhou por vários anos em Bengali, na Índia, William Carey recebeu confirmação de sua chamada no dia 10 de janeiro de 1793. Andrew Fuller (1754-1815), pastor batista em Kettering, tornou-se o principal teólogo do movimento missionário, aliando a profunda teologia da escola calvinista de Jonathan Edwards (1703-1758) com um fervoroso zelo missionário e uma ação pastoral prática e piedosa. Homens como os pastores batistas Samuel Pearce (1766-1799) e John Sutcliff (1752-1814), e John Newton (1725-1807), o conhecido clérigo anglicano e escritor de hinos, foram grandes encorajadores da obra missionária que ele se propôs a realizar. Apesar de Carey ter certeza de sua chamada, sua esposa recusou-se a deixar a Inglaterra. Isto muito doeu em seu coração. Foi decidido, no entanto, que seu filho mais velho, Felix, o acompanharia à India. Além deste fator, outro problema que parecia insolúvel era a proibição de qualquer missionário na Índia. Sob tais circunstâncias era inútil pedir licença para entrar, mas mesmo assim, conseguiram embarcar sem o documento no dia 4 de abril de 1793. Ao esperar na Ilha de Wight por outro navio que os levaria à Índia, o comandante recusou levá-los sem a permissão necessária. Com lágrimas nos olhos e o coração apertado, William Carey viu o navio partir e ele ficar. Sua jornada missionária para Índia parecia terminar ali.



Fonte:http://www.armazemdeideias.net
Postado em 20 de fevereiro de 2010

0 comentários:

Postar um comentário

Seguidores

Share

Twitter Delicious Facebook Digg Stumbleupon Favorites More