segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Na Índia, tribunal reabre caso de assassinato de líder cristão

Michael Nayak foi morto em Baliguda, no distrito de Kandhamal, em 20 de julho do ano passado, por um grupo de radicais hindus. A polícia considerou o crime como um “acidente”. O presidente do Conselho Global de Cristãos Indianos convocou as autoridades para que outros casos que envolvessem violência de extremistas contra cristãos fossem investigados.


O tribunal de Baliguda (Kandhamal) afirmou que o pastor protestante Michael Nayak foi morto por extremistas hindus em julho de 2011 e decretou que os assassinos fossem investigados.


A recente declaração da corte derruba a decisão anterior admitida pela polícia local, desqualificando o crime como um acidente comum. O tribunal também ordenou um inquérito sobre as ações dos oficiais que manipularam a investigação inicial.
Para Sajan George, presidente do Conselho Global de Cristãos Indianos (GCIC), as novidades indicam um sinal positivo. No entanto, em sua opinião, os tribunais também devem pronunciar-se sobre cinco casos de homicídio envolvendo outros cristãos prejudicados pela polícia.
George acrescentou ainda que os processos indianos são excessivamente lentos em caso de violência religiosa, como observado no relatório do Departamento de Estado dos Estados Unidos sobre a liberdade religiosa.“Duas semanas antes do quarto aniversário dos massacres contra cristãos que aconteceram em Orissa em 2008, o sistema de justiça continua longe de chegar a algum resultado”, disse ele.
Segundo lê-se no relatório citado, "o progresso na obtenção de justiça para as vítimas dos últimos grandes incidentes de violência na Índia continua a ser lento e ineficaz. Além disso, assédio, intimidação e violência ocasional em pequena escala contra membros de grupos de minoria religiosa continuaram, especialmente contra os cristãos em estados com leis contra a conversão".
Entre dezembro de 2007 e agosto de 2008, hindus ultranacionalistas mataram 93 pessoas, saquearam a atearam fogo em mais de 6.500 casas, e destruíram mais de 350 igrejas e 45 escolas. Mais de 50 mil pessoas, em sua maioria cristã, foram forçados a fugir. Até o momento, 10 mil ainda não foram realocados.
No Estado de Orissa, a Igreja tem implementado programas de ajuda e reconstrução, tanto para os cristãos quanto para os hindus que foram prejudicados.
Nos últimos anos, a polícia documentou cerca de 3.500 denúncias relacionadas à violência e registrou 827 casos juntamente ao sistema judiciário local e estadual.
Destes, aproximadamente 300 casos já foram ouvidos, com 68 indivíduos condenados e presos; para 412 pessoas foram aplicadas punições menores, tais como multas. Cerca de 200 casos foram indeferidos por falta de provas e mais de 300 processos estão pendentes.
Deficiências no sistema são mais evidentes no caso de Manoj Pradhan, líder do partido nacionalista hindu BJP, explicou o presidente do GCIC.
Em setembro de 2010, Pradhan foi acusado de ter assassinado 11 pessoas, no entanto, a alta corte do estado o condenou apenas pelo homicídio culposo de uma pessoa e ordenou-lhe o pagamento de uma pequena multa.
Apesar dessa convicção e dos encargos pendentes de outros sete crimes associados a casos de violência em2007 e 2008, Pradhan foi libertado sob fiança e continua membro do departamento legal do estado de Orissa.
Assista abaixo ao vídeo "Orissa, um ano depois" e outros vídeos sobre a Igreja Perseguida em nossa página no YouTube.




Fonte:http://www.portasabertas.org.br/
Postado em 20 de agosto de 2012

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