sexta-feira, 15 de setembro de 2017

Cristãos ex-muçulmanos e ex-budistas são os mais perseguidos

 
 Cristãos de minorias étnicas necessitam de materiais em sua própria língua

 China
A população estimada de cristãos na China é de 97 milhões, dos quais apenas alguns milhares são ex-muçulmanos e algumas centenas são ex-budistas (em sua maioria tibetanos). Apesar de ser a minoria, são esses os grupos cristãos mais perseguidos na China. Além das restrições religiosas, também são discriminados pela própria família e comunidade. Estatísticas oficiais mostram que há cerca de 6,4 milhões de tibetanos e mais de 20 milhões de muçulmanos no país. Longe dos grandes centros urbanos da região costeira, a maioria dos cristãos ex-muçulmanos e ex-budistas vive em áreas remotas. Além disso, são comunidades que têm a própria língua e muitos deles não falam mandarim, que é a língua mais comum na China. Daí a necessidade de material nas línguas dessas minorias, como uigur, cazaque e tibetano.

 Ao receber a Bíblia em sua própria língua, um cristão ex-muçulmano a abraçou junto ao peito e disse: “Muito obrigado! Há quanto tempo eu sonho ter uma Bíblia”. Seus olhos brilhavam como se estivesse diante de um tesouro. Depois soubemos que ele deu a Bíblia a um amigo que estava interessado em lê-la. Patrick*, um ex-muçulmanos líder da igreja, diz: “Precisamos de tantas Bíblias quanto possível na nossa própria língua. Nós não sabemos onde encontrá-las, então tragam quantas vocês puderem. Os irmãos e irmãs precisam delas!”. Além de Bíblias, é necessário também ter o evangelho em áudio e vídeo, já que muitos desses irmãos são analfabetos.

 Apesar de rígido controle, existe um material sendo produzido nas línguas minoritárias

 A Portas Abertas fez uma parceira com alguns grupos internacionais para traduzir o Velho Testamento para o tibetano, o que é um grande projeto de longo prazo. Para testar a qualidade do Velho Testamento, pretendemos publicar alguns livros no prazo de um ou dois anos. O Novo Testamento em áudio nos três maiores dialetos tibetanos (Kham, Amdo e Lhasa) também está sendo desenvolvido. Traduzir a Bíblia para essas línguas requer recursos espirituais e financeiros, bem como um bom planejamento sobre como levar as Bíblias de modo seguro.

 Desde o começo desse ano, o controle e as restrições foram reforçados em Xinjiang (uma região autônoma no noroeste da China, onde vivem muitos grupos minoritários). Policiais fortemente armados vigiam cada rua dia e noite com o objetivo de controlar possíveis atividades extremistas muçulmanas. Revistar bolsas e até celulares é uma prática comum em áreas públicas, como shoppings e cinemas. Nesse contexto, a distribuição de material cristão é muito arriscada, pois poderia ser facilmente descoberta. Apesar dos desafios, a Portas Abertas apoia nossos irmãos com material contextualizado em sua própria língua, treinamento de liderança e discipulado, visando fortalecê-los nesse ambiente de perseguição.

 *Nome alterado por motivo de segurança.

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Postado: 15 de setembro de 2017

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