sábado, 5 de setembro de 2015

#Independência: Eritreia em busca de liberdade

No feriado da Independência, veja o que a data significa para os cristãos eritreus. País 9º colocado na Classificação da Perseguição Religiosa 2015, onde a maioria da população vive abaixo da linha da pobreza

ERITREIA
Enquanto o presidente Isayas Afewerki anunciava a elaboração de uma nova Constituição para o país, acontecia uma onda de detenções de cristãos, o que indica que nossos irmãos não devem esperar maior liberdade das novas leis. Só neste ano foram inúmeras prisões de cristãos.

 A Eritreia está localizada na região conhecida como Chifre da África, seu território limita-se com Djibouti (ao sul), Etiópia (a oeste) e Sudão (a noroeste), além de ser banhado pelo mar Vermelho (a leste). O país foi criado pela Itália em 1890, sendo ocupado pelos italianos. Posteriormente, a Eritreia ficou sob domínio britânico (1941-1952). A Organização das Nações Unidas (ONU), em 1952, concedeu autonomia ao país, que se federou com a Etiópia. Somente em 1993 a Eritreia obteve sua independência, os eritreus votaram esmagadoramente. E assim, a Eritreia tornou-se o país mais jovem da África.

 A realidade para os cristãos

 Entretanto, a libertação trouxe pouca liberdade para os cristãos da Eritreia. Antes, todos os grupos religiosos fora do islã e os ortodoxos, sofriam assédio e prisão pelo governo marxista e, em seguida, foram obrigados à clandestinidade. Após a independência, essas igrejas subterrâneas receberam liberdade para continuar as atividades religiosas. Mas, em 1997, o governo ordenou que todas as igrejas se cadastrassem. Em 2002, aquelas que não tinham o registro foram fechadas. As autoridades logo começaram a prender os cristãos pertencentes aos grupos clandestinos. Eles torturaram muitos. "Sabemos de vários prisioneiros religiosos que morreram devido ao duro tratamento nas prisões e a recusa de tratamento médico. E pode haver mais mortes que nós não conhecemos", diz um colaborador da Portas Abertas.

 Os cristãos na Eritreia não têm direito de se reunir para o culto, publicar livros e revistas cristãs, produzir música cristã ou distribuir Bíblias e folhetos cristãos. Eles não estão autorizados a compartilhar sua fé cristã com qualquer outro eritreu no trabalho, escola ou acampamentos militares. Isso pode colocá-los na prisão. Além da perseguição que a igreja enfrenta por parte do governo, os cristãos na Eritreia também sofrem pressão social. Eles são considerados como os inimigos do Estado e são frequentemente acusados ​​de trabalhar com agências estrangeiras. Embora a perseguição afete mais as igrejas não registradas, ela não se limita a elas. Mesmo as registradas vêm enfrentando restrições e intromissão em seus assuntos.

 Dia da Independência

 Nas últimas celebrações do Dia da Independência em Asmara, o presidente Isayas Afewerki disse aos participantes: "No âmbito das nossas tarefas de construção da nação, a infraestrutura política assume um papel vital como um veículo para promover os nossos objetivos globais. Temos recolhido importantes lições e experiências a partir dos esquemas externos hostis destinados a descarrilar nossos esforços e processos de construção da nação. Gostaria, portanto, de anunciar nesta ocasião que um processo de constituição de redação será lançado quando terminarmos de traçar o mapa do caminho político para a futura estrutura governamental."

 Um colaborador da Portas Abertas, em resposta, comentou: "Estamos preocupados sobre este anúncio. A Eritreia tem uma Constituição que foi escrita por anciãos respeitados depois de três anos de consultas. Aprovada em 1997, consagrou a liberdade e a igualdade para todo o povo da Eritreia - não importando tribo, credo ou sexo. Mas ela nunca foi implementada. A luz da dura perseguição continuou e não esperamos que uma nova Constituição traga alguma boa notícia para os cristãos. Nós só podemos orar para que nosso Senhor continue a renovar as forças deles, apesar dos constantes perigos".

 Interceda pela Eritreia. Nós brasileiros podemos celebrar pela nossa independência em escolher a religião que queremos seguir, mas eles não. Que a força e coragem deles sejam renovadas a cada manhã e que um dia eles possam comemorar essa data, tanto quanto nós.


  Postado em 05 de setembro de 2015

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