quinta-feira, 8 de agosto de 2013

“Meu coração está em paz, não tenho arrependimentos” – Parte 1

NIGÉRIA


"Uma vez que nós aceitamos a prisão como uma abertura para vivermos nosso testemunho, experimentamos como o Senhor nos concedeu a graça de aproveitar esta oportunidade para a sua glória"

 Para Daniel* (34), Isaac* (22) e outros 16 jovens, esse teste de fé teve início em 2011. Após uma briga entre muçulmanos e cristãos durante um jogo de sinuca, ocorreu um ataque extremista em um enclave cristão, uma área dominada por muçulmanos do norte da Nigéria.

 Aparentemente, um jovem muçulmano recusou-se a pagar por um jogo, dizendo que não iria dar dinheiro para um "infiel" (não muçulmano). O proprietário do salão interveio e o assunto foi resolvido. No entanto, o argumento criou uma oportunidade para os extremistas se reunirem no dia seguinte, armados com AK47, explosivos e espadas. Os cristãos tentaram proteger suas famílias e propriedades, mas não tiveram sucesso contra as armas sofisticadas. Os extremistas mataram 15 cristãos, incluindo um pastor, e destruíram 50 lares cristãos, além de três igrejas e duas casas pastorais.

 Na manhã seguinte, Daniel, Isaac e os outros 16 jovens, sondaram as ruas para avaliar os danos e identificar as vítimas. Sem qualquer aviso prévio, agentes de segurança, que estavam no local, levaram todos para a prisão. Foram acusados de planejar um ataque de represália e o governador do Estado manteve os homens presos sem acusações formais. Eram "culpados" até que provassem o contrário.

 Um sentimento geral de descrença e tristeza ofuscou a comunidade. A perda abrupta de entes queridos, propriedades danificadas e a prisão dos jovens eram muitas informações para serem assimiladas. "Essas pessoas não cometeram qualquer ato que pudesse justificar a sua detenção. Estavam calculando o prejuízo e verificando seus mortos, quando foram apreendidos pelas autoridades que alegaram que eles estavam planejando uma represália," compartilhou um líder comunitário.

 Frente às duras realidades da prisão, a fé dos jovens foi abalada ao extremo e o teste duraria por muitos meses adiante. Após a chegada, os cristãos foram colocados em diferentes celas. Em cada uma, havia um pequeno Novo Testamento – pelos quais eles serão gratos eternamente.

 Confrontos e xingamentos de presos muçulmanos estavam na ordem do dia, especialmente para um cristão que dividiu cela com um muçulmano extremamente agressivo. No entanto, os jovens logo aprenderam a esperar ainda maior agressão dos guardas muçulmanos. O fato dos guardas estarem sobrecarregados e, constantemente ameaçados, muitas vezes levava-os a espancamentos excessivos.

 Havia uma pausa diária de uma hora, quando todos os prisioneiros poderiam conviver em uma área comum. Os cristãos usavam esse tempo para compartilhar devocionais, assim, faziam com que esse encontro fosse aproveitado da melhor maneira possível. Estavam sempre olhando para frente dessas reuniões, porque eles poderiam orar juntos e encorajar uns aos outros para enfrentar o dia com equilíbrio divino. Este também era o momento em que os muçulmanos e os cristãos eram forçados a ficar juntos. "Nós aceitamos que o nosso propósito, nestas circunstâncias, era falar e viver o nome de Jesus." Eles escolheram usar esta injusta situação, para levar o Evangelho aos companheiros de prisão que começavam a chegar.

 *Nomes trocados para a segurança dos cristãos.

 Leia a segunda parte desse relato  aqui. 


Fonte:http://www.portasabertas.org.br/
Postado em 08 de agosto de 2013

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