sexta-feira, 17 de junho de 2016

Quando perdemos quem tanto amamos

"Receber a notícia da morte do meu amigo foi um golpe forte, mas nós sabemos que a perseguição vai continuar e estamos preparados para enfrentá-la"

BANGLADESH
A morte do cristão Habib Halan, em Bangladesh, ocasionado pelo Estado Islâmico, deixou o pastor Farouk muito triste por um justo motivo: ele foi o primeiro fruto de seu ministério. "Quando eu era bem jovem, por volta de 1984, aceitei Jesus como meu Salvador, ao ler um folheto cristão e rapidamente passei a evangelizar.

 Dez anos mais tarde, passei a pregar o evangelho no norte de Bangladesh, em Kurigram, onde conheci Habib Halan, a primeira pessoa a aceitar Jesus através do meu trabalho. Fiquei na casa dele durante um tempo e ele passou a ser um irmão e um amigo para mim, além de um ótimo assistente na obra de Deus", lembra o pastor. Habib Halan morreu de forma violenta, mas os cristãos de Kurigran não se abateram e buscaram forças louvando a Deus através de um culto que aconteceu três dias depois, onde oraram e refletiram sobre a Palavra.

 Embora a notícia tenha entristecido bastante o coração do pastor Farouk, ele se mostrou preparado para seguir em frente. "Receber a notícia da morte do meu amigo foi um golpe forte, mas nós sabemos que a perseguição vai continuar e estamos preparados para enfrentá-la", disse ele que, quando iniciou seu ministério em Bangladesh, contava com apenas uma família cristã e hoje seus olhos podem contemplar mais de 1.500 cristãos que vieram do islamismo para seguir os passos de Cristo numa nação que hostiliza a igreja. "Quanto mais a igreja cresce, mais ela atrai o perigo para si", disse ele. Desde novembro de 2015, a igreja em Bangladesh (35º país na Classificação da Perseguição Religiosa), tem enfrentado uma série de ataques, dezenas de líderes cristãos receberam ameaças de morte através de cartas e mensagens eletrônicas.

 Infelizmente, no caso de Habib Halan, a ameaça se cumpriu. Para ajudar esses cristãos a superarem os traumas vividos, a Portas Abertas tem realizado vários treinamentos, dos quais Farouk também participou. Apesar de sua paixão por resgatar vidas, o pastor reconhece que precisa de um substituto. "Já estou ficando velho e meu tempo nessa terra é limitado. Vou servir ao Senhor e falar de sua salvação até meu último dia, esse é o meu sonho; e sei que muitos ainda dobrarão seus joelhos diante de Deus, mas preciso preparar alguém para assumir meu ministério quando eu não estiver mais aqui. Fora isso, ainda quero preparar um orfanato para honrar Habib Halan, porque sei que esse era o sonho dele. Por favor, orem para que eu possa realizá-lo. Tudo o que fazemos é para a glória de Deus", conclui o pastor.

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