domingo, 28 de janeiro de 2018

Maduro exige punição para líderes religiosos que oraram contra corrupção de seu governo

 
 Em discurso, ditador classificou postura crítica como "crime de ódio"

 Venezuela


O regime comunista sul-americano, mais conhecido como bolivarianismo, não está coibindo a livre expressão religiosa apenas na Bolívia. O ditador venezuelano Nicolás Maduro está pedindo a punição de líderes religiosos que fizeram orações em público contra a corrupção do regime chavista.

 Em missa realizada no último domingo (14), Víctor Hugo Basabe, bispo de San Felipe, no Estado de Yaracuy, rezou para a Venezuela fosse livre “da peste da corrupção política que conduziu o país à ruína moral, econômica e social”.

No mesmo dia, Antonio López Castillo, arcebispo de Barquisimeto, no Estado de Lara, pediu aos céus que os venezuelanos fossem livres da fome e da corrupção. “Não acreditamos na miséria. Já chega de fome”, declarou ele.

O material foi postado na internet e é possível ver que nos dois casos, foram aplaudidos pelos fiéis.

 O presidente Maduro classificou as declarações como “ataques ao regime” e exigiu que a Justiça, o Ministério Público, a Controladoria-Geral e a Defensoria do Povo investigassem. Com tudo na Venezuela está debaixo do seu regime, certamente alguma punição deve ocorrer.

“[Basabe] chamou o povo chavista de peste, deveriam ver […] se as palavras ditas por alguns desses personagens não correspondem a verdadeiros delitos de ódio, que pretendem gerar enfrentamentos”, discursou na TV.

 Curiosamente, Maduro apelou para um discurso religioso, dizendo que os venezuelanos são cristãos e “não acreditamos em intermediários. Menos ainda nesses diabos de batina. Amamos ao nosso Deus criador e o Senhor Jesus”. Reclamou que agora esse “diabo de batina” [o bispo] veio “incitar o enfrentamento entre venezuelanos.”

Leis Contra o Ódio 

A Assembleia Constituinte criada por Maduro e totalmente composta por aliados do regime, instituiu a Lei Constitucional contra o Ódio, pela Convivência Pacífica e a Tolerância. Ela prevê penas de até 20 anos de prisão àqueles quem promoverem “o ódio”.

O conceito é bastante amplo e pode ser enquadrado em qualquer declaração contra o governo. O artifício, comum nas ditaduras, prevê como pena a cassação do registro de partidos e o fechamento de organizações e meios de comunicação que foram enquadrados nessa lei.

O primeiro caso de punição pela nova lei foi de um casal, preso no dia 3 em Naguanagua, no Estado de Carabobo. Eles faziam parte de uma manifestação contra a falta de comida na cidade.



Postado: 28 de janeiro de 2018

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