sábado, 8 de setembro de 2018

O que é Antropologia Missionária

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Segundo o dicionário de Antropologia, “é o corpo de disciplinas que se consagram ao estudo dos grupos humanos, sob a prisma dos tipos físicos e biológicos e sob a prisma das formas e civilização sem escrita atualmente existentes...É a ciência do homem tomado na totalidade de suas manifestações e dimensões”.

 O termo “antropologia” vem do grego antropos=homem e logia=estudo ou tratado.

 Por isso a definição de que a antropologia é a ciência que estuda o homem. Etmilogi- camente, significa o ramo do saber que tem por objeto de estudo o homem.

 Segundo Broca, Antropologia “é a ciência que tem por objeto um grupo humano, considerado no seu conjunto, nos seus pormenores e nas suas relações com o resto da natureza”.

 Já para Lehmann-Nietzsche, “a antropologia é o estudo do físico e psíquico do gênero humano, no ponto de vista comparado.” Isto é: comparativamente a outros animais e raças humanas entre si.

 O Professor Mendes Corrêa anuncia que “-A Antropologia estuda os caracteres humanos, físicos e psíquicos, que tem interesse sob triplo ponto de vista:


  1.  Da posição do homem na escala zoológica;
  2.  Da origem do homem e conhecimento dos primeiros hominídeos;
  3.  Da classificação das raças, povos e tipos humanos.”
 Em poucas palavras, e de maneira mais simples, definimos Antropologia como a ciência que estuda o homem e tudo o que o envolve, física e psiquicamente.

 Implicações das Diferenças Culturais em Missões.

 Está claro que as diferenças culturais são importantes para um missionário que tem de passar pelo choque cultural, aprender a superar os mal-entendidos e os sentimentos etnocêntricos, e traduzir a sua mensagem de modo que ela seja entendida na linguagem e cultura locais. Mas há uma série de outras importantes implicações que precisam ser brevemente examinadas.

 Ao estudarmos Antropologia Missionária, estamos nos munindo de meios que nos auxiliarão a compreender o homem e tudo o que envolve, a fim de podermos entender melhor a razão de suas atitudes e crenças, e assim, anunciar-lhe o Evangelho com mais eficácia. O homem, não importando a cultura, deve sentir que o Evangelho vai fazer parte dela, e não roubar-lhe o que tem por precioso: os valores adquiridos, passados de geração em geração;

 O missionário transcultural deve ter em mente que nem tudo da outra cultura é pecaminoso, mas que todas as culturas (inclusive a dele) trazem as marcas do pecado. Por isso, somente o que é pecaminoso na cultura do homem precisa ser regenerado pelo Evangelho.

 Por exemplo: suponha que você está em uma tribo canibal, onde os pais acertam o casamento de seus filhos quando ainda são crianças. Ambos os aspectos fazem parte da cultura da tribo. Qual aspecto necessita de regeneração? Claro que é o canibalismo, pois é pecado condenado por Deus. Já a forma como é arranjado o casamento faz parte da cultura, e por mais que nós ocidentais e condenemos a Bíblia não impõe restrições a esta prática. Que dizer a respeito da forma pelo qual Abraão arrumou uma esposa para o seu filho Isaque?

 Caso o missionário transcultural não considere este aspecto de missões, estará fadado ao fracasso.

 Na análise dos modelos padrões de vida e do comportamento humano nas diversas culturas, o Antropólogo deve procurar respostas para 3 perguntas principais: 


  1.  QUAIS AS FUNÇÕES DOS VÁRIOS ASPECTOS DE UMA CULTURA. Isto é comida, abrigo, transporte, Organização da Família, crenças religiosas, língua, valores, etc.
  2.  O QUE FAZ UM MEMBRO DE UMA SOCIEDADE AGIR COMO AGE. EM OUTRAS PALAVRAS, PORQUE TODOS NÃO AGEM DA MESMA MANEIRA. Quais são as normas que determinam a conduta dos membros de uma sociedade.
  3.  QUAIS OS FATORES QUE DETERMINAM A CONSERVAÇÃO DE CERTOS ASPECTOS CULTURAIS. E a substituição de outros ao decorrer do tempo. Como podemos perceber, não é suficiente apenas analisar os tipos de vestimenta ou comida de um povo, mas precisamos analisar também quem usa esta ou aquela roupa, e porque a usa. Exemplificando: no Haiti umas pessoas usam sapatos, outras não. Será porque algumas gostam de sapatos, e outras não. Por falta de dinheiro. O motivo, na verdade, é um pouco diferente. É que lá o sapato é um símbolo de classe social.
 A missão como antropologia na prática. Primeiramente é importante indicar que os missionários costuma distinguir entre dois tipos de antropologias, ao se referir a disciplina de um modo geral. A primeira delas é a antropologia acadêmica, vista por eles enquanto militância já que tem feito críticas ao trabalho missionário, dificultando a permanência nos campos de trabalho. A outra antropologia tomada como positiva, é uma antropologia pensada enquanto conhecimento. De um modo geral, essa antropologia ajudaria ao missionário no entendimento da cultura do povo que quer alcançar

 Ainda que haja muita controvérsia a respeito da Antropologia Aplicada, é indiscutível a tendência mundial instrumentalista, cada vez mais forte, de utilizar a Antropologia como área de conhecimento humano aplicada às soluções dos problemas sociais. A Antropologia Aplicada é reconhecida como a união entre conhecimento e a ação, a pesquisa e a atividade. A Antropologia Missionária pode ser vista, portanto, como a Antropologia aplicada às pesquisas e ações missionárias. (LIDÓRIO, 2011:30).

 Missionário Aldo Ferreira de Souza



Postado: 08 de setembro de 2018

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