sexta-feira, 21 de março de 2014

Suspeitos de assassinato em Malatya estão prestes a receber liberdade

 
 Turquia


Cinco turcos suspeitos de assassinato estão em julgamento por torturar e matar três cristãos em Malatya há quase sete anos, e podem ser postos em liberdade sob fiança dentro dos próximos dias, antes da conclusão de seu julgamento no sudeste da Turquia

 Chamado de "Massacre Malatya" pela imprensa turca, os assassinatos cruéis dos cristãos turcos Necati Aydin e Ugur Yuksel e do alemão Tilmann Geske nos escritórios da Editora Cristã em Malatya, em 18 de abril de 2007, chocou a nação. O julgamento contra os assassinos suspeitos, presos no local, começou seis meses depois.

 Sob um novo pacote judicial passado ao Parlamento Turco em 21 de fevereiro desse ano, o limite de detenção para suspeitos em julgamento que ainda não foram condenados foi reduzido de dez para cinco anos. Uma vez que as leis propostas forem aprovadas pelo presidente turco e publicadas no Diário Oficial – esperado para o último dia 7 – os cinco suspeitos de Malatya seriam elegíveis para libertação imediata.

 Susanne Geske, viúva da vítima alemã Tilmann Geske, admitiu que "a ideia de encontrar um desses homens no centro da cidade, ou no shopping", até que o julgamento seja concluído era algo que ela e seus filhos, que ainda vivem em Malatya, "teriam de se acostumar".

 Porque os suspeitos enfrentam uma pena de prisão perpétua por agressão letal, a probabilidade de que eles fujam do país "é muito alta", Umut Sahin anunciou em uma declaração escrita da Associação das Igrejas Protestantes na Turquia.

 Embora Sahin tenha dito à agência de notícias World Watch Monitor que os advogados que representam as famílias das vítimas tenham pedido que os cinco suspeitos estejam equipados com dispositivos eletrônicos de rastreamento quando soltos, ele disse que qualquer condição formal de suas fianças seria decidida pelo tribunal.

 "Mas, até isso não está claro, como em qual tribunal isso se dará", admitiu Sahin, já que o mesmo pacote legal também aboliu os Tribunais Especiais Autorizados, sob o qual os suspeitos de Malatya estavam sendo julgados.

 Uma vez que os tribunais especiais sejam dissolvidos, o caso Malatya será movido para o sistema normal de tribunal criminal, com a probabilidade de que os juízes e promotores atuais sejam mudados. Em termos práticos, isso exigiria que os novos funcionários designados para o caso passassem por mais de cem mil páginas de documentos apresentados durante o julgamento de 92 audiências até à data.

 "O processo inteiro poderia durar mais alguns anos", disse Geske, que contou ao World Watch Monitor que esperava que o caso fosse deixado com os atuais funcionários judiciais e concluído em breve.

 "É a lei agora", disse ela, "não podemos realmente fazer nada sobre isso", referindo-se tanto ao status alterado da corte e à pendente soltura dos suspeitos do assassinato. "Estamos bem e meus filhos estão indo bem. Alguns membros de nossa igreja aqui estão realmente chateados. Mas Deus pode fazer milagres, por isso estamos orando pelos juízes e pelo promotor. E vamos continuar a amar os nossos inimigos".

 Durante a última audiência do caso Malatya, em 24 de fevereiro, advogados da defesa tentaram por duas horas impedir a leitura do apelo final do promotor pelo sentenciamento dos assassinos e agressores acusados, exigindo que isto seja adiado até que a nova lei entre em vigor. Mas o juiz presidente Hayrettin Kisa, que declarou a sua firme intenção de concluir o caso até junho, negou o requerimento da defesa.

 O procurador do Estado Zafer Hazar leu então suas alegações finais, exigindo três penas de prisão perpétua consecutivas contra os cinco assassinos acusados, bem como penas de prisão perpétua contra nove dos perpetradores acusados.

 Além disso, o Estado solicitou que um suspeito que havia entregue evidência do estado seja julgado de acordo com a Lei de Arrependimento Ativo e que dois cúmplices acusados que nunca foram detidos sejam absolvidos.

 O somatório da acusação citou evidências de que os assassinatos de Malatya foram claramente ligados aos assassinatos anteriores de dois outros cristãos na Turquia: o jornalista armênio Hrant Dink, em janeiro de 2007, na frente do escritório do Jornal Agos em Istambul e o líder italiano Andreas Santoro, morto enquanto estava ajoelhado no altar de sua igreja em Trabzon, em fevereiro de 2006.

  O caso está definido para ser tratado novamente em 10 de abril, e à defesa serão permitidas as alegações finais. Uma audiência subsequente é esperada para ser marcada para que os vereditos sejam anunciados.

  Fonte:http://www.portasabertas.org.br/
Postado em 21 de março de 2014

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