sexta-feira, 25 de setembro de 2020

“Falar de cristofobia incomoda, mas vamos chamar atenção para isso”, diz Ernesto Araújo

Ernesto Araújo diz que o termo ‘cristofobia’ foi citado na ONU em defesa dos cristãos perseguidos.


O ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, defendeu a relevância do discurso do presidente Jair Bolsonaro na Assembleia Geral da ONU, que abordou o combate à cristofobia.

 “É um conceito que já existe, o presidente não é o primeiro a usar”, disse Araújo em entrevista à CNN Brasil.

 “Acho que há uma consciência insuficiente ao redor do mundo sobre a cristofobia. Inclusive em países que já foram de maioria cristã, e onde às vezes a fé cristã é denegrida, atacada, quando outras fés não o são”, acrescentou.

 Em seu discurso na ONU, Bolsonaro fez um apelo para que a comunidade internacional defenda a liberdade religiosa e mencionou a cristofobia, em defesa dos cristãos perseguidos no mundo.

 “A liberdade é o bem maior da humanidade. Faço um apelo a toda a comunidade internacional pela liberdade religiosa e pelo combate à cristofobia”, disse Bolsonaro.

 Parte da imprensa repercutiu o discurso de forma negativa, alegando que não há cristofobia no Brasil. Ernesto Araújo acredita que o Brasil, por ser um país de maioria cristã, tem responsabilidade na defesa dos mais de 260 milhões de cristãos perseguidos no mundo.

 “No nosso caso, país majoritariamente cristão, 90% cristão, que tem no cristianismo parte de sua essência e identidade, nos sentimos na responsabilidade de chamar atenção especialmente para isso”, disse o ministro.

 O ministro chegou a citar um estudo enviado ao Ministério das Relações Exteriores do Reino Unido, que aponta que 80% dos religiosos perseguidos em todo o mundo são cristãos.

 Araújo também defendeu o uso do termo cristofobia, já que o termo islamofobia é usado para definir a perseguição aos muçulmanos. “Isso precisa ter um nome, para que as pessoas se conscientizem disso”, destacou.

 Ernesto Araújo acredita que o discurso do presidente nas Nações Unidas não se limitou à diplomacia, mas foi “relevante, inovador e corajoso”. “Falar de cristofobia pode incomodar algumas pessoas, mas vamos chamar atenção para isso”, disse.

 Questionado se a fala do presidente não deixou de lado brasileiros de outras religiões, o ministro esclareceu: “O presidente não deixou de olhar para outras religiões, ele defende a liberdade religiosa para todos. Porém, em nosso caso vivemos em um país cristão, então sentimos a responsabilidade de chamar a atenção contra a intolerância religiosa. Não excluímos ninguém, mas queremos recuperar a identidade nacional, não queremos ser um país genérico.”

 “O Brasil é um país cristão, conservador e tem na família sua base”, diz Bolsonaro na ONU

 Presidente da República Jair Bolsonaro, durante gravação de discurso para a 75ª Assembleia Geral da ONU. (Foto: Marcos Corrêa/PR)

 O presidente Jair Bolsonaro fez o tradicional discurso de abertura da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas na manhã da última terça-feira (22). Em virtude da pandemia do novo coronavírus, a Abertura da 75ª Assembleia-Geral da ONU está sendo realizada online - inovação que acontece por medidas de segurança.

 Bolsonaro iniciou seu discurso lamentando as mortes pela Covid-19, e destacou as ações do governo brasileiro para minimizar os efeitos da pandemia. Em sua fala, o presidente brasileiro destacou que “a liberdade é o bem maior da humanidade”, citando a liberdade religiosa e a perseguição aos cristãos.

 “Faço um apelo a toda a comunidade internacional pela liberdade religiosa e pelo combate à cristofobia”, disse. No final de seu discurso, falou que “o Brasil é um país cristão e conservador e tem na família sua base”.

 O presidente se solidarizou com o povo do Líbano pelas recentes adversidades sofridas e disse que “o momento é propício para trabalharmos pela abertura de novos horizontes, muito mais otimistas para o futuro do Oriente Médio”.

 Na sequência, Bolsonaro enalteceu os acordos de paz entre Israel e os Emirados Árabes Unidos, e entre Israel e o Bahrein: “[São] três países amigos do Brasil, com os quais ampliamos imensamente nossas relações durante o meu governo”.

 O chefe do executivo também destacou o papel dos EUA na promoção da paz no Oriente Médio. “O Brasil saúda também o Plano de Paz e Prosperidade lançado pelo Presidente Donald Trump, com uma visão promissora para, após mais de sete décadas de esforços, retomar o caminho da tão desejada solução do conflito israelense-palestino”, disse. “A nova política do Brasil de aproximação simultânea a Israel e aos países árabes converge com essas iniciativas, que finalmente acendem uma luz de esperança para aquela região”.

 Apesar do caráter virtual, a sede da ONU em Nova York recebe um representante de cada país. Cerca de 200 pessoas estão fisicamente presentes, o que equivale a 10% da capacidade de ocupação da estrutura.

 Assim como em 2019, quando discursou pela primeira vez na ONU, Bolsonaro falou sobre a Amazônia e as políticas ambientais do seu governo. Cada país-membro tem até 15 minutos para os discursos.

 Após a fala do presidente brasileiro, Donald Trump, Tayyip Ergodan e Xi Jinping - líderes dos Estados Unidos, Turquia e China, respectivamente - ocuparão a tribuna virtual.

Fonte: https://adalagoas.com.br/
Postado: 25 de setembro de 2020

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