domingo, 26 de abril de 2020

Governador força conversão de adolescentes cristãs na Nigéria

As jovens cristãs são vistas como propriedades dos extremistas islâmicos na Nigéria


Nigéria

Vídeo mostra governador de Kano estimulando adolescentes a deixarem a fé cristã

Um vídeo em que o governador do estado de Kano, Umar Abdullahi Ganduje, obriga algumas meninas cristãs menores de idade a se converterem ao islã está causando polêmica na Nigéria. De acordo com o site World Watch Monitor, as gravações não foram alteradas e o político não negou o conteúdo da filmagem. As adolescentes entre 14 e 16 anos fazem uma oração islâmica aceitando a fé do profeta Maomé.

 Uma fonte anônima do estado confirmou que o incidente aconteceu recentemente dentro de prédio público. Ganduje justificou que as meninas convertidas eram de religiões tradicionais africanas, porém, uma das jovens é chamada de Becky, abreviação de Rebecca, um nome bíblico. De acordo com o jornal local The Whistler, o governador já tomou atitudes semelhantes em outras ocasiões, antes mesmo de ocupar o cargo político.

 O assessor especial falou em nome de Ganduje e negou que ele estava usando dinheiro público para a propagação da fé islâmica. Mas confirmou que o governador tem uma fundação que leva o nome dele e trabalha com serviços humanitários e na propagação do islamismo. Os assuntos pessoais do político influenciam a maneira como os cristãos são tratados em Kano.

 Punição do governo aos cristãos

 De acordo com o grupo nigeriano Christian Rights Agenda (CRA), os seguidores de Jesus da minoria hausa são excluídos dos direitos básicos, como ter bolsas de estudos em instituições dentro e fora do estado, e ainda têm oportunidades de emprego negadas. Essa segregação mantém todos em situação de extrema vulnerabilidade na região.

 “Gastar recursos estatais para a conversão de menores cristãos inspirados pela jihad, pela força, truques, intimidação, ameaças e todos os tipos de meios atrasados é o insulto mais irritante que os cristãos de Kano são forçados a viver sob o governo de Ganduje”, afirma o diretor interino do CRA, Tom Chiamen. A organização também acusa o político de promover a conversão em massa usando de coerção desde que se tornou governador, em 2015, e promete fazer uma denúncia à comunidade internacional se ele não devolver as adolescentes às famílias.

 O pastor Gideon Para-Mallam trabalha em prol da justiça social e questiona a impunidade de Ganduje. Ele lembra que a atitude das autoridades nigerianas seria diferente se a fé propagada com dinheiro público fosse a cristã. "Isso é ilegalidade no nível executivo. O uso da posição oficial de alguém para promover o islã em um país multirreligioso é um desserviço à promoção da harmonia religiosa em um estado que possui cristãos e muçulmanos. Esta falsa conversão não deve permanecer", compartilha o líder cristão.

 A Portas Abertas noticia constantemente casos de meninas cristãs que são capturadas e forçadas a se converterem ao islã na Nigéria. As vítimas têm nomes diferentes, como JoyLeah Sharibu e Ruth, mas a perseguição que enfrentam é do mesmo modo. São sequestradas, abusadas sexual e fisicamente, e forçadas a se casar com extremistas. Apesar da Constituição nigeriana afirmar que as mulheres menores de 18 anos estão sob custódia dos pais biológicos e não podem ser tiradas à força de casa, mesmo em nome da religião, as autoridades encontram maneiras de estar acima da lei.

Postado: 26 de abril de 2020

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