PAQUISTÃO (11º) - As polêmicas sobre a lei de blasfêmia no Paquistão fizeram mais uma vítima assassinada em plena luz do dia. Segundo autoridades locais, o único ministro cristão no gabinete do governo paquistanês encarregado das minorias, Shahbaz Bhatti, foi assassinado a tiros nesta quarta-feira em Islamabad.
Bhatti era cristão e vinha defendendo mudanças na controversa legislação sobre blasfêmia no país, cuja grande maioria da população é muçulmana. Segundo a polícia, ele foi alvejado perto do mercado de Islamabad, quando estava em seu carro.
Os ataques tiveram a responsabilidade assumida por membros do Taliban paquistanês, alegando que o ministro era um blasfemo.
"Os relatos iniciais são de que ele foi morto por três homens, provavelmente com um fuzil Kalashnikov, mas ainda estamos tentando estabelecer o que aconteceu exatamente", disse o chefe de polícia da cidade, Wajid Durrani.
Lei de blasfêmia
A lei antiblasfêmia determina que qualquer pessoa que fale mal do Islã e do profeta Maomé comete um crime e pode ser condenada morte, mas ativistas dizem que sua vaga terminologia tem resultado em muitos erros.
Em janeiro, o ministro recebeu ameaças de militantes islâmicos por tentar reformar as lei de blasfêmia no país. "Me disseram que se eu continuar a campanha contra a lei da blasfêmia, eu serei assassinado, eu serei decapitado, mas as forças da violência, as forças do extremismo não conseguem me atingir, não conseguem me ameaçar", ele disse.
Há quase dois meses, o governador da província de Punjab, Salman Taseer também foi assassinado. Contra a lei de blasfêmia e seu mal uso nas mãos de extremistas, ele foi um dos advogados mais veementes para Asia Noreen, ou Asia Bibi, a cristã condenada a morte por um tribunal em novembro do ano passado.
Os cristãos perfazem cerca de 2% da população do Paquistão.
Postado em 02 de março de 2011
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