PAQUISTÃO (11º) - “Quem será o próximo?” É a dúvida que paira no ar e foi escrita em cartazes colocados nas proximidades da prisão de Sheikhupura, em Punjab, onde Asia Bibi está detida. Estes refletem a ameaça que os cristãos presos sob acusação de blasfêmia têm sentido ultimamente no Paquistão.
Asia Bibi é a primeira mulher cristã condenada à morte pela Lei de blasfêmia, e no último dia 10 relatou a agência Fides sua “dor e preocupação” pela morte do ministro Shabbaz Bhatti, um de seus apoiadores.
A mãe cristã continua em uma cela isolada por questões de segurança e lamentou a morte do ministro, assim como a do governador Salmaan Taeser. Ambos a defenderam publicamente e foram assassinados como “blasfemos” por grupos radicais islâmicos.
Esperança
Parte da esperança de Asia foi perdida com a morte do ministro Bhatti, pois era um grande defensor da reforma da Lei de blasfêmia, mas a visita de seus filhos e o apoio de cristãos de todo o mundo a têm sustentado.
“Ainda existem problemas burocráticos, mas há esperança”, segundo o advogado de Asia.
Enfatizando a necessidade de defesa das minorias religiosas no Paquistão, a equipe legal de Asia disse que seria preferível adiar o seu caso antes de iniciar o processo de recurso, tendo em conta as tensões atuais.
Protestos
A “Associação dos Advogados Cristãos do Paquistão” organizou uma manifestação pública na semana passada em Lahore, do Palácio do Tribunal Superior até o Palácio do Parlamento do Punjab, envolvendo também Asma Jahangir, a mulher Presidente da Ordem dos Advogados, junto ao Supremo Tribunal Federal.
O Presidente da Associação, Akbar Munawar Durrani recordou que o assassinato de Bhatti é um trágico testemunho do terrorismo e do extremismo que vive o país e pediu a abolição de todas as leis discriminatórias, a proibição de publicações que alimentam o ódio contra as minorias religiosas, e ação legal contra os líderes radicais islâmicos que pediram publicamente a morte dos expoentes das minorias religiosas, porque eram favoráveis a uma revisão da Lei de blasfêmia.
“É óbvio que na raiz das perseguições, encontra-se a Lei da blasfêmia: vamos continuar a pedir a sua revogação”, disse o Centro de Assistência Jurídica, Assistência e Liquidação, com sede em Londres, que defende muitas vítimas inocentes, acusadas de blasfêmia no Paquistão.
Postado em 18 de março de 2011
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