Polêmica no Twitter: teólogo defende que Deus ama a todos, sendo cristão ou não
O nome do pastor Rob Bell esteve entre os 10 assuntos mais comentados no Twitter do sábado passado. São os chamados TT ou Trending Topics, que servem para medir a popularidade de um termo no microblog. Tudo por conta de uma crítica ao seu novo livro.
O teólogo Justin Taylor postou no blog The Gospel Coalition uma análise negativa de Love Wins: Heaven, Hell, and the Fate of Every Person Who Ever Lived [O amor vence: céu, inferno e o destino de todas as pessoas que já viveram], que será lançado no fim de março pela editora Harper One.
Bastou o pastor John Piper tuitar um enigmático "Adeus Rob Bell" com um link para o texto de Taylor para o debate começar. Em pouco tempo, mais de 12.000 pessoas haviam "curtido" o post de Taylor no Facebook. O artigo foi comentado no blog mais de 650 vezes. Muitos defendiam Bell, enquanto outros o atacavam.
O debate cresceu e, como é comum no Twitter, pessoas tuitavam sem parar, perguntando por que o pastor estava nos TTs, enquanto alguns defendiam Bell e outros defendiam Piper e Taylor. Sobrou até para o perfil @RobBell, que pertence a um artista plástico inglês que não entendeu porque estavam falando tanto em seu nome e fazendo perguntas de algo que ele desconhecia. "Nunca vi nada parecido com isso. A explosão de tráfego testemunha o poder dos blogs para o debate teológico de hoje em dia", disse Collin Hansen, diretor editorial do Gospel Coalition. "Mas o grande interesse pelo assunto também nos lembra que estamos lidando com vida e morte, questões de importância eterna".
O teólogo Scot McKnight minimizou o caso: "Ainda não vi nada parecido. A rapidez das redes sociais fez essa questão ser muito debatida. Daqui a uma semana tudo será passado. Mas preciso esperar e ver o que Rob Bell escreveu neste livro para então dar minha opinião. É lamentável que alguém da envergadura de John Piper tenha escrito uma mensagem pública de desaprovação. Ele deveria ter ligado ou escrito uma mensagem pessoal".
Com toda a atenção que Taylor recebeu, acabou reescrevendo parte do post devido às acusações de críticas excessivas a Bell e por tê-lo julgado publicamente. Assim, o teólogo preferiu eliminar a citação que encerrava a postagem: 2 Coríntios 14:15, que fala sobre Satanás tomar a aparência de um anjo de luz. Mas o tom crítico permaneceu. Em seu texto, Taylor afirma: "É indescritivelmente triste quando os que são chamados para serem ministros da Palavra pervertem o evangelho e enganam o povo de Deus com falsas doutrinas. Mas é melhor para os que ensinam falsas doutrinas colocarem suas cartas na mesa (como faz Brian McLaren) em vez de usar uma terminologia cuidadosamente ambígua.
Fico feliz que Rob Bell tenha a integridade de colocar suas cartas na mesa ao falar sobre o universalismo. Parece que não se trata de otimismo quanto ao destino daqueles que não ouviram as Boas Novas, mas parece ser um universalismo escancarado, onde o inferno está vazio e todos se salvarão".
Estranhamente, Taylor admitiu não ter lido todo o livro, apenas alguns capítulos a que teve acesso. Contudo, ele afirma que viu o bastante no vídeo de lançamento produzido pela editora, onde Bell afirma que ninguém pode dizer com certeza quem está ou não está no inferno.
O argumento-base de Rob Bell, que dá título ao livro, é que o amor vencerá no final. O release da editora explica: "Bell aborda um dos temas mais controversos da fé: a vida após a morte. Ele argumenta que um Deus amoroso nunca condenaria almas humanas ao sofrimento eterno. Com sua percepção aguçada, Bell coloca o inferno em julgamento. Sua mensagem é, decididamente, que a vida eterna não começa quando morremos, começa agora. E, no final, o amor vence".
Para os seus críticos, essa parece ser uma "confissão" de que Rob Bell está se afastando de um dos alicerces da fé cristã contida na Bíblia: a salvação apenas daqueles que creem em Jesus. A conceituada revista Christianity Today rapidamente abordou o debate em sua edição online. A colunista Sarah Pulliam Bailey menciona que nenhuma das outras resenhas disponíveis, assinadas por Denny Burk, Alex Chadiak, ou Kevin DeYoung foram tão contudentes.
Antes de seu lançamento, muitos cristãos já estão falando sobre o livro de Bell, o que certamente garantirá vendas elevadas. Dada a influência que ele tem sobre um grande número de jovens evangélicos, é de se esperar que o debate chegue rapidamente às igrejas. Julgando pelos milhares de tuítes que o assunto já gerou (prós e contra) nos últimos dias, não será surpresa se voltar outras vezes aos TTs.
Fonte:http://www.jneweb.com.br/
Postado em 04 de março de 2011
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