CHINA (16º) - Geng He, a esposa do advogado de direitos humanos desaparecido, Gao Zhisheng, está cobrando respostas do governo chinês mediante as novas notícias de tortura sofridas por seu marido.
Depois de consultar Geng nos Estados Unidos, onde ela vive em exílio, a agência Associated Press (AP, sigla em inglês) divulgou, em 10 de janeiro último, uma entrevista feita com Gao, em Pequim, em abril de 2010, na qual o advogado revela detalhes das torturas que sofreu nos 14 meses anteriores.
A AP veiculou a entrevista pouco antes da visita oficial do presidente chinês Hu Jintao aos Estados Unidos, entre 18 e 21 de janeiro deste ano.
Diante do fato, Geng viajou para Washington para chamar atenção da mídia para o caso de seu marido. Na entrevista, Gao pediu que sua denúncia não se tornasse pública, a não ser que ele desaparecesse novamente ou “estivesse em algum lugar seguro como Estados Unidos ou Europa”, revelou a agência de notícias.
Preso inicialmente pelas forças de segurança do governo chinês em 4 de fevereiro de 2009 – pouco depois que sua mulher e os dois filhos conseguiram asilo nos Estados Unidos – Gao, desde então, esteve praticamente incomunicável por mais de um ano, até que as forças de segurança o colocaram sob liberdade vigiada em Pequim em 6 de abril, período em que os jornalistas da AP tiveram acesso a ele. Logo em seguida, em 20 de abril, ele desapareceu novamente levado pela polícia chinesa.
Em sua entrevista à AP, Gao disse que a semana de torturas que sofreu no mês de setembro de 2010 foi o período mais dramático de seu cativeiro desde que as autoridades o prenderam em fevereiro de 2009, torturas bem piores das que ele sofreu durante o sequestro policial anterior em 2007.
Naquele ano, quando Gao perguntou à polícia de Pequim por que não havia sido posto na cadeia, os agentes responderam: “Porque você não merece isso. Sempre que nós quisermos desaparecer com você, você desaparecerá”, revelou o advogado na entrevista.
Fonte:http://www.portasabertas.org.br/
Postado em 01 de fevereiro de 2011
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