segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Revoluções no Oriente Médio provocam reações mistas dos cristãos americanos

ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA

ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA (*) - As revoluções em andamento no Norte África e no Oriente Médio contra os regimes autoritários tem divido as opiniões dos cristãos americanos. Alguns acreditam dizem que os protestos pela liberdade são motivo de comemoração, enquanto os outros pedem cautela.

Em entrevista ao jornal The Christian Post, Michael Rydelnik afirma que "temos de ser mais lentos ao comemorar essas mudanças."

O professor de estudos judaicos e bíblicos no Instituto Bíblico Moody em Chicago, Illinois, não nega que a liberdade e a democracia foram superiores à ditadura, mas expressou preocupação sobre o que poderia substituir potencialmente os atuais regimes.

Poderia ser "maior influência para o islã radical," alertou e concluí "que vai levar a problemas."

Ele explica que deve haver um cuidado em "abraçar plenamente essas revoluções", e aconselha: "Esteja atento e em oração, porque isso pode levar a governos que oprimem e perseguem os cristãos."

Já um pastor evangélico em Keller, Texas tem uma visão mais otimista.

A reação imediata de Bob Roberts aos protestos antigoverno foi a seguinte: "Acho que é fantástico."

Confiante de que deve haver uma comemoração dos cristãos, o pastor declara que se tem falado como os americanos desejam a democracia para o mundo e "isso está acontecendo. O que é interessante é que isso está acontecendo sem nós," declarou.

"As pessoas têm uma responsabilidade moral para se levantar contra a injustiça, tirania e abusos de quem está no controle," explicou o pastor da Igreja Northwood. "Nossa história está repleta disso. As Escrituras estão claras para isso e nossa própria história é uma validação disso. Para nós, não comemorar os povos que querem viver em uma sociedade livre é para manter o mundo em cativeiro antigos, velhos paradigmas e futuros sem esperança."

Roberts, que se envolve tanto na comunidade muçulmana local como no exterior, reconheceu que a Escritura também diz que devemos ser pacíficos para com todos os homens e respeitar a autoridade.

Mas ele rapidamente acrescentou que "quando a autoridade está abusando da humanidade, está violando a função de para qual foi colocada no poder. Os governantes devem manter a ordem, mas se eles não cumprem os direitos da lei moral, então isso é uma história diferente."

Revolução

As revoltas pela liberdade e pela democracia começaram na Tunísia, em dezembro de 2010, e se espalharam para os países vizinhos, incluindo o Egito, Barein, Líbia, Iêmen, Irã, Kuwait e Marrocos. A Tunísia e o Egito viram a queda de seus presidentes.
O mesmo não ocorreu ainda na líbia. O líder, Muamar Kadafi, por sua vez, prometeu manter-se no poder.

Em um comunicado televisionado, Kadafi afirmou que iria lutar até sua "última gota de sangue," e convocou seus partidários a atacar os manifestantes antigovernamentais.
"Eu vou morrer como um mártir no final", concluiu.

Futuro (in)certo

Muitas mortes têm acontecido na Líbia e o futuro está longe de ser claro. O professor Rydelnik sente que, por exemplo, no Egito, aqueles que ganham o controle serão antiocidental, anticristãos e anti-Israel.

Ele teme que outros países possam seguir o mesmo caminho como o Irã, que passou de uma ditadura para uma teocracia islâmica. Assim, tornando-o pior para os cristãos.
"Quando você olha para isso, vê que era muito melhor para os cristãos e Oriente Médio, quando era a ditadura - uma moderada sob o Xá," observou.

"Acredito que nós, americanos, que defendemos a democracia - e isso é a coisa certa em muitos aspectos - nos arrependeremos do que aconteceu no Oriente Médio, porque haverá uma maior influência do radicalismo islâmico," acrescentou.

Roberts acredita ser o melhor momento para lutar pela liberdade, incluindo a da religião.

"Acho que há uma chance melhor para hoje do que há três semanas," frisou, ao dizer que ele não poderia prever se a liberdade realmente resultaria das revoluções.




* Este país não se enquadra entre os 50 mais intolerantes ao cristianismo.



Postado em 28 de fevereiro de 2011

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