Segundo Greg Scarlatoiu, a intensa perseguição atual do regime
norte-coreano contra os cristãos se iguala ao nível de intolerância
registrado nos dias do imperador romano Nero
Coreia Norte
Os cristãos da Coreia do Norte estão enfrentando uma perseguição que provavelmente está "em pé de igualdade" com o nível de perseguição que a Igreja enfrentou sob o governo do imperador romano Nero, segundo um ativista dos direitos humanos informou durante uma conferência realizada Capitol Hill (Washington) na última quarta-feira.
Convocados pelo grupo de defesa religiosa internacional 'Christian Religious', ativistas e um "desertor" norte-coreano detalharam a grave situação de violação dos direitos humanos enfrentada pelos cristãos e todos os outros que vivem sob o governo do regime comunista de Kim Jong Un e instaram os legisladores norte-americanos a apoiarem uma resolução para reautorizar 'A lei norte-coreana de 2004'.
Além dos discursos dos senadores Ted Cruz (Texas) eJames Lankford (Oklahoma), do deputado Chris Smith (Nova Jersey) e do representante Ed Royce (Califórnia), defensores dos direitos humanos com anos de experiência em lidar com a Coreia do Norte esboçaram como o regime de Kim quase aniquilou o cristianismo na nação isolada.
"Enquanto a tragédia da separação coreana continua após quase sete décadas, é preciso lembrar que a metade norte da Península Coreana já foi o berço da Igreja Presbiteriana da Coreia", disse Greg Scarlatoiu, diretor executivo do Comitê de Direitos Humanos Na Coréia do Norte, que liderou a publicação de pelo menos 24 relatórios e livros sobre os abusos dos direitos humanos por parte do regime de Kim, durante uma mesa-redonda com outros especialistas em direitos humanos.
"Antes da tomada do poder comunista, a capital de Pyongyang costumava ser conhecida como a 'Jerusalém do Oriente", continuou. "Na Coreia do Norte, o cristianismo já foi uma forma de vida... ver duas igrejas na mesma rua, por exemplo, era muito comum".
Scarlatoiu explicou que foi em 1946 que o "Comitê Provisório do Povo para a Coreia do Norte" forçou o fechamento de igrejas com congregações que não atendiam a um número pre-determinado de pessoas.
"O comitê começou a proibir as assembléias internas protestantes e católicas e transformou o domingo em um dia de trabalho e a segunda-feira em um dia de descanso. Mas isso foi só o começo", acrescentou. "Sob o pretexto de que o som de umas canções religiosas perturbava a vida pública, a mesma comissão pediu às igrejas que se mudassem, enquanto espiões do Partido Comunista foram inseridos em comunidades cristãs e assembleias de igrejas e começaram a criticar os sermões dos pastores e se rebelar contras estas lideranças cristãs".
Foi em 1962 que o então líder Kim Il-sung disse à agência de segurança do regime que "não podia avançar em direção a uma sociedade comum com pessoas religiosas", disse Scarlatoiu.
"É por isso que temos de julgar e punir aqueles que ocupam cargos de liderança nas igrejas protestantes ou católicas", disse Kim a seus funcionários, na época, segundo relato de Scarlatoiu.
Scarlatoiu explicou que em 1948, cerca de um quarto da população norte-coreana era de alguma crença religiosa. Mas dados estatísticos mostram que o número está agora abaixo de 1%.
Ao longo dos anos, o regime de Kim matou centenas de milhares de pessoas do seu próprio povo sob ordens de Kim Il-sung, seu filho, Kim Jong-il, e seu neto, Kim Jong-un.
"Nossos colegas na Coreia do Sul documentaram cuidadosamente casos de perseguição religiosa, organizações como o Centro de Banco de Dados para os Direitos Humanos da Coreia do Norte e a Instituição Coreana para a Unificação Nacional entrevistaram milhares de 'desertores' que deram testemunho sobre a perseguição religiosa extremamente severa", disse Scarlatoiu. "Como outros líderes comunistas, Kim Il-sung e o regime de Kim rejeitaram a religião como o 'ópio do povo".
A sociedade norte-coreana é dividida em classes sociais nas quais cada residente norte-coreano é classificado de acordo com seu "risco político para o regime de Kim".
Atrocidades
Apesar da falta de acesso à Coreia do Norte, acredita-se que pelo menos 120 mil pessoas estão sendo torturadas, espancadas e forçadas a fazer trabalho duro em campos de concentração norte-coreanos. Em 2014, as Nações Unidas informaram que centenas de milhares de prisioneiros morreram nestes campos norte-coreanos, nos últimos 50 anos.
"Há muitas gerações, [as pessoas estão nesses acampamentos], não foram acusadas ??ou condenados por um julgamento justo. A maioria deles, se não todos, são culpados por 'associação', o que significa que um membro da família for cristão ... todos os familiares estendidos serão presos", disse o diretor de defesa internacional da Anistia Internacional, T. Kumar durante o painel. "Os abusos dentro desses campos são extremamente perturbadores - variando entre estupro, tortura, execução e fome".
Fonte: http://adalagoas.com.br/
Postado: 26 de maio de 2017
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