A situação para os nossos irmãos indianos nesse período de Páscoa é ainda mais preocupante. Interceda também por eles
Índia
No mesmo dia em que duas igrejas foram bombardeadas no Egito, cinco igrejas na Índia, em cinco Estados diferentes também foram alvo, mas de extremistas hindus. Agora as comunidades cristãs estão reivindicando mais segurança para as comemorações de Páscoa, além de pedirem justiça pelo que foi feito. “Modi, como de costume, quer manter uma boa imagem internacional”, disse Roger Gaikwad, um dos líderes cristãos que atua no país.
A Associação Evangélica da Índia divulgou na última terça-feira, uma declaração na qual critica “o foco nos cristãos em dias especiais de adoração, como o Domingo de Ramos e a Páscoa”, como algo condenável. A associação ainda pede ao governo medidas responsáveis que venham reduzir esses ataques. “Incidentes como esses, especialmente durante a Semana da Paixão, são tendenciosos e devem aumentar para as minorias religiosas”, dizia ainda a declaração. Quatro dos cinco Estados em que os incidentes ocorreram são governados pelo Partido Hindu-nacionalista BJP (Bharatiya Janata Party – Partido do Povo Indiano).
Enquanto isso, as chamadas “leis anti-conversão” que, por sua vez, protegem as pessoas contra conversões forçadas, estão proibindo os cristãos de qualquer tipo de evangelismo. O Conselho Nacional de Igrejas na Índia disse que o surto súbito na violência anticristã é um “sinal” de que os grupos nacionalistas hindus querem enfatizar que as minorias, como cristãos e muçulmanos, representam uma ameaça para a nação que privilegia o hinduísmo.
Sobre os incidentes (informações da Comunidade Evangélica da Índia)
Madhya Pradesh (aldeia de Sitabedi, Khandwa)
Extremistas hindus, acompanhados por policiais, interromperam o serviço religioso. A polícia prendeu os pastores e suas esposas, entre outros cristãos, e os levou à delegacia local. Três pastores foram detidos sob a Lei de Liberdade de Religião (lei anti-conversão), e os demais foram libertados naquela noite.
Haryana (cidade de Kaithal)
Os extremistas hindus interromperam o culto de uma igreja liderada por um pastor chamado Yashpal. O grupo “ameaçou e maltratou” os cristãos e depois apresentou uma queixa oficial na delegacia da polícia local, alegando que os cristãos estavam forçando as pessoas a se converterem. A polícia levou os cristãos sob custódia. O inspetor local alegou ter sido “custódia protetora” e que eles foram liberados após as alegações serem consideradas sem fundamento.
Uttar Pradesh (aldeia de Jahanpur, Ghazipur)
Uma multidão espancou Krishna Paul, um líder cristão, e entregou-o à polícia. Ele foi libertado depois que outros líderes locais conversaram com a polícia.
Rajastão (Sri Ganganagar)
Os extremistas hindus interromperam um culto, e o líder cristão Saji Mathew, foi preso e colocado sob custódia policial, junto com outros sete cristãos. Aldeões locais, com a ajuda de um sacerdote hindu, reclamaram para o chefe da aldeia que os cristãos estavam “envolvidos em conversões forçadas”. O chefe da aldeia então assinou uma queixa e entregou à polícia local, que prendeu os cristãos. Depois que outros líderes locais conversaram com a polícia, os critãos foram liberados.
Tamil Nadu (Keeranur, Dindigul)
Funcionários do governo interromperam uma reunião de oração particular na casa de um cristão chamado Gunasekaran. Os funcionários filmaram e tiraram fotos das pessoas orando e depois disseram que deveriam parar. A família de Gunasekaran (cerca de 20 pessoas) costuma se reunir na casa dele todos os domingos, nos últimos 24 anos, para orar. O cristão foi forçado a assinar um pedaço de papel e convocado a comparecer no escritório do governo local, no dia seguinte. A Sociedade Evangélica da Índia observou que as orações são feitas apenas por membros da família, e não por pessoas de fora, e que nenhum sistema de alto-falante é usado durante as reuniões. Ore pela igreja na Índia.
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Postado: 13 de abril de 2017
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