quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

O prumo de Deus

Pr. Napoleão de Castro É teólogo, pastor da igreja na cidade de Cacimbinhas e gosta muito de ensinar a Palavra de Deus



Amós foi um profeta de Deus no 8° século antes de Cristo. Foi enviado de Judá, o reino do sul, a Israel, o reino mais corrupto ao seu norte, para chamar o povo ao arrependimento.
A tarefa de Amós foi difícil. Sob o governo do rei Jeroboão II, a nação de Israel vivia na maior prosperidade desde os reinados de Davi e Salomão mais de 200 anos antes.
Aquele povo, como muitas pessoas religiosas hoje, interpretava a prosperidade como sinal da aprovação divina e, por isso, foi resistente aos desafios lançados por profetas como Amós. Mas Jeroboão II, como todos os reis do Norte antes e depois dele, foi um homem desobediente ao Senhor. Depois de séculos de idolatria e rebeldia, o povo estava chegando cada vez mais perto do castigo de Deus.

Vamos observar alguns dos temas de Amós para ver, depois, aplicações nos dias de hoje.

Um povo abençoado pode perder o favor de Deus

Houve uma época em que o povo de Israel foi muito privilegiado. Deus o chamou da escravidão no Egito e lhe deu a terra de Canaã. Mas, ele prometeu castigar a nação se ela se tornasse desobediente (3.1-3). Israel tinha um passado glorioso, mas, na época de Amós, não estava mais servindo ao Senhor. O problemas foi simples – eles deixaram de andar conforme a vontade de Deus: “Andarão dois juntos, se não houver entre eles acordo? “ (3.3).

O povo se acostumo tanto com a sua prosperidade e o conforto que gozava que não conseguia nem imaginar um castigo severo. Não esperava a justiça de Deus, embora seus atos estivessem invocando a ira do Senhor sobre a nação rebelde: “Vós que imaginais estar longe o dia mau e fazeis chegar o trono da violência” (6.3).

Pode nos surpreender descobrir que este mesmo povo rebelde ainda mantinha diversas práticas religiosas. Hoje em dia, muitas pessoas acham suficiente fazer parte de alguma igreja e aparecer com alguma freqüência nas reuniões e nos cultos, talvez levando alguma oferta à igreja. Devemos congregar em uma igreja fiel (Hebreus 10.24,25), e devemos fazer as nossas oferta (2 Co 9.7), mas Deus quer mais. O povo de Israel levava sacrifícios diários e levava os dízimos até duas vezes por semana (4.4), mas Deus o rejeitou! Apesar de participarem de alguns atos de adoração, esses israelitas não se converteram ao Senhor (4.6,8,9,10,10). Mesmo pessoas que freqüentam uma igreja e ofertam seu dinheiro podem ser rejeitadas pelo Senhor!

O prumo de Deus (Amós 7.1-9)

No início do capítulo 7, Amós relata uma série de três visões de julgamento: os gafanhotos, o fogo consumidor e o prumo. Nas duas primeiras, Deus atendeu às súplicas do profeta e desistiu dos seus planos de destruir a nação. Mas na terceira visão, Deus deixou claro que não voltaria atrás. Israel seria julgado.

Amós viu um muro levantado a prumo (7.7). Israel foi construído conforme a planta de Deus, cumprindo as profecias dadas a Abraão, Isaque e Jacó. Quando se trata do povo de Deus, devemos lembrar que a casa pertence ao Senhor. Ele fez a planta original. Israel começou bem, conforme o plano de Deus.

O Senhor tinha um prumo na mão e disse e disse que poria o prumo no meio do povo(7.7,8). Deus voltou, séculos depois da construção original de Israel, para ver se o edifício ainda estava reto segunda a planta original. A mesma medida usada na construção original é utilizada para fiscalizar a obra séculos depois. Deus não procurava alterações e “melhoramentos” humanos. Ele queria um povo fiel às instruções originais. Jesus disse que ele nos julgará pela palavra revelada no primeiro século (João 14.28). Devemos nos preocupar com a nossa fidelidade à planta original.

Deus levanta com a espada na mão (7.8,9). Quando a casa não passou na fiscalização divina, Deus mandou derrubá-la! Entendendo a severidade de Deus contra o povo que desviou de seu propósito original, quem teria coragem hoje de mudar coisa na casa dele?

A rejeição de Amós (Amós 7.10-13)

Quando Amós transmitiu a mensagem de Deus ao povo, ele enfrentou forte oposição. Amazias, sacerdote de Betel, opôs-se ao trabalho de Amós e tentou expulsá-lo do pais (7.10-13). Considere as táticas e os argumentos dele.

1. Usou a sua influência política, pois não tinha argumento das Escrituras (7.10).

2. Usou o povo – e não a palavra de Deus – como padrão, dizendo: “a terra não pode sofre as suas palavras” ( 7.10).

3. Desprezou o profeta de Deus por ser estrangeiro ao invés de considerar a mensagem dele (7.12). Amós não escolheu o lugar de seu nascimento, mas decidiu ser fiel ao Senhor e pregar a palavra pura de Deus.

4. Defendeu seu “território” com a autoridade dada pelos homens, citando o santuário do rei – não de Deus! E o templo do reino – não do Senhor! (7.13).

A resposta do profeta (Amós 7.14-17)

Amós não foi intimidado pela censura de Amazias. A réplica dele consiste de três pontos importantes, que ensinam lições importantes para os dias de hoje. Considere as palavras de Amós:

1. “Não sou profeta, nem filho de profeta” (7.14). Amós não tinha o “pedigree” certo para impressionar os homens. Na linguagem moderna, ele teria dito que não fez seminário, nem curso superior de teologia. Ele veio da roça para pregar a palavra de Deus!Ele não pertencia a convenções de pastores que se eleva acima das pessoas comuns, e até acima da própria palavra de Deus.

Amós seria bem-vindo na maioria das igrejas hoje? Pedro poderia pregar nelas? João Batista, com suas roupas rústicas e costumes esquisitos, poderia subir aos púlpitos nas igrejas nas nossas cidades?

Muitas igrejas hoje se preocupam muito em impressionar o mundo. Sua literatura e seus sites destacam os feitos profissionais e educacionais dos homens. Não dá nem para imaginar Pedro apresentando “o nosso irmão, o famoso Doutor Paulo, formado em teologia na escola de Gamaliel, reconhecido internacionalmente como pastor de renome...” . O próprio Paulo considerava tais qualificações “como refugo” (Filipenses 3.4-11) e determinou pregar apenas a mensagem simples e importante de Cristo Crucificado (1 Coríntios 2.1-5). As igrejas de hoje que engrandecem as qualificações carnais dos homens devem senti profunda vergonha diante de exemplos como Amós, João Batista, os apóstolos e o próprio Jesus.

2. Mas o Senhor me mandou pregar (7.15). A única autorização que precisamos para pregar a palavra de Deus é a ordem do Senhor! Não depende de diploma, certificado ou qualquer outro documento humano.

3. Você pode tentar proibir a pregação da verdade, mas não mudará nada da vontade de Deus. Sua rejeição trará a ira de Deus sobre você (7.16-17).

O prumo de Deus hoje

A construção deve ser uma casa espiritual com Jesus como pedra angular (1 Pedro 2.1-8). Ilustrações como esta nos convidam a examinar as nossas práticas à luz das Escrituras, comparando a planta de Deus com o muro torto dos homens. Como o prumo deve ser aplicado hoje? Considere alguns exemplos:

1. Pregar Cristo ou pregar doutrina dos homens (1 Coríntios 2.1-2,5)? Em muitas igrejas hoje, pregações e aulas têm pouco conteúdo bíblico e muitas idéias de psicólogos querendo deixar os ouvintes se sentirem bem. Paulo nos alertou deste perigo e nos deu a resposta certa (2 Timóteo 4.1-5).

2. Louvar a Deus, conforme a sua vontade, ou fazer show para atrair as pessoas?

3. Respeitar as instruções de Deus sobre a liderança nas igrejas, ou escolher homens e mulheres conforme a vontade de muitos dos nossos?

4. Pregar tudo que a Bíblia diz sobre salvação, ou diluir a palavra para facilitar o ingresso de pessoas para os nossos templos?

5. Abrir mão do materialismo e das coisas que o mundo valoriza, ou pregar a verdade da Bíblia aos fiéis?

A fiscalização de Deus

A mensagem de Amós não foi bem aceita, mas foi verdadeira. Ele avisou o povo do perigo de ser religioso sem ser obediente a Deus. Agora, mais de 2.700 anos mais tarde, o que faremos com a mensagem deste profeta? Se Deus ficasse no meio do seu povo hoje com o seu prumo na mão, qual seria o resultado da fiscalização?

Se o muro está torto, devemos ter coragem para derrubá-lo e voltar à planta original!



Fonte:http://www.jneweb.com.br/
Postado em 20 de janeiro de 2011

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