Teólogo fala sobre traduções livres da Bíblia e o mercado editorial brasileiro
O PhD em Novo Testamento e presidente emérito da Edições Vida Nova, Russell Philip Shedd, autor da Bíblia de Estudos Shedd, acredita que o ensino da teologia no Brasil passa por problemas típicos do país, com ensino deficitário em algumas escolas e de excelência em outras. “Temos ótimos professores e seminários, mas também tem muitas escolas que têm pouquíssima profundidade e qualidade de professores”, avalia.
O especialista faz uma analogia com o próprio ensino no Brasil. “É como a própria educação no Brasil, que tem excelentes universidades e professores de nível internacional. Mas também tem pessoas que saem da escola primária e não sabem nem ler. Esse é o problema que estamos enfrentando em todas as áreas, inclusive na teológica”, diz.
Segundo ele, que foi membro da comissão de tradutores para o português brasileiro da Bíblia Nova Versão Internacional (NVI), uma das mais reconhecidas traduções protestantes da Bíblia em português, as novas versões da Bíblia, como a The Voice, que apresentam o texto das escrituras no formato de roteiro, nada mais são do que uma interpretação da Palavra de Deus.
“Essas versões tem uma vantagem e uma desvantagem. Edições como a Bíblia Viva ou na Linguagem de Hoje são traduções dinâmicas e tem a vantagem que interpretam a Bíblia”, diz. Mas ressalta que prefere trabalhar com a língua original e “saber o que realmente o autor escreveu e não o que tal pessoa pensa que ele escreveu”.
Sobre o desenvolvimento do mercado editorial brasileiro, ele se diz surpreso com a explosão desse segmento. “Nunca imaginei que poderia explodir em números tão enormes”. Shedd conta que quando chegou ao Brasil todos os livros evangélicos cabiam em uma estante. “A facilidade de edição e publicação mudou radicalmente e a computação ajudou muito nisso”.
Mas e a qualidade, pergunto. “A questão da qualidade sempre entra em discussão. Isso vai de acordo com quem lê! Se o livro é erudito, cheio de boas idéias e grandes ensinamentos teológicos mas ninguém lê, que adianta? Temos que sempre manter todas essas coisas em mente: tem que ser compreensível, atraente e também confiável de acordo com a Palavra”, conclui Shedd, que defende a autoridade e a inerrância das Escrituras como única revelação fidedigna de Deus.
Fonte:http://www.adalagoas.com.br/
Postado em 11 de setembro de 2012
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