"As gangues já haviam o ameaçado várias vezes, mas ele
preferiu morrer servindo a Cristo a desistir de sua missão; meu marido
não tinha medo de dizer a verdade"
Colômbia
Depois de experimentar violência, perseguição e deslocamento, Aurora* é capaz de sonhar e sorrir novamente com a ajuda dos colaboradores da Portas Abertas, que a auxiliam através de um tratamento pós-trauma. As lembranças do dia em que seu marido morreu ainda são vivas. "Ele sabia que iria morrer caso continuasse pregando o evangelho. As gangues já haviam o ameaçado várias vezes, mas ele preferiu morrer servindo a Cristo a desistir de sua missão.
Ele não tinha medo de dizer a verdade", disse a esposa. Ernesto* foi responsável por um importante ministério em sua cidade natal, no Oeste da Colômbia. Ele era muito conhecido por incentivar os jovens a viver para o Senhor. Vários membros dessas gangues abandonaram a vida de crimes, depois que conheceram Jesus, através de Ernesto. Sem dúvida, esse foi o maior motivo que despertou a ira dos traficantes, que o mataram na frente de sua esposa e de seus filhos.
Infelizmente, essa não é uma notícia incomum nas áreas rurais colombianas, que cresceram em meio ao conflito armado. Líderes cristãos que denunciam as injustiças e os abusos cometidos pelos grupos narcotraficantes são ameaçados, maltratados e muitas vezes mortos. O governo não fornece cuidados psicológicos para as vítimas desses conflitos. De acordo com a Pesquisa Nacional de Saúde Mental de 2015, realizada no país, foi detectado que, em média, na Colômbia, de cada 100 adultos entre 18 e 44 anos de idade, 10 sofrem de algum tipo de doença mental. A instabilidade emocional é causada pelos traumas que essas pessoas vivem. Por esse motivo, a Portas Abertas tem ajudado os cristãos colombianos que enfrentam perseguição.
Aurora é um exemplo entre vários. "Seu processo de recuperação não tem sido fácil e suas cicatrizes emocionais são profundas, não somente as dela, mas também as de seus filhos. Eles tiveram a oportunidade de reencontrar alguns familiares que estavam perdidos durante o tempo em que a família esteve deslocada", disse Tatiana, uma das colaboradoras. Segundo ela, o trabalho de recuperação é longo e lento. "Nós sabemos que quem realiza o trabalho é Deus. Mas nós fazemos a nossa parte, essas pessoas precisam saber que não estão sozinhas. Quando se reúnem em grupos, elas compartilham suas histórias e reforçam sua identidade cristã. O equilíbrio entre o espiritual e o psicológico é o traz a verdadeira cura", afirma a colaboradora.
Apesar de suas experiências difíceis, Aurora já é capaz de ver o futuro com novos olhos. A ajuda recebdida lhe permitiu construir uma fé mais forte e também a aceitar os acontecimentos de seu passado com serenidade. Atualmente, ela vive com sua família e abriu um pequeno restaurante. Até hoje ela participa dos programas realizados pela Portas Abertas. Quatro meses atrás, ela teve a oportunidade de denunciar abertamente a violência contra a Igreja na Colômbia, em uma audiência pública. "Futuramente, eu quero ajudar outras pessoas que passaram por situações difíceis como a minha. Deus me ajudou, então eu quero ajudar também", conclui Aurora.
*Nomes alterados por razões de segurança.
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Postado: 24 de agosto de 2016
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