terça-feira, 26 de julho de 2016

Vivendo em amizade com Deus

 
 O relacionamento entre Deus e o patriarca Abraão nos ensina que o Senhor tem amizades especiais.

 
 "E cumpriu-se a Escritura, que diz: E creu Abraão a Deus, e isso lhe foi imputado como justiça, e foi chamado o amigo de Deus” (Tg 2.23). Nesta passagem bíblica encontramos uma expressão singular em todo texto das Sagradas Escrituras: amigo de Deus. Abraão foi um grande exemplo de alguém que desfrutou da amizade divina, de alguém que foi elevado a um alto nível de companheirismo e comunhão com o Pai Celestial.

 A Bíblia nos diz que Deus amou a Jacó e aborreceu a Esaú (Rm 9.13), que Ele rejeitou a Saul e preferiu a Davi (I Cr 10.13,14), que Se revelava aos profetas por meio de sonhos e visões, mas, com Moisés falava face a face (Nm 12.6-8; Ex 33.11). Não devemos esperar que Deus tenha a mesma amizade com todas as pessoas. Não! Ainda que Ele não faz acepção de pessoas ou eleja prediletos (Rm 2.11), o Senhor atenta à intensidade de um coração que O busca, retribui a um amor devotado e a uma vida de obediência, submissão e fidelidade (Sl 42.1,2; Jr 29.13; 33.3; Tg 4.8).

 O apóstolo Tiago nos revela o motivo pelo qual o patriarca foi chamado amigo de Deus. O texto bíblico afirma que Abraão “creu em Deus”, e este verbo significa mais do apenas admitir a Sua existência. Crer, no contexto espiritual, é acreditar, depositar confiança em Deus, confiar que Ele é capaz de ajudar, confiar em Sua fidelidade e, principalmente, obedecê-Lo. O homem de Deus foi obediente à voz de seu Deus, quando deixou sua terra em direção ao desconhecido (Hb 11.8), quando creu no impossível (Rm 4.18), quando se dispôs ao sacrifício sem contestações (Gn 22.1-12; Hb 11.17,18). Sim, crer no Senhor é obedecer aos Seus mandamentos e determinações, e, como Abraão obedeceu pela fé, foi chamado de amigo de Deus.

 Muitos cristãos não compreendem que o desejo perfeito de Deus para as nossas vidas é um relacionamento de profunda comunhão (Is 41.8), de segredos compartilhados (Gn 18.16-18) e de uma verdadeira e real amizade (Gn 19.29). Jesus nos revela esta grande verdade, este anelo divino e grande privilégio: “Vós sereis meus amigos, se fizerdes o que eu vos mando. Já vos não chamarei servos, porque o servo não sabe o que faz o seu senhor; mas tenho vos chamado amigos, porque tudo quanto ouvi de meu Pai vos tenho feito conhecer” (Jo 15.14,15). A obediência a Jesus Cristo permite ao homem viver em amizade com Deus. As amizades geralmente requerem algumas condições, e, na amizade que Deus deseja conosco, muitas vezes teremos que sacrificar algumas das nossas vontades ou sonhos, e até mudar de direção a fim de agradá-Lo. Mas, a fé nos dá a certeza de que os caminhos e os pensamentos que Deus tem sobre nós são maiores e melhores do que os nossos projetos pessoais (Is 55.8,9; Jr 29.11). Esta convicção nos leva à obediência e à submissão, com toda a certeza de que Seu coração se enche de alegria, ao ponto de Ele nos retribuir com a sua amizade.

 O Altíssimo ainda hoje procura amigos entre os homens. Não devemos nos alegrar porque o Onipotente, o Onipresente, o Onisciente, o Todo Poderoso, o Criador e o Eterno Deus escolhe entre os homens mortais e falíveis alguém que possa chamar de amigo? Se Abraão foi chamado e considerado como amigo de Deus, agora sabemos, e nos alegramos, que nós também podemos alcançar esta condição, por meio da obediência a nosso Senhor Jesus Cristo.



 Postado 26 de julho de 2016

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